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As ameixas

por Jorge Soares, em 05.10.08

 

Ameixas

 

Hoje comi uma ameixa à sobremesa, era enorme, escura, quase preta, com o primeiro bocado consegui identificar o sabor inconfundível da fruta madura.... ameixa!

 

Lembro-me de ter 5 ou 6 anos e de ir colher ameixas que sabiam como esta, da árvore que havia em casa da minha avó. Entre o tanque de lavar a roupa, a casa da minha avó e o moinho donde o milho se convertia na farinha que depois de amassada e cozida no enorme forno de lenha, seria uma broa de milho escura e deliciosa, havia duas ameixoeiras. Uma de ameixas brancas que quando amadureciam se tornavam douradas e doces como mel e uma de  encarnadas, pequenas e alongadas.

 

Uma das árvores, a dos frutos encarnados, cresceu encostada à casa, de modo que facilmente eu e o meu primo Rogério a conseguíamos utilizar como escada. Passávamos o verão a subir ao telhado e a inspeccionar  os frutos ainda verdes, que começavam a pintar após as primeiras chuvas. Lembro-me de me empanturrar de ameixas maduras e do dia em que o meu primo caiu da outra arvore, à que eu não conseguia subir.

 

Aos 10 anos fui para longe, quando voltei a casa da minha avó, 6 anos depois, nenhuma das arvores lá estava, dei pela falta delas, mas nunca perguntei o que lhes tinha acontecido. Imagino que à medida que eu crescia lá longe, as árvores envelheciam e terminaram por morrer. Até hoje, quase 30 anos depois, não tinha voltado a comer ameixas.

 

Jorge

PS:Publiquei este texto em Setembro do ano passado, hoje e dado que a inspiração e os temas andam longe, decidi que era boa altura para me revisitar

PS2:Imagem retirada da internet

 

publicado às 21:10


13 comentários

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De Paola a 06.10.2008 às 14:55

Também eu tenho a minha infância cheia de fruta... poucas ameixas. Mais figos, jaranjas, ginjas, cerejas, medronhos... a todas as árvores eu subia e de muitas caí! Tens razão, estas memórias servem mesmo para nos revisitarmos e vermo-nos por dentro.

E tu, já podes trepar a ameixeira ou ainda não?
Beijinhos
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De Jorge Soares a 06.10.2008 às 21:50

Olá

Belos tempos, eu não tive uma décima parte do que os meus filhos tem hoje em dia.... mas tive liberdade, a liberdade de crescer na natureza e com ela.

Não, e parece-me que ainda vai demorar.. ainda não posso apoiar-me no pé... mas vai indo.

Beijinho
Jorge


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