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Mijam de pé sim!

por Jorge Soares, em 09.12.08

 

Mijam de pé sim!

 

Por vezes basta um click para nos avivar a memória, este Post da Cigana e dois minutos de conversa a espicaçar no messenger, fizeram-me  lembrar da dona Alzira.

 

Eu passei recentemente dois meses de muletas e sem poder apoiar o pé no chão, em primeiro lugar por prescrição médica, em segundo lugar e muito mais importante, porque as dores no tornozelo eram apreciáveis, logo, urinar sentado era mesmo a única opção. Diz a Cigana que homem que é homem mija de pé.... isso agora depende, homem que é homem e consegue  estar de pé, mija de pé, caso contrário... sentado é óptimo.

 

Mas esta conversa toda fez-me lembrar um livro que li de uma só vez numa noite de natal, comecei a ler a seguir ao jantar e terminei por volta das 5 da manhã... acho que foi o único livro que li de uma só vez, de fio a pavio. O amor dos tempos de cólera, de Gabriel Garcia Marquez. Há uma parte da historia em que o protagonista fala das coisas que fez por amor, começou por falar dos concursos de urinar mais longe ou com mais pontaria, da forma como conseguia acertar com o gargalo de uma garrafa a dois ou três metros de distancia, e sem deixar cair um pingo para fora... e terminou a dizer, que por amor, quando a idade fez com que essa pontaria e precisão começassem a falhar, e porque a sua amada não gostava dos pingos na sanita, ele mijava sentado. 

 

Como podemos ver, gajo que é gajo mija de pé, mas por amor fazemos qualquer coisa, até mijar sentado..e estamos a falar de um qualquer macho latino-americano.... e de uma das mais belas histórias de amor que já se escreveram.

 

Mas dizia a Cigana, que gaja que é gaja mija sentada.... foi aí que me lembrei da dona Alzira, que morava numa casa muito velha e que alguma vez fora pintada de um cor de rosa escuro. A Dona Alzira era uma mulher dura, sozinha amanhava todo o quintal à volta da casa, batatas, cebolas, favas, tremoços, milho, feijão, abóboras.. tudo. No Outono víamos a Dona Alzira chegar do monte, carregada com troncos que ela mesma converteria nas achas que assegurariam o calor  para combater o frio inverno que só nas casas antigas se consegue sentir.

 

Frente à velha casa de rosa desbotado, havia um largo onde com improvisadas balizas jogávamos à bola, um dia, quando a meio do jogo a bola fugiu para o quintal da dona Alzira, calhou-me em sorte subir ao muro para a ir buscar. Subi e olhei, a Dona Alzira preparava os regos para plantar as batatas, de repente parou, abriu as pernas e por entre as longas saias que chegavam quase até ao chão, ouvi a longa cascata..... amiga Cigana, talvez fossem outros tempos, os tempos em que se utilizavam sete saias mas não se utilizavam cuecas, mas ao menos nesse tempo, as mulheres mijavam de pé!

 

Jorge

publicado às 22:35


30 comentários

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De Paola a 09.12.2008 às 23:23

Tal como as árvores, mulher que é mulher mija de pé! Sentada, só para disfarçar... De cócoras sempre que a vontade aperta no meio do mato... A condição está no mijar, não na posição.

Beijinhos
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 22:32

Olá

Falou a mulher!....

:-)

Beijinho
Jorge
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De Paola a 11.12.2008 às 23:25

Em plena batalha não se limpam armas... E nunca se sabe se o inimigo se sentou na sanita!

jinhos
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De xana a 10.12.2008 às 00:25

Quantas vezes, eu vi a minha avó materna fazê-lo... já lá vão cerca de trinta anos, mas lembro-me como se fosse hoje... outros tempos.
Conta o meu pai, que muitos anos antes, quando o irmão mais velho ( a seguir ao meu pai) veio da tropa de Macau e o foram esperar a Lisboa, a minha tia ainda garota pediu para ir fazer xixi, e em na Capital levaram-na a um café, e só havia um urinol, a minha tia não vai de modas, baixa as cuecas até ao joelhos e desata a puxar por qualquer coisa que não tinha.... hihihihi. Lá lhe explicaram que se fazia xixi naqueles urinóis que nada mais são que um buraco no chão... Tempos de antigamente, as miúdas de hoje, a maoiria nem sabe fazer xixi sem ser numa sanita ou algo do género, se forem para o campo... estão tramadas... já lá vai o tempo das parras...
(só vim de visita, vou para o meu poço novamente)
bjk
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 22:35

Olá Xana

Hum.... a vida no campo é bem diferente, e as nossas avós eram de outro tempo, um tempo em que os conceitos eram diferentes e se dava importância a outras coisas.

