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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Artigo 21
Há pouco no Facebook circulava um convite para a festa de saída do governo que iria ocorrer no Marquês, não sei se haverá assim tantos motivos para festejar, se calhar haveria, todos nós sentimos a austeridade na pele, a generalidade dos funcionários públicos viu o seu salário diminuir em um quarto e já se fala em diminuir ainda mais os salários e pensões dado o enorme buraco nas contas dos impostos.
Afinal, (ainda) não há motivos para grande alívio, Passos Coelho fazendo jus à sua teimosia, insiste em que não se demite e não aceita a demissão de Portas. Não consigo perceber como é que mesmo depois de uma tomada de posse em que não esteve nenhum ministro do CDS, depois de Paulo Portas ter dito ao mundo que se demite porque não concorda com esta nomeação e com a continuação das políticas económicas do governo, Passos Coelho acha que vai dar a volta a este assunto.
Acho que deve ser evidente para todo o mundo que Passos Coelho teve uma oportunidade de resolver esta crise, era nomeando para o lugar de Vitor Gaspar alguém que significasse não digo uma ruptura com o passado, mas pelo menos alguma expectativa de que as coisas poderiam tomar um rumo diferente.
Ao nomear alguém que para além de estar no centro das atenções pelas piores razões, tem a oposição de um dos partidos da coligação, Passos Coelho ou é muito teimoso, ou então estava mesmo a tentar criar uma crise política.
Não sei que argumentos irá agora apresentar a Portas e ao CDS, mas não estou a ver como é que pode sair desta embrulhada sem perder a face, vai dar o que em troca da paz? A cabeça de Maria Luís Albuquerque que poderá passar à história como a Ministra das finanças mais rápida de sempre? Vai ceder na parte económica e mudar o rumo da Austeridade? Nesse caso será que esta ministra das finanças está talhada para inverter o rumo?
O que vimos hoje foi um tentar de sacudir a água do capote, tanto da parte de portas como de um Passos Coelho que dá a imagem de estar agarrado ao poder, um espectáculo ridículo que não faz o menor sentido e que mostra como é frágil o equilíbrio político desta coligação.
Com isto tudo evidentemente quem perde é o país e todos nós, se tivessem vergonha demitiam-se, convocavam eleições e que o povo passasse factura do que aconteceu nos últimos anos e que nos levou a esta situação.
Quanto ao silêncio e à posição autista do Presidente da República, acho que estamos conversados, por ele este governo só cai no dia a seguir às eleições de 2015.
Jorge Soares