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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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Ontem o Primeiro ministro Passos Coelho saiu-se com mais uma ideia brilhante, em lugar de aumentar o salário mínimo deveríamos era de o diminuir, o aumento do salário é prejudicial para o emprego. E deu o exemplo da Irlanda, onde segundo ele, o salário mínimo foi reduzido com resultados positivos.
O que ele se esqueceu de dizer é que na Irlanda o salário mínimo estava acima dos 1400 Euros e diminuiu para algo mais de 1200, qualquer coisa como 3 vezes mais que o salário mínimo de miséria que temos por cá.
Tudo isto numa altura em que até os patrões são favoráveis a um aumento, não é difícil perceber porquê, o aumento dos salários significa mais dinheiro a circular e mais disponibilidades para o consumo, que por sua vez farão com que seja necessária mais produção e portanto mais mão de obra... o que significa aumento do emprego.
É claro que no caso das empresas exportadoras, o aumento dos salários se traduz em alguma perca de competitividade, mas estas são normalmente empresas que utilizam sobretudo mão de obra qualificada e não pagam de certeza o salário mínimo, pelo que o impacto seria mínimo.
Passos Coelho e quem o aconselha, veja-se as declarações de hoje de António Borges, insistem em olhar para o lado, e insistem em ir contra a corrente, e pelos vistos não há indicadores económicos ou manifestações que lhes façam perceber que a realidade em que todos vivemos é outra muito diferente daquela em que pelos vistos eles vivem. Até agora, para além de conseguirem uma redução do PIB em quase 10% nos últimos 3 anos e de um aumento do desemprego para números acima dos 17%, o que conseguiram eles com esta política cega e teimosa?
Estamos há quase três anos a insistir numa política de austeridade e aumento de impostos, os trabalhadores portugueses já perderam um terço do seu salário e estes senhores acham que ainda o devem reduzir mais... querem o quê?, que em lugar de recebermos para trabalhar passemos a pagar?
Jorge Soares