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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Soy venezolana por que mis padres así lo quisieron, ellos emigraron de su tierra a este país hace más de 50 años buscando un futuro. Venezuela los recibió y aqui construyeron su vida, dónde ahora no quiero que ellos la pierdan a manos de la violencia, ni a ellos ni ninguno de los míos. Será que ahora toca ser extranjero en la tierra de ellos? No me puedo imaginar la vida en un país donde el hampa se ha convertido para los venezolanos en el mayor peligro que existe. No quiero seguir con el toque de queda que nos imponen los malandros, que cada vez que salgo o entro tengo que estar pidiendo al cielo que nada nos pase, porque sólo Dios nos puede cuidar, yo no tengo escoltas mi familia tampoco... no somos ricos, pero ya sabemos que aqui matan hasta por un celular. Me da terror señores TERROR seguir viviendo en estas condiciones. No sigo porque tengo demasiados sentimientos de dolor y no me caben las palabras!
Sou venezuelana porque os meus pais assim o quiseram, eles partiram da sua terra para este país há mais de 50 anos à procura de um futuro. A Venezuela recebeu-os e aqui construíram a sua vida, onde agora eu não quero que eles a percam às mãos dos marginais, nem eles nem ninguém dos meus. Será que agora me calha ser estrangeira na terra deles? Não consigo imaginar a vida num país onde os marginais se converteram no maior perigo que aflige os seus habitantes. Não quero continuar a viver neste recolher obrigatório imposto pelos ladrões, que cada vez que entro ou saio me obrigam a pedir aos céus para que nada me aconteça, porque só a Deus nos podemos confiar, nem eu nem a minha família andamos com seguranças .. não somos ricos, mas já sabemos que aqui matam até por causa de um telemóvel. Eu tenho TERROR, terror de continuar a viver nestas condições.
O texto acima e que tentei traduzir, foi escrito hoje no Facebook por um dos meus familiares que ainda vivem na Venezuela e acho que é suficientemente elucidativo sobre a forma como hoje em dia, quase 20 anos depois da chegada de Hugo Chavez ao poder, se vive por lá.
Já aqui defendi mais que uma vez o Hugo Chavez, nos vários posts já tentei explicar não só os motivos da sua chegada ao poder numa altura em que o país e a sociedade estavam a um passo do abismo, como também o facto dele não ser mais um ditador latino-americano e sim um dirigente democraticamente eleito.
É evidente que a palavra democracia serve para muitas coisas, e basta olhar para a Madeira para se perceber que é mesmo para muitas coisas, mas se ele continua no poder é porque o povo vota nele..e esta vez o povo voltou a votar nele...
Contudo, e voltando ao inicio do Post, a verdade é que por muito que ele tenha melhorado em muito a vida de uma enorme percentagem da população, principalmente das franjas mais pobres, a verdade é que a insegurança, em Caracas os assassinatos contam-se às centenas todos os fins de semana, está de novo a levar o país a uma situação insustentávelel e não me parece que Chavez e os seus ideais Bolivarianos consigam resolver algo que só piorou desde que ele chegou ao poder.
Não sei se a solução seria ou não Capriles, mas está mais que claro que já era altura de que algo mudasse e pensando bem, difícil mesmo era que as coisas piorassem.
Vivi 10 anos na Venezuela, um país que me acolheu de braços abertos e que apesar de ser estrangeiro me fez sentir em casa desde o primeiro dia, é com uma enorme tristeza que olho para tudo isto.
Jorge Soares