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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Não sou grande fã dos escritores norte americanos, acho sempre a escrita muito directa e pouco mágica, este Mataram a Cotovia andava cá em casa desde o Verão, a R. leu e adorou, quando terminei o "O Caderno de Maya" encontrei-o pousado algures e fui lendo.
Não acho que seja um daqueles livros que nos prende desde o inicio, mas é sem duvida um livro que se deixa ler e que pouco a pouco nos vai conquistando.
O livro mostra-nos a visão da sociedade americana numa pequena cidade do interior em meados do século passado, vista através dos olhos de uma criança. Uma miúda que acaba de entrar para a escola e que pouco a pouco vai descobrindo o mundo. O seu mundo cheio de brincadeiras de crianças e o mundo muito mais sério dos adultos que a rodeiam, um mundo que então tal como agora, está cheio de contradições, injustiças, meias verdades, muitas mentiras.
Stout é filha de Aticus, um advogado viúvo que no meio de uma sociedade cheia de preconceitos tenta educar os seus filhos com uma enorme civilidade de forma a que mesmo sendo crianças, estes consigam olhar para o mundo pelos seus olhos e não pelos da sociedade que os rodeia.
Aticus é um homem justo e ponderado que consegue perceber que na sociedade em que vive nem sempre a justiça se faz da forma mais directa, principalmente quando o que está em causa é a luta de classes e o profundo racismo da sociedade americana e tenta fazer entender isso Stout e ao seu irmão Jem, 4 anos mais velha que ela.
Em suma, este é um excelente livro, um clássico da literatura americana escrito de uma forma diferente e desde um ponto de vista muito pouco habitual.
Sinopse:
Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, vencedor do Prémio Pulitzer, em 1961, fala-nos do crescimento de uma rapariga numa sociedade racista.
Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando-os a reflectirem, em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e o preconceito. Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo, oferecendo uma interpretação plausível das provas e preparando-se para resistir à intimidação dos que desejam resolver o caso através do linchamento. Quando a histeria aumenta, Tom é condenado e Bob Ewell, o acusador, tenta punir o advogado de um modo brutal. Entretanto, os seus dois filhos e um amigo encenam em miniatura o seu próprio drama de medos, centrado em Boo Radley, uma lenda local que vive em reclusão numa casa vizinha.
Jorge Soares