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Pode o estado mandar esterilizar alguém?

por Jorge Soares, em 24.01.13

mãe4.jpg

Imagem do Expresso

 

A noticia já tem uns dias, o tribunal de família mandou retirar a uma mãe sete dos seus dez filhos, as crianças estão institucionalizadas e em principio irão para adopção, a noticia do Público não diz, mas eu já tinha lido algures que a senhora é muçulmana e casada (???)  com um senhor da mesma religião que para além dela é casado (???) com outras três mulheres. Acresce que a senhora está desempregada e o único rendimento com que conta é o abono dos filhos que por junto não chega aos 400 Euros.

 

A decisão do tribunal é baseada nas dificuldades económicas da família e no incumprimento, ao longo de anos, de algumas das medidas previstas no acordo de promoção e protecção de menores de que esta estava a ser alvo. Entre estas encontra-se a melhoria das condições da habitação, o procurar emprego e provar que está a ser seguida no hospital para proceder à laqueação das trompas.

 

Acho que não restam dúvidas a ninguém sobre os fundados motivos para a retirada das crianças, ninguém consegue manter uma família de 11 pessoas com 400 Euros, o cerne da questão é que um dos motivos invocados pelo tribunal é o facto de a senhora se recusar a laquear as trompas

 

Segundo esta noticia do Sol, e segundo declarações da senhora: "O que o juiz me disse foi que tínhamos de deixar em África os nossos hábitos e tradições e que aqui tínhamos de nos adaptar"

 

A questão aqui não é se é justo ou não o terem retirado as crianças, não estou a ver como é que nas condições financeiras e sociais desta família as crianças poderiam estar melhor com a mãe que institucionalizadas ou adoptadas., além disso a senhora ainda é jovem e ao ritmo que leva, quem sabe quantos filhos terá daqui a cinco ou seis anos?

 

A questão é se algum Juiz, ou alguma lei em Portugal, podem obrigar esta mãe a laquear as trompas.

 

Conheço várias pessoas que pela forma como vivem a religião católica são contra a utilização dos métodos contraceptivos, todos tem mais que três filhos e normalmente estes resultaram de falhas dos métodos naturais que utilizam e portanto são "acidentes" de percurso. Será que alguém aceitaria que um juiz obrigasse estas famílias católicas a utilizar a pílula ou algum método mais seguro que o da temperatura? É claro que não!

 

Eu acho que a senhora deveria laquear as trompas, assim como acho que os discípulos de Jeová deveriam aceitar transfusões de sangue, ou que todas as pessoas deveriam vacinar os seus filhos, é tudo uma questão de bom senso, mas uma coisa é achar, outra muito diferente é acreditar que exista algo na lei que faça as pessoas irem contra as suas convicções.

 

Não vejo nada de errado no facto de terem retirado as crianças, não estou a ver como é que sem nenhum rendimento além dos abonos, sem uma habitação condigna onde possam viver pelo menos 11 pessoas e sem que a mãe mostrasse vontade real ou condições de vir a arranjar emprego, estas crianças poderiam ter uma vida normal.  Vejo tudo errado na razão invocada.

 

Jorge

publicado às 22:38


22 comentários

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De DyDa/Flordeliz a 24.01.2013 às 01:23

Sempre ouvi comentar que quando dois deficientes (não falo de doença fisica) se relacionam, fazem vida comum e não têm capacidade para trabalhar e muito menos organizar uma vida com autonomia, uma das preocupações dos familiares é precisamente a esterilização.
Se é legal? Não sei!
Parece-me de bom-senso para todos.
Se algum juíz pode obrigar? Não sei!
O que não me parece justo é que a sociedade ou as crianças sejam responsáveis por a senhora se preocupar apenas em ser uma boa parideira, já que mãe?!...

Mãe é cuidar. Algo que a senhora não consegue.


Se eu fosse juiz, talvez mandasse fazer qualquer coisa. E já que uma rolha não funciona... teria de ser mais radical na sentença



P.S.: Já sei que levo, mas pouco me importa, venha daí que eu cá me aguento.
Beijos
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De Sandra Cunha a 24.01.2013 às 03:06

Flordeliz estou contigo.

