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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Hoje fui com a P. buscar os miúdos à escola, fiquei uns minutos sozinho no carro, no Radio Clube Português passava um programa sobre as pessoas que vivem na rua.
Isabel vive na rua, uma vida que corre mal, um azar e ela viu-se na rua, achava ela que era só por uns tempos, mas a vida foi madrasta para Isabel, 17 anos depois ela continua na rua. Isabel já não pensa na vida, só na morte, ela há muito que não tem algo que se chame vida e já não quer viver, só morrer e só não se mata porque tem medo de não conseguir fazer bem o trabalho e ficar viva e a sofrer.
Ao contrário de tudo o que se possa pensar, a Isabel não está só no mundo, ela tem família, um filho e netos. O filho de Isabel por vezes ajuda a mãe, dá-lhe dinheiro, mas ele tem o emprego, a mulher e os filhos e não a pode levar a viver com ele, nem fazer com que ela saia da rua. E Isabel continua na rua, sozinha, sem esperança, sem querer viver, só morrer.
O programa continuava, mas a história da Isabel ficou por aqui, de seguida falavam os psicólogos, eu não ouvi mais, mas fiquei a pensar na Isabel e no seu filho. Por vezes acho que já nada no mundo me consegue surpreender, mas há sempre algo mais. Evidentemente não sei o que levou a Isabel à rua, nem o que a afastou da família, pareceu-me que ela tinha um discurso coerente e normal. Confesso que não consigo perceber como é que o filho da Isabel consegue ter uma vida normal, com o seu emprego, a sua mulher, os seus filhos enquanto a sua mãe está na rua, só, a querer morrer e não viver.
Mas há no mundo quem tente evitar que existam casos como este, vejam este post da Cigana e se puderem ajudem o Daniel e o Masa
Jorge
Imagem retirada da internet