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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Quantas vezes já nos apeteceu deitar tudo para trás das costas e simplesmente partir? Aos 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo o que uma mulher ocidental formada e ambiciosa podia querer, tinha a vida que muita gente ambiciona e nunca consegue, o marido dos seus sonhos, a casa com que a maioria pode sonhar e uma carreira de sucesso.
Aos 34 deu por si a olhar à volta e a sentir que não era dali e resolveu simplesmente deixar tudo para trás, começar a sonhar de novo e partir à aventura, à procura de experiências de vida e de novos sonhos.
A primeira escala é em Itália, e esta é para mim a melhor parte do livro, em poucas páginas podemos encontrar toda a magia e romantismo com que tantas vezes imaginamos tanto Roma como o resto da Itália. Esta é a parte do comer e tudo o que se come nesta parte do livro é simplesmente sublime, quase que conseguimos sentir o sabor e os aromas da Itália mais tradicional... tudo envolto numa enorme aura de romantismo e beleza... não fosse eu já ter estado na Itália e juro que me candidatava ....
A segunda escala é na India, é a parte do Orar, foi a parte que gostei menos do livro, para mim a descrição da oração, do yoga e da concentração são levados a um extremo que por vezes torna a escrita enfadonha... mas imagino que faça parte... é claro que de novo as descrições são sublimes.
A terceira parte é a de amar e passa-se em Bali.. aprendeu a equilibrar o prazer sensual e a transcendência divina. Tornou-se aluna de um feiticeiro nonagenário e apaixonou-se da melhor maneira possível - inesperadamente.
Eu vi o filme antes de ler o livro e recomendo os dois, este é um livro sobre muitas coisas, sobre os sonhos e a forma como estes vão mudando ao longo da nossa vida, sobre os prazeres da vida e sobre como muitas vezes temos que fazer enormes sacrifícios em troca de pequenas coisas que pouco a pouco e no seu todo nos vão preenchendo... mas é sobretudo um livro sobre o recomeçar. Quantas vezes já abdicámos de sonhos achando que tínhamos a relação ideal e o emprego de sonho, e chegamos à conclusão que às vezes temos de recomeçar do zero?... há quem consiga e se dê bem... pelo menos nos filmes.
Jorge Soares