Percebo os argumentos do Jorge e evidentemente concordo com eles. O problema é que esta senhora continuará a jorrar crianças cá para fora sem a mínima condição para os ter. E crianças não são brinquedos. São seres humanos que implicam uma responsabilidade enorme para quem os tem. A MAIOR responsabilidade que alguém (tirando algumas excepções) poderá ter ao longo da sua vida. E isto aplica-se a todos.

Portanto, penso que esta medida pode ser enquadrada enquanto medida preventiva. Quantas mais crianças têm de ser postas ao mundo para sofrerem, serem retiradas e institucionalizadas, ao abrigo da religião da senhora e do 'direito' a procriar que nem uma coelha?

Em grande parte dos países Africanos nem sequer existe legislação ou sistema de protecção à infância. Aqui existe. Funciona mal, mas existe. E é para cumprir. Neste caso, acho que o juiz até usou de muito bom senso. Se não há outra forma de a impedir de ter mais crianças. É um pouco como a castração química para os molestadores de crianças... está-se a interferir com um direito deles, mas é a forma de impedir que espezinhem os direitos de outros (e ainda para mais de crianças que, segundo a lei, gozam de protecção especial).

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De Cristina a 24.01.2013 às 10:16

Não conhecendo os detalhes da decisão do tribunal, apenas posso fazer a minha leitura da noticia: a senhora foi aconselhada a fazer a laqueação das trompas, como medida preventiva. Uma medida entre várias. Não cumpriu nem essa nem as restantes. O tribunal viu aí a manifesta pouca vontade em alterar a situação em que ela e as crianças vivem e decidiu retirar as crianças. É algo diferente de 'esterilização compulsiva'. Não me parece que seja possível analisar o caso sem o vermos no seu todo, embora a intenção ao focar na laqueação seja gerar polémica.

Cristina M.
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De DH a 24.01.2013 às 10:56

Bom dia Jorge.

A mim laquearam-me trompas sem autorização, quando nasceu o meu terceiro filho por cesariana, porque o protocolo hospitalar diz que que à terceira cesariana se devem laquear trompas. Eu tenho amigas que fizeram 4 cesarianas... Imagina o que é acordares de uma anestesia com esta notícia.
Posso contar-te pormenores, se quiseres. A P. sabe.

A esta senhora na Suiça, davam-lhe uma casa e um subsídio para alimentar as crianças. Elas nas instituições também dão despesa, e estariam muito melhor com a mãe. Só me apetece chorar a pensar nos miúdos retirados à mãe.

Sinto-o como uma mutilação, porque não foi decisão minha consciente.
Um beijinho
Dulce
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De DH a 24.01.2013 às 10:58

O que eu queria dizer é que sinto a laqueação como uma mutilação.
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De Jorge Soares a 24.01.2013 às 11:24

Dulce, há coisas que eu propositadamente não coloquei no post, não sei se na Suiça lhe dariam um subsidio assim tão facilmente, a senhora é Cabo Verdiana e nem sei se estará legal no país, possivelmente na Suiça seria tratada como ilegal e terminaria a dormir na rua como ainda há pouco vi que aconteceu com alguns imigrantes portugueses.

Nota que eu concordo contigo na parte da laqueação das trompas, no resto é que já não concordo.

Pensa lá, porque deve o estado, o nosso ou outro qualquer, dar uma casa e um subsidio a quem tem 10 filhos e escolhe não trabalhar e não fazer o mesmo a quem tem 1, ou dois , ou três?... se eu escolhesse agora deixar o meu emprego e não procurar trabalho o estado deveria dar-me uma casa e manter-me a mim e aos meus três filhos?

Jorge
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De DH a 24.01.2013 às 13:56

Jorge, eu concordo contigo, até nisso da "imoralidade" de dar um subsídio a uma pessoa que não trabalha (não sei se por não querer).
Os apoios familiares deviam ser para todas as pessoas, não só para este caso, e deviam existir! Os meus filhos não contam para quase nada em Portugal. Não contam como pessoas...
O que eu sei da Suiça passa-se com uma prima do meu marido. Ela tem 3 filhos pequenos, e quando teve o terceiro a Segurança Social deu-lhe uma casa maior e aumentou-lhe o subsídio. Ela está em casa com eles. Não sei como seria neste caso, ela nasceu na Suiça, é filha de pais portugueses e é casada com um português.

