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Quem é a Isabel Jonet?

por Jorge Soares, em 11.11.12

Isabel Joner

 

Imagem do Público 

 

Antes de mais, antes que me acusem de não ter ouvido ou de ter retirado as frases do contexto,  eu ouvi com atenção as palavras da senhora, quem não ouviu pode ouvir aqui.

 

O problema no que disse a senhora, não está no facto de ser verdade ou não o que ela disse, haverá sem duvida muita gente que não soube gerir o que tinha e que deu a vida por garantida, o problema é que a forma como ela diz as coisas, primeiro empurra para quem sente dificuldades  o ónus da culpa do que está a acontecer e depois torna pobreza quase como uma inevitabilidade, segundo ela, nós queríamos todos ser ricos quando a verdade é que somos pobres...e nada disto é verdade.

 

Em primeiro lugar não é verdade que todos vivessemos acima das nossas possibilidades, os portugueses, a maioria pelo menos,  tinham emprego, produziam e contribuiam para a economia do país.

 

Em segundo lugar, não me parece que seja uma inevitabilidade nem que estejamos condenados a ser pobres, nem que a situação actual do país seja definitiva. Temos que olhar em frente e pensar não que temos todos que ser pobrezinhos e sim que temos que nos esforçar para que o país nos volte a dar condições para voltarmos a viver decentemente.


Ao contrário do que diz a senhora, não há nada de errado em comer-se bife todos os dias, nem em ir-se a concertos ou ao cinema, aliás, a economia só funciona se existir quem compre bifes, vá a concertos e ao cinema, errado era a situação há 30 anos atrás em que havia muita gente que nunca via um bife na vida.... haverá quem ache que temos que voltar a essa época, mas isso não vai acontecer.

 

Quero acreditar que com a ajuda e o esforço de todos nós, o país vai dar a volta por cima, vai voltar a haver emprego, e vamos poder voltar a comer bife e ir ao cinema quando nos apetecer... mesmo..e quem não acredita, quem acha que o destino é a pobreza e a miséria, então o melhor é emigrar mesmo, porque está a mais por cá... Isabel Jonet incluída.

 

Também acho um exagero que se peça a demissão da senhora, todos temos direito à nossa opinião, temos é que saber dar a importância devida a cada pessoa e se pensarmos bem.. quem é a Isabel Jonet?

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:01


8 comentários

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De André a 12.11.2012 às 00:32

Antes de mais queria adiantar que, como muito dos teus leitores, eu detesto as tias beatas de Cascais que vêm na caridade e no seu deus um substituto do estado social.

O combate á fome deve ser por via institucional do estado e não por impulsos de consciência de "donas de casa desesperadas" aborrecidas com a sua vida mudana.

Dito isto, acho assustador dizeres que ela tem razão mas não devia ter dito daquela forma.

Não foi precisamente por as pessoas não terem falado a verdade (por muito que nos doa) que estamos no estado actual? Não estamos todos fartos de políticos e comentadores que se agarram ao politicamente correcto para manterem o status quo de 4 em 4 anos?

A verdade doi e é bom que doa. O país precisa de mudar por motivos básicos de sustentabilidade matemática, quanto mais depressa assumirmos isso, mais rapidamente saímos dos buraco em que nos metemos/meteram.
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De Anónimo a 12.11.2012 às 05:36

Assustador porquê? não somos nós que encabeçamos a lista dos países com mais telemóveis per capita? por acaso justifica-se?em países bem mais ricos isto não acontece, o que significa que se calhar há um problema qualquer cultural que precisa de ser resolvido.

Concordo totalmente com o Jorge. Há realmente muita gente que viveu sempre nem digo acima das possibilidades mas com a prioridades totalmente trocadas. Não concordo é que esta senhora venha dizer que o país está assim por causa da forma como as famílias vivem. O país está assim por causa das sucessivas más governações. E resolver o problema com pobreza é simplesmente continuar a pisar nos portugueses e no país. Qualquer dia só cá ficam os idosos porque os novos tiveram que ir para fora para tentar ser mais do que apenas sobreviventes. É que por mais amor que se tenha a um país mais importante é que a nossa vida tenha algum significado para além de simplesmente sobreviver.
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De lagoa_azul a 12.11.2012 às 00:52

Olá jorge,

Sabes, eu também andei, nos últimos dias aqui às voltas a analisar sob todos os primas possíveis e imaginários uma forma que sob a minha perspetiva, fosse justa na análise do que a senhora disse, e voltou a dizer para se justificar.

Só hoje ao jantar entendi a mensagem, principalmente aquela sobre se não podemos comer bifes todos os dias então não comemos.

Pois precisamente o meu jantar foi bifes do lombo salteados com pimento, e a acompanhar cozi couve de nabo, nabo, cenoura e abobora e fiz uma salada de alface. Escusado será dizer que todos os legumes, colhi na minha horta, fresquinhos e estaladiços, a única coisa que comprei no talho foi o lombo.

Segundo essa senhora, devia voltar ao tempo dos meus avós, em que a única comida da mesa era apenas a sopa, por isso eu só devia comer os legumes, não tenho direito aos bifes, e senti-me mal por estar a viver acima das minhas possibilidades a comer bifes!!! (esta ultima parte é ironia naturalmente)

Já agora será que essa senhora sabe que as proteínas animais são o que esta na origem de sermos mais saudáveis, crescermos mais, termos um cérebro que funciona melhor, termos uma maior esperança média de vida?!

De resto estou completamente de acordo contigo, e já agora não sei quem é a senhora e só fiquei a saber depois desta polémica mas, dizem que é presidente do banco alimentar, mas olha que pelas palavras deve ter levado lavagem ao cérebro pois discursa igual aos que nos querem convencer que são os portugueses os culpados de tudo.

