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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Já me acusaram aqui de querer ter sempre a razão, bom, não tenho, dou o braço a torcer algumas vezes e pelos vistos esta será mais uma delas.
Por norma sou desconfiado em relação a tudo o que tenha a ver com a igreja católica e muito desconfiado em tudo o que tem a ver com papas, e fui dos que torci o nariz à eleição deste. Disse na altura que se a ideia era mudar a igreja esta não seria a escolha certa, o que só mostra que para conhecermos alguém temos que ir mais além do que lemos na comunicação social e sobretudo a mim mostra-me que só depois de vermos as pessoas actuar é que podemos julgar.
Ainda durante esta semana quando foi aquele episódio do passeio do amigo no papa-móvel, eu fiquei a pensar se tudo isto não seria simplesmente resultado de uma campanha de marketing muito bem pensada e melhor sucedida... isto porque apesar da às vezes até exagerada proximidade deste senhor ao povo, a verdade é que a igreja é uma instituição antiga, velha e muito pesada onde não é fácil ver as mudanças.
Uma das coisas que mais critico na igreja, crenças e fé aparte, é a forma como tenta obrigar as pessoas a seguir as suas regras, especialmente as suas normas com respeito a meios anticonceptivos, a forma como discrimina os homossexuais, os divorciados, mães e pais solteiros, etc. Sempre olhei para isto como uma forma errada e artificial de angariar fieis, até porque a fé tem pouco a ver com a religião e não é excluindo que se chega às pessoas.
E é preciamente neste tipo de coisas que este papa se mostra cada vez mais um papa diferente, foi noticia hoje em toda a imprensa nacional e internacional que: "O Papa Francisco baptizou neste domingo, no Vaticano, o filho de uma mulher solteira e a filha de um casal casado apenas civilmente, durante uma cerimónia na Capela Sistina"
Dizem também as noticias que isto aconteceu por iniciativa expressa do Papa e acho que não restam duvidas que , tal com o já o tinha feito com os seus comentários sobre a forma como a igreja deve olhar para os homossexuais, Francisco tenta dar o exemplo sobre o que deve ser uma igreja inclusiva e aberta a todos.
Ainda um destes dias alguém me comentava que um padre algures numa aldeia do centro do nosso país se tinha negado a comparecer num funeral porque havia a suspeita de que a defunta se tinha suicidado, são também comuns os relatos de pessoas que tem que deixar de comungar e até de dar catequese porque se divorciaram, já para não falar da enorme quantidade de pessoas que não baptizam os seus filhos porque não se casaram pela igreja... era bom que a Igreja Portuguesa olhasse para o exemplo que vem de cima.
Jorge Soares