Beijinho
Dulce
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De golimix a 24.01.2013 às 18:23

Muito dá que pensar este assunto e se calhar à primeira vista pode não parecer. Pois, eu também fui mudando em relação a estes assuntos. Vou pensando se realmente "teremos" o direito de nos julgarmos melhores, de acharmos que se pode laquear as trompas de uma senhora, que manifestamente não sabe "dosear" a prole. Se "temos" o direito de desmembrar esta família. A verdade é que acho que os Estado não deve ser totalitário, mas também acho que as crianças são um bem enorme! O melhor que temos, e que temos o DEVER de as proteger. Mas. e há sempre um mas, será que estas crianças ficaram de facto melhor?

Vou falar de alguns exemplos. E não sendo nada xenófoba, é do conhecimento geral que as famílias de etnia cigana são numerosas. Quantas cumprem as condições de higiene, habitacionais e de saúde?
Pelo menos aqui para o Norte contam-se pelos dedos (se calhar de uma mão). As que frequentam as consultas, e que vacinam os seus filhos sem os profissionais terem que andar a pressionar. E algum tribunal se atreve a tomar alguma decisão de retirar filhos ou laquear trompas?

Conheço um caso, aliás é sobejamente conhecido por aqui, de uma senhora como esta, com alguns filhos, já não sei se 8 se 9, e que não vigiava as gravidezes e para ir à vacinação e consultas era um "Karma". Foi aconselhada, atenção, aconselhada a laquear as trompas, não sei se o fez, o que sei é que as crianças acabaram por lhe ser retiradas. O mais velho tinha na altura 15 anos e a mais nova meses.
Todos suspiraram de alívio. Protecção de menores, profissionais de saúde. Sim, agora as crianças iriam ter bons cuidados. Pois... o mais velho alucinou completamente ao ver os seus irmãos, cada um para seu lado e fez de um tudo para os manter unidos, claro que não deu, os seguintes, também não ficaram bem, tinham tudo mas faltava-lhes a família a mãe, que eles gostavam. Que até gostava deles, era "chochinha", não dava para mais, mas gostava dos filhos. E a institucionalização não lhes foi lá muito boa. Caso para pensar. Errou-se?
Fez-se tudo a pensar no bem estar daquelas crianças mas elas estava tudo menos bem...

Acho que talvez é caso para repensar se não existe outro tipo de atitude a tomar preservando a família. Muito mais difícil e se calhar mais onerosa. Já que requeria uma vigilância apertada, trabalho da parte dos profissionais. Mas este caso que te falei valia a pena. A senhora precisava ela própria de uma mãe. A Mulher gostava dos filhos, mas não tinha capacidade intelectual para mais.

Não posso dizer se é da mesma forma, mas de qualquer maneira fico a pensar... e se?
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De Dona das Chaves a 25.01.2013 às 00:38

