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Armstrong deu uma entrevista de duas horas e meia a Oprah Winfrey

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A propósito da entrevista em que Lance Armstrong aparentemente resolveu confessar-se a Oprah Winfrey, vou copiar aqui o que escrevi há uns tempos atrás sobre Armstrong e o ciclismo. Hoje há quem queira inclusivamente colocar em causa este desporto como modalidade olimpica.. onde andava toda esta gente até agora? Quantos outros ciclistas já foram apanhados ou confessaram que se doparam durante parte ou toda a sua carreira? Andavam todos a olhar para onde?

 

Até hoje Lance Armstrong era para mim o maior ciclista de todos os tempos, porque para além de ganhar mais tours de França que qualquer outro ciclista, essas vitórias foram numa época em que o profissionalismo tomou conta do ciclismo. Há muitas mais equipas, muitos mais atletas e sobretudo, porque ao contrário dos grandes nomes de outros tempos, ele ganhou as provas numa época em que os ciclistas passam por centenas de controlos antidopagem.. o que supunha eu, tornava este desporto muito mais limpo.

 

Desde sempre existiu uma áurea de suspeição à sua volta, desde a sua primeira vitória no Tour que à boca pequena ou grande, havia muita gente a dizer que aquela força toda que o levava a subir montanhas a uma velocidade que para alguns seria dificil na descida, tinha por trás muitos segredos e muita ciência.

 

Sou um seguidor do ciclismo, em particular das grandes voltas, sempre achei que não era possível que alguém conseguisse passar controlos antidopagens diários, controlos feitos pelos mais modernos e prestigiosos laboratórios desportivos do mundo, sem estar limpo. Não, não era possível, todo aquele barulho de fundo eram desculpas de quem queria e não conseguia ter pernas e força para o acompanhar e/ou vencer.

 

Hoje percebi que afinal  Lance Armstrong, o homem que venceu o cancro e sete tours, não passa de um mentiroso, um enorme ídolo com pés de barro.

 

Com essa percepção e depois de saber que as mais de mil páginas sobre ele e as equipas em que correu, se baseiam sobretudo nos testemunhos de pelo menos 11 dos seus colegas, todos primeiras figuras do ciclismo mundial,  que admitiram não só que ele se dopava, como que eles também o faziam, não só vi como se desmoronava um dos maiores ídolos com pés de barro de toda a história do desporto, como fiquei com a imagem de que o ciclismo, pelo menos o ciclismo de alto nível, é uma enorme mentira.

 

Um desporto em que são mais importantes os médicos e os químicos que os atletas, só pode ser uma enorme mentira e aquela frase tantas vezes repetida: "Ninguém sobe montanhas só a comer bifes e vegetais", afinal é mesmo verdade

 

Talvez volte a passar tardes inteiras colado ao televisor a ver as etapas das grandes voltas, mas nunca deixarei de pensar: será que aquilo é um atleta ou o resultado da pesquisa de um qualquer laboratório farmacêutico?

 

Jorge Soares

publicado às 08:30


3 comentários

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De eu ando às voltas a 17.01.2013 às 13:59

Também sempre achei estranho como seria possível uma pessoa que nunca tinha sido apanhado com dopping ser castigado só por testemunhas. Não achava possível alguém conseguir escapar a tantos controlos anti dopping , até se confessar. Caiu um mito, caiu um superatleta que afinal nunca foi. Mas já dizia há muitos anos um ciclista na Volta à França, muito antes de Lance Armstrong "Eu não me dopo, todos os outros sim".
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De golimix a 18.01.2013 às 16:41

O barro parte-se... não é?
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De Susana Carvalho a 19.01.2013 às 02:21

Enfim, como ele há outros, porque o pelotão está cheio de "junkies"... Há quem diga que como todo o pelotão está dopado, o Armstrong estava em pé de igualdade com os restantes e como tal continua a ser o melhor... Eu cá acho que uma coisa não desculpa a outra, além de que é injusto para os (poucos ?) que não se dopam.
É um facto que era espectacular ver os ciclistas naquelas grandes etapas nos Alpes ou nos Pirinéus, mas sempre ouvi os comentadores dizerem coisas como "eles sobem montanhas como eu e outros no meu tempo andávamos em provas de estrada"... Não pode ser tudo só condição física... É sempre de suspeitar que haja algum esquema; quando uma pessoa vê certas subidas que se faziam e fazem hoje, por exemplo, no Alp D'Huez em mais de 40 minutos e na era "Armstrong" se faziam em bastante menos de 40 minutos e o senhor com enormes avanços em relação a toda a concorrência. Hoje em dia ninguém ganha tanta distância nem tanto tempo em relação aos adversários, como fazia o Armstrong. Os camisolas amarelas variam de ano para ano, as provas estão mais competitivas...
O Lance Armstrong, o Alberto Contador, o Alexandre Vinokourov, Jan Ullrich, Franck Schleck... esses todos que, gostando deles ou não, sempre os achei formidáveis ciclistas, todos eles foram já apanhados no dopping. Isso tira a credibilidade ao ciclismo. Neste momento já nem sei quem hei-de apoiar, porque os ciclistas dopados vão caindo como tordos.
Nunca gostei muito do Armstrong, mas isto é uma vergonha para o desporto, para o ciclismo. O homem, que tanto apregoou a sua inocência e que desafiava todos para que provassem o contrário e que dizia que o ciclismo era um desporto limpo e blá blá blá... que grande hipócrita.
Vou continuar a ver as grandes voltas, mas fica sempre no ar a questão: "será que este está limpo?".

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