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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Este post da Manu deixou-me a pensar, o post e os comentários, assim como este da Rita. Ao contrario da maioria das pessoas, eu não tenho grandes recordações do natal da minha infância, por muito que tente não me consigo lembrar de nenhuma prenda... mentira, lembro-me que havia sempre um chapéu de chuva de chocolate... curiosamente lembro-me dos carrinhos e camiões, dos legos e demais brinquedos de moda que os meus primos recebiam.. e que invariavelmente eu invejava quando no dia 25 nos encontrávamos em casa da minha avó.
Quer isto dizer que os meus natais eram tristes? não, claro que não, eram simplesmente os natais humildes das pessoas humildes, em minha casa havia árvore de natal, presépio e luzinhas, e havia batatas e bacalhau e bolo rei... mas o facto de haver menos consumismo, menos prendas, menos coisas, fazia do meu natal de então um natal melhor que o de hoje? É que por vezes fico com a sensação que assim é, que o natal de hoje como tem muitas coisas, muitas prendas, muita comida, muito consumismo, é mau.
Lendo os comentários ao post da Manu ficamos com a sensação que as pessoas resistem a ser felizes, a aceitar que um natal cheio de coisas, cheio de prendas, cheio de consumismo é um natal mau... não é natal, porquê? O que tem de mal que as pessoas possam comprar, dar prendas, partilhar?
Eu olho para trás e resisto-me a pensar que o natal dos meus filhos seja pior que os meus, não, resisto a acreditar que o facto de que os meus filhos tenham tudo aquilo que eu sonhava e não podia ter seja mau... eu sou muito feliz porque ao contrário dos meus pais, eu posso dar-me ao luxo de comprar para os meus filhos muitas coisas.
As pessoas dirão que se perdeu o significado do natal... pois a isso eu respondo que o natal, para além de ser quando o homem quiser, também significa o que quisermos. Eu sou ateu, evidentemente não festejo o nascimento de um menino numa manjedoura, mas festejo o momento, a presença da família, se quiserem, festejo a alegria de poder ter um natal, de poder comer, comprar, gastar.... porque o natal já era natal antes de supostamente ter nascido um menino algures a Oriente... e como vão as coisas, daqui a 3 ou 4 gerações já poucos pensarão nesse menino, mas aposto que o natal continuará a ser festejado.. e espero que com muito mais luz, muito mais festa... muito mais alegria...
Jorge Soares