Concordo consigo! Já apanhei a reportagem a meio, mas no final da mesma também comentei com a minha irmã o caso dos ciganos! Por aqui ainda os há nómadas, de carroça, e até com carros, a permanecer debaixo das árvores, sujos, malcheirosos , mas com geradores e televisões lcd, sim isto é real! Imagino que alguns recebem rendimento social de inserção ou algo semelhante, muitos até têm casas atribuídas pelas câmaras e segurança social, e a seguir não pagam as rendas, e ainda subalugam a outros ciganos. Depois as câmaras não têm casas para dar a quem realmente delas precisa. As crianças ciganas não são retiradas às famílias, quer sejam duas ou vinte e duas. Há um respeito pela etnia cigana e pelas suas crenças com as crianças e com os velhos, mas as crianças não são tão bem cuidadas assim e muitas vezes não têm educação nenhuma, e até são ensinadas a roubar, e assim vão seguindo na vida. Então porquê nada fazer com os ciganos e aos outros tratar diferente? A haver justiça, ela tem de ser igual para todos. Não quero com isto dizer que sou contra a retirada das crianças nestas condições, mas porquê não actuar igual com todos? Se sou xenófoba? Talvez, ou melhor dizendo, não era! Passei a ser quando percebi as injustiças desta sociedade que aos ciganos tudo dá, e aos outros obriga-os a trabalhar. Eu se fosse pedir uma casa à câmara, mandavam-me ficar na casa dos meus pais, ou arranjar-me de outra forma. Pois é, eu mais ou menos sou contribuinte, nada mereço das instituições estatais. As crianças são o bem mais precioso que há, merecem respeito, e merecem uma família, alimentação, cuidados de saúde. Mas família, é uma definição muito lata, por vezes é melhor uma família não convencional, ou de certa forma disfuncional, mas que lhes dá amor, do que atirar com crianças para instituições, ou famílias de acolhimento, que criar jovens revoltados! Mas isto sou eu, que nem sequer sou mãe, apenas tia, de uma sobrinha criada com um pai que a vê de vez em quando, e lhe dá um presente nos anos e outro no Natal. No entanto não lhe falta nada!
Ninguém deve ser obrigado a fazer nada no seu corpo, sem querer! Se acham que a senhora deve fazer uma laqueação, então deverá ser aconselhada e seguida por psicólogo ou pessoas com formação para aconselhar a senhora sobre esta opção. Mandar as crianças para adopção (foi o queme pareceu que foi dito na reportagem), não requer autorização dos pais, neste caso em que ambos existem e me pareceu que são contra a mesma?
Sou leiga nisto de crianças e segurança social, más condições de vida, mas por vezes ou é das reportagens, ou sou eu que sou burra, mas acho que há injustiças tanto na retirada de algumas crianças, como na não retirada de outras, veja-se o caso das duas crianças que supostamente a mãe matou com o fogo no quarto, que estavam sinalizadas pela segurança social. Há que ver realmente onde é que está o perigo, é que por vezes vale mais serem muitos, pobres e unidos, que poucos, pobres, maltratados e em perigo iminente de vida!
Xana
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De golimix a 25.01.2013 às 21:02

Não sei os pormenores deste caso mas toda a sua envolvência dá algo a pensar.

Quanto às crianças de etnia cigana que se habituaram a pedir à entrada dos hipermercados, o diálogo costuma ser mais ou menos este,
"Queres o dinheiro para quê?"
respondem "Tenho fome..."
"Mas então estás aqui, sozinha, e os teus pais não tratam de ti?" Onde estão?"
"hã? Ah! estão ali.."
" É que se estás sozinha e com fome temos que chamar a polícia para te ajudar, as crianças não devem estar sozinhas e tem que ser bem tratadas"
Olha-se para o lado e já não se vê nem criança nem ninguém!!!

Pois... dá que pensar.
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De Jorge Soares a 28.01.2013 às 00:14

Xana, duas coisas, é evidente que mandar as crianças para adopção não requer autorização dos pais, se assim fosse quase nenhuma criança ia par adopção, há muita gente que maltrata os seus filhos todos os dias mas gosta muito deles...

Agora a outra questão, o que será que está aqui errado?, terem actuado neste caso ou não actuarem no caso dos ciganos que muitas vezes é pior?

De resto há uma explicação para o facto de tirarem poucas vezes as crianças aos ciganos, é que eles tem sempre muita família alargada, e quando se retiram crianças estas vão sempre para família em primeiro lugar, só vão para adopção se não existir família alargada que se possa responsabilizar...

Será que as outras mulheres do pai se podem considerar família alargada?.. e quantos filhos terá o senhor das suas muitas mulheres... e quem será o pai dos netos da senhora?

Muitas questões.

Jorge
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De Dona das Chaves a 29.01.2013 às 00:15

