Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Alguém me deixou a seguinte pergunta naquele post do outro dia em que uma mãe dava o seu testemunho
Tenho lido sobre estas situações e concordo com o que o Jorge e outros leitores defendem, que é o não desistir da criança porque o que elas precisam é de validar o nosso amor e a verdadeira vontade de lutar por elas enquanto filhos. Mas a questão que gostaria de colocar é como se passa por um processo destes quando já se tem um filho biológico, que é meu caso? Como se pode conciliar esta luta pelo amor de uma criança quando já temos outra, sem que esta se magoe e que guarde o melhor desta fase? Alguém passou por isto? Obrigada.
Definitivamente esta semana não é uma boa altura para responder a esta pergunta... mas eu vou tentar na mesma.
É claro que ter um segundo filho afecta sempre o primeiro, não há forma de que não afecte.. o coração não se divide, o amor não se divide, aumenta com cada filho que temos.. mas há coisas que não aumentam, o tempo por exemplo, ter um segundo filho implica sempre menos tempo e atenção para o primeiro, não há como fugir a isso.
É evidente que quanto mais problemático for um filho mais atenção requer de nossa parte e evidentemente isso implica sempre menos atenção para os outros, também não há como fugir a isso.
Cá em casa há três, tentamos ser equitativos e dar a mesma atenção, que quando nos pomos a pensar é sempre pouca, aos três, mas evidentemente isso nunca é possível e no fim há sempre alguém que é prejudicado...
E por muito injusto que possa parecer quem tem menos problemas, quem tem mais segurança em si próprio,.. é quem tem direito a menos atenção, a menos apoio, não é que isso signifique menos carinho e amor, mas sem duvida nenhuma que significa menos atenção.
Depois há sempre os inseguros que fazem tudo para ser o centro das atenções, e cá em casa também temos disso... muito menos, há quem se especialize em monopolizar a atenção dos pais, mesmo que para isso tenha que fazer uma asneira atrás da outra....
Eu sei, a pergunta era sobre filhos adoptados, mas o que eu disse antes aplica-se a filhos, não importa se são adoptados ou biológicos, isto é sempre verdade... e depois, como já disse muitas vezes, não há filhos biológicos e adoptados, há filhos.
Como se pode conciliar esta luta pelo amor de uma criança quando já temos outra?... simples, não se concilia, quando aceitamos que vamos ter outro filho temos que o fazer de coração aberto e a acreditar que somos capazes de fazer crescer o amor até ao ponto justo em que chega para todos.
Jorge Soares
PS:Peço desculpa a quem sente a falta das respostas aos comentários, estes tem sido tempos conturbados por cá, espero sinceramente voltar ao normal rápidamente... antes de ficar com todos os cabelos brancos