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Nelson Arraiolos

 

Imagem do Público

 

Nelson Arraiolos está desempregado, já escreveu a Cavaco Silva a informar que não vai pagar mais impostos, já andou de autocarro sem pagar, com isso conseguiu ser noticia e de algum modo chamar a atenção para as suas dificuldades e para as dificuldades que passam todos os desempregados deste país.


Agora Nelson anunciou que vai dar um novo passo:


“Ao meio-dia, nesta quarta feira, 4 de Dezembro, Nelson Arraiolos irá deslocar-se ao Pingo Doce do Rossio, Rua 1.º Dezembro, 67-83, 1200-358 Lisboa, entrará no supermercado, pegará num quilo de arroz e sairá sem pagar.”


Anunciado assim com a morada completa, o dia e a hora certa, tem algumas coisas garantidas, a presença de muita gente que o irá aplaudir, da comunicação social que irá narrar tudo como se de um derby de futebol se tratasse e de certeza absoluta a presença da polícia, que evidentemente evitará a subtracção do arroz, levantará o correspondente auto e espera-se, deixará o Nelson ir à sua vida, com mais uns problemas para resolver.

 

Basta ler as noticias online para se perceber que há muita gente a aplaudir a atitude do Nelson, lamento, mas eu não vou por aí, percebo que o Nelson não consiga pagar os impostos e portanto deicida adiar esses pagamentos, entendo que decida não comprar o passe, mas já não entendo esta ideia de ir buscar comida ao supermercado sem pagar, isso chama-se roubar.

 

O desemprego em Portugal anda perto dos 20%, imaginemos que de repente todos os desempregados passavam a ir aos supermercados, enchiam os carrinhos e saiam sem pagar? O que acontecia à economia se de repente 20 das população deixasse de pagar o que compra? Quantos supermercados teriam que encerrar as suas portas e em quanto contribuiria isso para o desemprego?

 

É suposto isto ser um acto simbólico? Concordo, mas convém que o Nélson explique isso bem, pedir a desobediência pode ser um pau de dois bicos, pode  ser que haja quem se ache no direito de fazer o mesmo e  a coisa corra mal...

 

Há duas ou três semanas na Venezuela, Nicolás Maduro o presidente da República,  decidiu vender mais baratos os electrodomésticos de uma loja.. nos dois dias seguintes a maioria das lojas de electrodomésticos do país  foram saqueadas, muita gente encheu as casas de televisões, ipads, computadores  e torradeiras e agora vai demorar muito até que alguém volte a abrir uma loja em Caracas, entretanto milhares de pessoas ficaram desempregadas e o país ficou mais pobre... tudo em nome do populismo bolivariano e presidencial.

 

Já agora uma questão, acabo de ler que o Nelson vive no Bombarral, porque vir fazer isto a Lisboa? sempre poupava o dinheiro da viagem... não?

 

E será que o Pingo Doce não patrocina uns kilos de arroz ao Nelson, é que olhe-se por onde se olhe, não tem por onde ficar bem na fotografia, deixar o Nelson sair sem pagar o arroz é incitar a que outros façam o mesmo, obrigar a que ele pague, vai gerar o ódio de muita gente.... a esta altura deve haver alguns gerentes com os cabelos em pé... será que a loja vai estar aberta?

 

Jorge Soares

publicado às 21:32


24 comentários

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De poetazarolho a 27.11.2013 às 23:29

"O Nelson"

O estado pode roubar
Mas o Nelson é que não
Por desempregado estar
Dedique-se à meditação

Pare agora de respirar
E controle a pulsação
Pr’assim poder poupar
No processo de combustão

As células deve dominar
Impor ritmo ao coração
Até conseguir vegetar

Os açucares em circulação
Possa também desprezar
No processo d’alimentação.

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 28.11.2013 às 15:21

Pode sempre haver arte e poesia mesmo no meio de cegos e surdos (bloguista e comentaristas). A prova é o seu rasgo de criatividade e humor mas como a audiência não ouve, não vê nem sente, haja um (eu) que leia em voz alta pelo menos os cegos terão a possibilidade de «ver».
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De Jorge Soares a 28.11.2013 às 22:16

Nada como um cego para conseguir ver... quer ter a gentileza de me explicar o que vê nisto tudo?, se calhar ficávamos mais esclarecidos

Obrigado desde já

Jorge Soares
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De Jorge Soares a 28.11.2013 às 22:12

O estado não pode roubar, nós é que o deixamos roubar.

Não me aprece que roubar seja a solução para o que quer que seja.

Jorge Soares
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De poetazarolho a 29.11.2013 às 16:09

Semântica, deve querer dizer somos latinos.

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