Depois de ver no dia seguinte novamente o caso, percebi que havia motivos para retirar as crianças. No entanto eu pergunto-me porquê mandar as crianças para adopção? São sete irmão, que serão separados certamente, e isto em parte é cruel. Eu sei, que é melhor terem uma família que os ame, repeite, eduque, e oriente para serem pessoas adultas responsáveis, mas sendo tantos irmãos, acho terrível separa-los. Talvez eu diga isto por ter muitos tios e muitos primos, de ambos os lados da família, e sempre ter desejado ter mais irmãos, e sempre ter sonhado em ter muitos filhos e muitos netos. Eu sei que há estes casos em que é preciso intervir, mas continuo a ver os "ciganitos" mal vestidos, sujos, ranhosos e a dormir em tendas abertas, e sem frequentarem a escola. Isto é vida? Não me parece, mas aqui ninguém intervém, e não é por haver familia alargada, mas sim porque há armas nas mãos dos ciganos, há invasões de instituições sociais, etc e tal, e como se costuma dizer: Quem tem cú tem medo... basta ver o que acontece quando eles vão parar às urgências dos hospitais. E depois acho que os técnicos da segurança social, cometem muitos erros, e agem segundo os seus próprios critérios muitas vezes. Já lidei de perto com casos de retirada de crianças que não estavam em risco, dois irmãos separados um para cada lado, o que dificultava a vida aos pais para os irem visitar. Isto obrigava a uma ginástica tremenda, para poderem ir ver os filhos, sendo que o rapaz estava no Barreiro, e a rapariga no Algarve. Felizmente o rapaz voltou para casa do avô paterno, e tudo se começou a encaminhar para a rapariga voltar para casa da mãe, o que aconteceu algum tempo depois, mas foi complicado. E não eram crianças em risco, nunca entendi bem porque foram retiradas. Parece que todos temos de viver a nadar em conforto desmedido, e a comer que nem alarves, e a deitar comida fora. Quem não viver nestas condições já não pode ter filhos.
Pronto, eu entendi o caso da senhora do post, as crianças estão melhor agora, mas deixem-nas estar juntas. Sei que viver numa instituição não é vida para ninguém, mas às vezes é suficiente se siginificar a união dessas crinças que são irmãs. Daqui a uns anos é bem provavel que sejam mais felizes por saberem todos que estão juntos, que nunca se separaram e que podem seguir as suas vidas, sabendo cada um onde estão todos os outros.
Xana
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De Isabel- Akombi a 25.01.2013 às 15:47

Obg pelo comentário e atenção, dei com este seu blog através da partilha em "beijo de mulata" e como me identifiquei com aquelas palavras daquela mãe que partilhou. ( já conhecia o sobre adopção ....algo que já me passou pela cabeça desde que perdi a 3ª gravidez, seria o 3º filho, talvez o menino que o marido anseia em certa parte....)

A minha filha mais velha sempre foi mto agitada, até aos 8 meses dormia 2 horas e ficava outras 2 passava assim as 24h, eu culpava a minha falta de experiência achava que era por a estar amamentar exclusivamente até que não aguentado mais este ritmo nessa noite de ela com 8 meses a coloquei na sala dentro do parque e ali a deixei, sei que chorou mas a partir dessa noite as coisas começaram a mudar um pouco.

Ao crescem era aquela criança que parece que queria a atenção para ela nem que fosse da forma mais tonta ou mais fora de regras, ela despia-se a onde lhe apetecia, pulava, ria, subia moveis, e eu a achar que era falta de pulso da minha parte por ceder de cansaço.

Aos 5 anos nasceu a irmã e coincidiu com a ida para a pré , correu dentro da normalidade a não ser a sua fala abebesada , diziam que era por estar comigo em casa ao qual discordava pq fiz de mãe como profissão e dedicava a elas durante o dia com atividades e convívios

7 anos e começa a professora a coloca-la de parte, a dizer que não sabia nada, qd comigo ela mostrava saber, colocava-lhe orelhas de burro, castigos como ficar em sala de aula a trabalhar qd os outros iam para o recreio.....fiz queixa, foi avaliada por uma profe de apoio especial e não me esqueço das palavras " a sua filha não tem nada, até com rasteiras ela sabe a matéria, vou passar esta avaliação para a professora dela", começou a terapia da fala através desta técnica que deu atenção, diz que tinha tiques de surdos qd os exames davam que tinha audição a 100%, 4 meses e fez tanta diferença. Foi avaliada pela psicóloga durante aquele ano escolar " foi privada do contacto com as outras crianças qd não a proporcionam o contacto com creche infantários , tem que ser reeducada " foi este o diagnostico.

Quarto ano e queria a professora que eu assinasse uma declaração para ela reprovar, pois os testes diziam que ela sabia a matéria mas a profe entendeu que ela não estava preparada para avançar, eu recusei assinar só iria fazer mal á minha filha, ela que sempre fora uma criança grande e mto desenvolvida fisicamente.

