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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de Aqui
Quando lerem isto já se saberá quem ganhou as eleições italianas, a julgar pelas sondagens será a coligação de esquerda liderada por Pier Luigi Bersani a gerir os destinos de Itália, ainda que exista quem acredite que Silvio Berlusconi pode ganhar... lá como por cá as pessoas estão fartas da austeridade e Berlusconi prometeu devolver um imposto... quero acreditar que os italianos não tem a memória assim tão curta... mas...
Na Itália há muito que os grandes partidos estão longe da ribalta, às eleições apresentam-se sobretudo coligações, este ano apareceu uma chamada Movimento 5 Estrelas, liderada por Beppe Grillo um humorista sem muito talento mas que dada situação do país e a péssima imagem que o povo tem dos políticos tradicionais, chegou aos 15% nas intenções de votos.
Definido como anti politico e anti sistema, o movimento apresenta aos eleitores um programa que se foca principalmente em questões com: agua pública, mobilidade sustentável, desenvolvimento, conectividade e o meio ambiente.
Não tem evidentemente hipóteses de ganhar, mas se confirmarem o terceiro lugar nas urnas, terão de certeza uma palavra a dizer num futuro governo italiano que será sempre de coligação.
É difícil imaginar um país com a importância económica da Itália governado por um cómico de terceira categoria, ou não, afinal até há bem pouco tempo o primeiro ministro era Berlusconi... que de certeza ficará mais conhecido pelas festas do Bunga Bunga e pelos muitos escândalos que envolvem sempre mulheres bonitas, que pelas suas qualidades de governante.
As épocas difíceis são sempre propicias à aparição deste tipo de movimentos, há sempre alguém que diz o que o povo quer ouvir e com mais ou menos demagogia consegue fazer-se ouvir, foi assim que apareceu Hugo Chavez por exemplo, raramente conseguem chegar ao poder e por norma desaparecem tal como apareceram, a excepção será mesmo Chavez.
Ao contrario do que possa parecer, os principais partidos gostam deste tipo de personagens, raramente representam uma verdadeira oposição geralmente são o garante de que os votos dos descontentes não vão para o adversário directo e ficam dispersos por gente que não faz sombra.
Transpondo a situação para Portugal, quantos de nós votaríamos num partido formado pelos homens da luta e com o Hermam José como secretário Geral?
Veremos se nas urnas confirmam o terceiro lugar e por quanto mais tempo fará barulho este Grillo...
Jorge Soares