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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Uma das condições para se escolher o Parque de campismo na Eurodisney é que seja próximo de uma estação de comboios, no programa estavam pelo menos dois dias em Paris e não me passava pela cabeça levar o carro. Tínhamos escolhido um que tem uma estação de comboio à porta, infelizmente estava cheio, ficamos noutro que estava a uns cinco minutos da estação que se vê na fotografia.
E fomos a Paris logo no dia a seguir à chegada. Na recepção do camping não tinham os horários, mas garantíram que havia comboios frequentes... Chegados à estação, que estava completamente encerrada, verificamos que a frequência era uma vez por hora... e tinha sido há 15 minutos... além disso não era directo, havia que mudar de comboio em Esbly.
A única forma de comprar bilhetes era naquela máquina azul que se vê na fotografia... lá atacamos a máquina, feitas as contas, o mais barato era comprar um pack de 10 bilhetes, quase 70 Euros... ora nós éramos 5.. era mesmo ida e volta.
Escolhemos a opção, meto o cartão multibanco , a máquina diz o preço, meto o código e começam a sair os bilhetes.. 1, 2, 3, 4, 5, 6..... um recibo que é um bilhete impresso como recibo..e mais nada.
Pânico, então mas pagamos um balúrdio pelos 10 bilhetes e agora só saem 6? Demos 20 voltas à máquina, mas nada, nem piou... e para além de nós não havia vivalma na estação.
Chegou o comboio, falamos com o condutor, quando mudamos de comboio falamos com o responsável da estação, ninguém conseguia fazer nada,... finalmente em Paris na Gare del Este, alguém nos explicou que era normal isso acontecer, quando acabava o rolo a máquina não dava mais bilhetes nem dizia nada... mas também só cobrava os bilhetes impressos....
Lá fomos passear para Paris, andamos de metro e a pé. À volta compramos os bilhetes que faltavam e apanhamos o comboio de volta para Esbly, que chegava 5 minutos antes da partida do outro que nos levaria de volta ao camping.
Quando faltava uma estação para o nosso destino, dizem qualquer coisa em francês e todo o mundo sai do comboio...
- Mas o que é que se passa?
- Acho que temos que sair...
- Sair como?, a nossa estação não é esta
- Pois, mas acho que temos que sair.
E saímos, num apeadeiro qualquer e ficamos a ver como o comboio vazio se afastava na direcção da estação para onde íamos... finalmente encontramos alguém que falava inglês e que nos explicou que aquele comboio estava com um problema técnico... mas que não havia problema, dali a 25 minutos passava outro... e passou, só que o outro que íamos apanhar não esperou e uma viagem de 35 minutos de Paris a Crecy La Chapelle, demorou quase duas horas.
Na segunda vez decidi retirar uma das variáveis ao problema, fomos de carro para Esbly, eram uns 10 kms, as estações tem estacionamento gratuíto e lá passavam mais comboios, sempre evitávamos possiveis desencontros de horários.
Lá chegados fomos direitos à bilheteira, que fechou na nossa cara... a partir daquele momento, bilhetes para Paris só na máquina... ó sorte. Lá fomos para a a máquina.. que decidiu que não nos vendia bilhetes... devia ser amiga da outra.
Voltamos à bilheteira onde ainda estava o funcionário... mas não nos vendeu os bilhetes, mandou alguém ver a a máquina. Veio um senhor com ar de chefe de estação de outros tempos... boné incluído. Abriu a máquina, resolveu o problema...
- Já está, agora é só esperar 10 minutos a que reinicie.
-10 minutos?
-Oui
- Mas o comboio é daqui a 5.
Encolheu os ombros e foi-se embora.
Ficamos a olhar para a a máquina a arrancar... era um computador com windows XP, devia ter uns 15 anos.. vi uma coisa que não via há anos, o checking da memória e o windows a arrancar lentamente.
Entretanto chegou o comboio e nada de bilhetes, voltamos a falar com o senhor que nos mandou ir para Paris, comprávamos os bilhetes lá e ele falava com o revisor....
Percebem que a estas alturas eu já odeio o raio das máquinas azuis e começo a odiar os comboios franceses.
O problema é que em Paris e ao contrário das outras estações é necessário passar os bilhetes pelas máquinas para se conseguir sair da estação... fomos ter a um guichet onde nos deram bilhetes para sair e nos mandaram comprar bilhetes às bilheteiras do outro lado... já estava pelos cabelos... compramos bilhetes sim, mas para o metro.
Curiosamente já da outra vez nos tinhamos deparado com uma estação onde ainda não havia máquinas e ao Domingo não estava ninguém para vender bilhetes...e também tinha resultado que tinhamos ido de borla a Paris.
Por vezes falamos do mal que funcionam as coisas por cá... mas não fiquei com grande impressão dos caminhos de ferro franceses... nem das máquinas, nem dos seus funcionários... mas pronto, não vamos ser muito exigentes.
Jorge Soares