Quinto e sexto ano ela tornou-se tímida , medrosa, auto estima baixa, o apresentar trabalhos orais é o pior que lhe podem fazer, diz que não consegue controlar os nervos e chega a recusar apresentar, agora com 13 anos e no 8º ano é uma miúda que vê problemas em tudo, a sua timidez torna-a bruta o que faz com que os colegas a gozem, a coloquem de parte, não aceita o seu 1m70 os 78kg o calçar o 41, encolhe-se assim que saia á rua, começa a ter mau rendimento escolar e quer desistir de tudo, das ajudas que lhe dou, das conversas com a diretora de turma
" seu eu não soubesse que ela tem uma irmã diria que é mto mimada, tem as características de filha única se a agora a quiser mudar já vai tarde" o pedido de ajuda que fiz a esta professora tem vindo a dar o sentido contrário, esta professora vai provocando a minha filha com comentários da conversa que tive com ela.

Neste momento está a ser difícil lidar com a minha filha pela sua negatividade, indiferença, isolamento e ao ler o que tenho lido ao longo desta semana tenho-me perguntado se será que ela não teve a atenção que deveria de ter tido? tenho a certeza que tudo o que passou em criança que na altura por ser tão tontinha não lhe afetava veio-a afetar agora, sinto-me de maus e pés atados pq ela não quer ajuda e eu já estou cansada e a desistir de a ajudar se calhar é como a diretora de turma me disse " mas qual é o mal de ela reprovar o ano, se é isso que ela quer, se calhar vai-lhe fazer bem".

Peço desculpa deste meu desabafo, mas sinto-me tão presa a algo que não consigo mudar e que transtorna pelo esforço que sinto que tenho que fazer mas que já não tenho forças.

Cumprimentos.
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De Jorge Soares a 28.01.2013 às 00:20

Olá

Li o seu comentário com atenção, de tudo o que conta consigo identificar algumas coisas que vivemos cá em casa.. se calhar a sua filha não foi diagnosticada como devia ser.

Nunca é tarde e não podemos desistir dos nossos filhos, por vezes sentimos-nos impotentes.. eu já me senti impotente muitas vezes, já dei por mim a tentar perceber onde teria errado... ms a vida continua sempre, e nós temos que seguir com ela.

Jorge
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De Isabel-akombi a 25.01.2013 às 15:57

Li agora o post, é um tema complicado em parte sou a favor mas noutro a mulher tem que ser livre de escolher, imagino que neste caso esta mulher já não se sinta com capacidade de escolha já deve encarar a gravidez como algo insensivel e mecanico e concordo qd diz que o estado não tem que ser culpabilizado e ajudar.
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De sentaqui a 25.01.2013 às 18:30

Assunto delicado este e que como é normal, suscita opiniões diferentes, a minha é coincidente com tantas outras e se há uma mãe que como esta se está manisfestamente borrifando para as condições em que vivem os filhos, numa atitude de puro egoísmo, penso que algo deva ser feito. O tribunal não pode mandar fazer isto ou aquilo, mas a sociedade e as instituições sociais devem actuar e se tiraram os filhos a esta mãe, penso ter sido o melhor. As crianças não pediram para nascer e merecem viver dignamente.
A religião não pode ser desculpa para tanta insensibilidade e irresponsabilidade.
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De Jorge Soares a 28.01.2013 às 00:20

Ora nem mais, concordo a 100%.

Jorge
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De I.B. a 29.01.2013 às 15:52

As religiões não devem ser desculpa, tem toda a razão. O problema é que o Islamismo recorre à guerra demográfica para alimentar as suas pretensões de hegemonia mundial.

E está a conseguir:

http://amigodeisrael.blogspot.pt/2013/01/fere-os-mais-elementares-direitos.html

Um pouco por todo o mundo os muçulmanos começam a ter um peso demográfico muito preocupante. Sugiro-lhe o vídeo que consta no post supracitado.
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De I. B. a 28.01.2013 às 16:13

Caro Jorge Soares,

Só o citei como fonte (à condição, pois V. não tem certezas, tal como eu) de que o marido da senhora tem outras mulheres. Também da minha parte não há qq. preconceito racial ou religioso em relação a ninguém. Infelizmente os muçulmanos radicais têm ambos os preconceitos em relação ao resto dos povos.