Beijinho
Jorge
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De marta a 10.12.2008 às 09:02

Lol

Eu já tive uma vizinha que o fazia. As ditas saias longas e a provável ausência de cuecas permitiam a façanha, que a propósito é bem nojentinha. :S

Gostei do texto, para não variar! :)
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 22:37

Olá Marta

Pois, por acaso... é um bocado para o indecoroso :-) .. mas está visto que há muitas donas Alziras neste país.

Beijinho e obrigado
Jorge
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De Maria Eugénia Pinto a 10.12.2008 às 11:42

Não aguento, tenho que dizer... e a seguir limpávam-se ás saias...
Tantas vezes que vi cenas iguais a essa que descreves, para variar, lindamente.
Beijinho
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 22:47

Olá

Pois, não me lembrei dessa parte :-)..
Parece que afinal eu tinha razão, elas mijam mesmo de pé.. porque já todo o mundo viu alguma vez.

beijinho
Jorge
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De mimi a 10.12.2008 às 15:11

Olá Jorge,
Que post interessante

Já li e adorei o livro Amor em tempos de cólera, não o li de uma só vez, mas recordo-me de querer interromper a leitura para dormir e de ir adiando até mal conseguir abrir os olhos. Penso que o li em duas noites.

Agora, digo-te que já me cruzei com uma "Dona Alzira" e não foi á muitos anos, e sem querer vi-a a mijar de pé, tal e qual como tu descreveste, á beira de um caminho público, onde passam carros de vez em quando.
Bjs
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 22:58

Olá

Pois, afinal parece que há mesmo muita gaja a mihar de pé, já todo o mundo se cruzou algures com uma Dona Alzira.

O livro é mesmo fantástico...apesar de eu achar que não é um livro ao estilo dele.

Beijinho
Jorge
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De DyDa/Flordeliz a 10.12.2008 às 17:18

Eu de pé com a vontade a fugir e as pernas a tremer por não conseguir ser rapidinha? Em todos os locais que não sejam a minha casa!
Quanto aos "marmanjos" que comigo partilham a sanita cá de casa...
De pé só em urinóis públicos pois em casa é sentadinhos.
E que ninguém venha dizer que fui eu a culpada...porque não fui!
O pai acha que é alto demais para acertar no buraco. O filho talvez siga o exemplo do pai, porque sempre assim fez!
E como a casa de banho assim como os outros sítios cá de casa são partilhados ...
Eu agradeço, pois não deve ser nada estético ver uma mangueirada a tentar acertar no buraco da sanita
Só tu (pois e a cigana!)...para te lembrares de posições urinárias!

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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 23:06

Shiii... como tu os educas :-)

:-)

Beijinho Dona Flor


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De Anónimo a 10.12.2008 às 17:48

Que recordação me deu este post!
A minha avó tinha uma merceearia onde vendia vinho!
Lá ía a Pêres, beber a sua canada. E nós canalhita pequena, já sabíamos, mal ela saía porta fora íamos à espreita, ela segurava-se à parede com uma mão para se equilibrar abria as pernas e lá vinha enxurrada !!!!!
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 23:08

Pois, tudo o que entra tem de sair.

Afinal, há muitas Donas Alziras neste país, já todo o mundo viu uma :-)

Jorge
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De Larose a 10.12.2008 às 17:52

http://trabalhos-da-larose.blogspot.com/
O comentário anterior é meu.
Como sou naba nestas andanças, deu anónimo!
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 23:10

Ainda bem que explicaste.. assim podemos lá ir :-)

Jorge
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De Kitty a 10.12.2008 às 21:14

Acredito em ti, embora nunca tal tenha visto!
:)
Um post bem disposto para terminar um bom dia!

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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 23:13

Olá

Pelos vistos és quase a única.. porque já todo o mundo viu :-)

Boa disposição é o que interessa mesmo.

Jorge
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De Balzaquiana a 10.12.2008 às 21:35

Bem o tema é inspirador.....
A D. Alzira era uma mulher práctica e não precisava de descansar para fazer a sua mijinha!
Tb li o livro e considero-o um dos melhores de Gárcia Márquez.
Gostei de aqui vir
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De Jorge Soares a 11.12.2008 às 23:16

Olá

As pessoas do campo e daquele tempo eram práticas..não estavam para perder tempo :-)

Sim, o livro é mesmo fantástico, apesar de que eu acho que tem pouco a ver com o estilo dele.

Obrigado pela visita, e espero que voltes.

Jorge

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