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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Um post são palavras lançadas ao vento, palavras que por norma tem validade limitada e tempo de vida útil muito curto, a noticia do dia, o livro que li, algo que me aconteceu, etc. Há posts neste blog que teimam em se manter vivos. Talvez porque há muitas pessoas que pensam como eu, ou que sentem o que eu já senti, ou porque estão a passar por aquilo que já passei... nem sei.
Já escrevi muitos posts sobre adopção, tantos que começo a achar que o pessoal deve começar a estar farto de me "ouvir" falar do mesmo. Em Janeiro deste ano escrevi um post chamado A adopção em Portugal, que teima em estar vivo, pelo menos uma vez por mês recebe um comentário. Esta semana voltou a acontecer, um comentário que merece um post... este post: Aqui está o comentário:
Olá Margarida, vamos por partes:
1-A possibilidade de se afeiçoar a uma criança que depois não seja dada para adopção, não deveria existir, isto porque como já disse aqui antes, só as crianças que tem como projecto de vida a adopção são apresentadas aos candidatos, e por lei estes não podem ser família amiga ou família de acolhimento de crianças institucionalizadas, portanto o receio é infundado. Quanto ao tempo de espera, bom, eu conheço casos de processos que duraram dois ou três meses e casos que duraram quase 10 anos, não é nada linear, depende muito das caracteristicas que definimos para a criança, do distrito, de as assistentes sociais engravidarem ou não, de elas irem ou não com a nossa cara... depende de tantas coisas que até parece incrivel.....
2-A possibilidade de qualquer criança adoptada se sentir estranha no meio da família que a adopta é real, mas não tem a ver com a cor da pele, tem a ver com o facto de ser adoptada. Eu tenho uma filha biológica branca e um filho adoptado na adopção nacional mulato. Ele está connosco há 8 anos e até hoje nunca se sentiu estranho no ambiente familiar e conheço casos de pessoas que adoptaram crianças brancas que simplesmente tiveram que optar por quebrar os laços com algumas pessoas da sua família, porque estas se negam a aceitar crianças adoptadas, quaisquer crianças. O facto de uma criança se sentir aceite ou não não tem a ver com a cor da pele ou com a sua cultura de origem, tem a ver connosco e com o nosso ambiente familiar, ou somos capazes ou não somos, e isso aplica-se a qualquer criança de qualquer origem.
3- O facto de não ser casada não deveria afectar em nada o processo de adopção, a lei diz casados ou a viver em união de facto há mais de 4 anos.. e basta o comprovativo da junta de freguesia.
Margarida, obrigado pelo seu comentário, e deixo o convite para que se inscreva no grupo de email nos adoptamos, uma lista de email onde se discutem os temas da adopção e se partilham experiências de vida. é aqui: http://groups.yahoo.com/group/nos-adoptamos/
Jorge
PS:Imagem retirada da internet