No caso presente, se é certo que os caboverdianos têm muitos filhos, é mais raro serem abertamente polígamos, a não ser que sejam muçulmanos. Por mim, nada contra. Desde que não venham para Portugal ter 10 filhos de cada mulher e viverem por conta dos nossos impostos.

É que os portugueses estão a acabar, a juventude adia o casamento e nascem cada vez menos filhos em pares responsáveis. Quem procria numerosamente são franjas marginais de portugueses, que vêem a Segurança Social como modo de vida, e que mais tarde serão o grosso da população prisional, dos delinquentes que nas ruas assaltam quem trabalha, ou pelo menos gente que jamais em toda a vida se disporá a mexer uma palha. Para quem sabe da vida só pelos livros, isto pode parecer paleio reaccionário, mas não é.

Se diminuir a população de gente trabalhadora e ordeira, e aumentar a de dependentes do Estado Social e outras franjas marginais, é bom de ver que vamos no mau caminho.

A juntar à classse política mega-corrupta que temos, será sem dúvida o fim de Portugal. E é pena, porque nós somos uma gente relativamente simpática e com alguns talentos. Ver a cultura gangster a ganhar terreno, e imaginar um Portugal governado pela Sharia, confesso que me aborrece um bocadinho.

Abraços,

I.B.

P.S. - Posso retirar a citação, não me custa nada
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De IB a 28.01.2013 às 16:17

Caro Jorge Soares,

Só o citei como fonte (à condição, pois V. não tem certezas, tal como eu) de que o marido da senhora tem outras mulheres. Também da minha parte não há qq. preconceito racial ou religioso em relação a ninguém. Infelizmente os muçulmanos radicais têm ambos os preconceitos em relação ao resto dos povos.

No caso presente, se é certo que os caboverdianos têm muitos filhos, é mais raro serem abertamente polígamos, a não ser que sejam muçulmanos. Por mim, nada contra. Desde que não venham para Portugal ter 10 filhos de cada mulher e viverem por conta dos nossos impostos.

É que os portugueses estão a acabar, a juventude adia o casamento e nascem cada vez menos filhos em pares responsáveis. Quem procria numerosamente são franjas marginais de portugueses, que vêem a Segurança Social como modo de vida, e que mais tarde serão o grosso da população prisional, dos delinquentes que nas ruas assaltam quem trabalha, ou pelo menos gente que jamais em toda a vida se disporá a mexer uma palha. Para quem sabe da vida só pelos livros, isto pode parecer paleio reaccionário, mas não é.

Se diminuir a população de gente trabalhadora e ordeira, e aumentar a de dependentes do Estado Social e outras franjas marginais, é bom de ver que vamos no mau caminho.

A juntar à classse política mega-corrupta que temos, será sem dúvida o fim de Portugal. E é pena, porque nós somos uma gente relativamente simpática e com alguns talentos. Ver a cultura gangster a ganhar terreno, e imaginar um Portugal governado pela Sharia, confesso que me aborrece um bocadinho.

Abraços,

I.B.

P.S. - Posso retirar a citação, não me custa nada. Mas vou esclaecer o contexto.
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De Jorge Soares a 28.01.2013 às 17:10

Não precisa de retirar a citação, eu só deixei o comentário porque me pareceu que não era claro o que eu tinha querido dizer.

Jorge Soares
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De I.B. a 29.01.2013 às 15:46

Obrigado, caro Jorge

Já botei lá umas linhas a deixar claro o que de facto estava confuso.

Este caso é que me parece claríssimo: a senhora caboverdiana, mais as outras esposas do marido, que tenham quantos filhos quiserem - mas que na terra deles!

As pessoas que não conseguem pensar sem se entrincheirarem em ideologia, que atentem no seguinte:

E se toda a gente se pusesse apenas a procriar, à dúzia, sem trabalhar e a viver por conta dos impostos de quem trabalha? Não haveria ninguém para semear e colher, para cozer o pão e o distribuir, não haveria médicos nos hospitais nem canalizadores nem quem fabricasse roupas, sapatos e óculos. Nem obstetras haveria, para assistirem aos partos dos subsidiodependentes fabricantes de filhos.

Ora tal como nós, portugueses, não vamos para Cabo Verde chular os respectivos contribuintes, eles que façam o mesmo connosco. E assim viveremos todos na santa paz.

I.B.


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