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De António Manuel Dias a 12.11.2012 às 10:30

Jorge, como escrevi no meu blog (http://maracujah.net/artigos/1881), o mais grave de tudo o que ela disse na entrevista foi o assumir da verdadeira razão da caridade: calar as pessoas, impedir que elas se revoltem contra a sua situação e reclamem os seus direitos. Porque comer, estudar e ter saúde é um direito.
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De Mini_Saia a 12.11.2012 às 10:58

Bom dia Jorge.
Como sabes, já escrevi sobre o tema. Acho uma injustiça aquilo que estão a fazer com Isabel Jonet.
Perguntas "quem é a Isabel Jonet?"; é a pessoa que tem estado à frente do Banco Alimentar nos últimos anos. É a pessoa que tem feito a diferença na vida daqueles que não podem comer um bife todos os dias, ao contrário de nós.
Isabel Jonet não sabe falar, é um facto. Não é uma líder carismática nem tem o dom da palavra. Não vai arrastar multidões como uma Oprah Winfrey ou um Barack Obama, é certo. Mas temos o direito de denegrir todo o seu trabalho só por causa da sua fraca habilidade com as palavras? Eu penso que não.
Quem nunca fez voluntariado (não falo de ti, não sei nada da tua vida) não sabe o que é tirar uma parte do tempo que se tem disponível para a família para dar um pouco de si aos outros. Esta mulher faz isso. Ela dá o seu tempo.
Ela não tem nada contra quem come o bife todos os dias. Ela apenas diz que só o podemos comer se tivermos dinheiro para o pagar. Ela não tem nada contra os concertos de rock; apenas acha que é mais importante pôr comida na mesa. E eu concordo a 100% com isso.
A nossa realidade mudou. Acabou o tempo das vacas gordas. Estamos sem dinheiro. Se nos devemos conformar? NUNCA! Mas não podemos continuar a viver como vivíamos há uns anos atrás. Temos de nos adaptar.
Penso que é isso que Isabel Jonet quer dizer com as suas palavras. Temos de eliminar maus hábitos, para vivermos o melhor possível.
O que não percebo é porque é que toda a gente ataca a mulher. Foi ela que nos pôs nesta situação? Não.
E aos que dizem que nunca mais vão contribuir para o BA, oxalá nunca venham a precisar dele...
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De DyDa/Flordeliz a 12.11.2012 às 11:56

Se ontem tínhamos 20, podíamos gastar 20.
Se hoje temos 15, teremos de nos ajustar aos 15.
Não significa que não lutemos pelos 20, ou que é correcto o que nos estão a fazer. No entanto não podemos simplesmente continuar a gastar o que não temos fazendo de conta que não é nada connosco.
Pareceu-me que foi mais ou menos o que a senhora tentou dizer...
Dói?
Dói!
Mas não é por doer que alguém deve ter medo de falar ou ter opinião.

Passou de boa Samaritana a responsável pela falta de bifes à mesa?

- É pá Jorge, não exageremos.
Há gente a falar muito bem e enganar-nos à descarada.
Esses sim merecem açoites.



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De Marão a 12.11.2012 às 12:51

DEIXE-ME DIZER ASSIM
Bife com outro molho ou dito de outra maneira, adultos e juventude não gastem na bola ou em concertos do que lhes faria falta em casa.
A Senhora do pecado, de todos os pecados por palavras ditas. É tudo uma questão de roupagem. Tal como alguém mal lavado mas bem vestido passa por limpo e importante, quem não se perde na escolha de discurso rebuscado e moldável, é desde logo alvo preferencial a abater, independente da obra realizada e da nobreza de carácter patenteada. Os autocolantes de esquerda que se alimentam mais de discursos inflamados que de actos que mereçam o rótulo, tudo aproveitam para desferir ataque feroz a vítimas inocentes e desprevenidas que lhe vão caindo nas garras. É disso que fazem vida, mas a impunidade de que sempre gozam é culpa inteira de uma sociedade que os os tolera, os imita e até os aplaude enfurecida. E enquanto proliferarem por aí jornalistas que escrevem como cavadores de enxada e fazem desta caneta, e repórteres de pulverizador às costas que não passam de carregadores de microfones dando-lhes complexada cobertura nada irá mudar. Não lhes dê muito troco que está a lidar com gente que não diz o que pensa e nem pensa fazer como diz. Por também não saber quem é Jonet fico com essa curiosidade . Está a apetecer-me um cigarro.
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De golimix a 12.11.2012 às 18:34

Eu ouvi a entrevista e não gostei do que ouvi. Interpretei mal?

É óbvio que quem não tem 20 não pode gastar 22, mas deve lutar para ter os 20 outra vez!
E para mim ir ao cinema, teatro ou comprar um livro é muito importante! Já não vou ao cinema há muito tempo e muito menos ao teatro. Concertos, então, nem falo!
O que temos que lutar é para que na nossa vida não seja baseada só no indispensável para sobreviver que é trabalhar, vir para casa, dormir, comer e trabalhar outra vez! Lutar para que Portugal não se torne num país com uma agricultura subsistência, com pessoas com pouca cultura, de emigrantes e pobres, muito pobres!
Agora a Isabel Jonet ou que ela diz. Queres que te diga?
Foi triste. Há quem diga que ela disse a verdade e que esta doí. A sério? Aquilo foi a verdade?
Há ainda quem a desculpe por tudo o que a senhora tem feito?
Tiro-lhe o chapéu por tudo, mas essa era mais uma razão para medir bem as palavras, se não sabe falar, não fale.
Pena é que todo o seu trabalho esteja a ser julgado e o Banco Da luta contra a fome esteja a pagar por isso. A senhora não soube falar, ponto! Andemos para a frente que se faz tarde!

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