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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Não sei se já disse aqui, mas sou um ateu convicto, deus não existe, ponto final. Ora se deus não existe, festejar o natal não deixa de ser algo bizarro. Uma vez em conversa com um amigo, ateu como eu, e quando lhe falei de lhe enviar um postal de natal, ele disse que não, que ele não festejava o natal, mas teria muito gosto em receber um cartão para festejar o dia dos inocentes, que para os latino-americanos é o dia 28 de Dezembro, sendo que é nesse dia que se festeja o dia das mentiras.
Para mim o natal costuma ser quase uma peregrinação, os meus pais estão em Oliveira de Azeméis e os meus sogros estão em Portalegre, todos os anos tenho uma viagem de 1000 Kms, ceia de natal num lado, almoço do dia 25 no outro. Mas não deixa de ser a festa da família, porque os 1000 Kms são mesmo para isso. É evidente que não festejo o nascimento de um menino numa manjedoura, nem vou à missa do galo, mas eu sou uma pessoa que gosta de tradições.
Quando a ceia de natal é em casa dos meus pais, começo a petiscar a meio da tarde e quando chega a hora da ceia o apetite já é muito pouco, mas não deixo de comer nem que seja um bocadinho de bacalhau cozido com as correspondentes batatas e muito azeite.
Passei alguns anos na Venezuela em que não havia bacalhau, não havia divisas para importações. E por muito peru, carne assada, leitão, que me apresentassem, o natal não me sabia a natal, ficava sempre algo por preencher. Sei que é uma parvoíce, mas há coisas que estão dentro de nós, coisas que fazem parte das nossas memórias e que dificilmente morrem.
Em casa da minha sogra não há bacalhau cozido na ceia de natal, há bacalhau assado no forno e isso é em minha honra, não deixa de ser natal e uma festa familiar...
O natal começou por ser uma festa pagã que festejava o solstício de inverno, depois foi herdado pelos cristãos que festejam o nascimento do seu salvador, e do meu ponto de vista, voltou a ser uma festa pagã, em que se celebra uma árvore e um senhor de barbas e se trocam presentes.... mas, o mais importante, muito mais importante que o consumismo, é que é uma festa em que se juntam pessoas, há pessoas que viajam milhares de Kms só para estarem com quem amam.. e só por isso, é uma festa bonita.
E vocês?, como é o vosso natal, esqueçam o consumismo e a troca de prendas, falem-me do vosso natal, de aquilo que significa e lhes deixa no coração.
Jorge
PS:Imagem retirada da internet