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Cecile Kyenge

 

Imagem do Público

 

“Gosto de animais – ursos e lobos, como todos sabem – mas quando vejo imagens de Kyenge não consigo pensar noutra coisa, ainda que não esteja a dizer que ela é, nas semelhanças com um orangotango”

 

Há quem ache que estas palavras não são sinal de racismo, são só uma forma de expressão, e não, não é só na Itália, basta ler os comentários à noticia do Público para se perceber que por cá também há quem pense assim. 

 

Cecile Kyenge, a senhora da fotografia,  nasceu na República Democrática do Congo emigrou com os seus pais, é a  imagem de muitos dos filhos de emigrantes que chegam à Europa e tem as oportunidades que dificilmente teriam no país dos seus pais. Ao contrario de muitos europeus, soube aproveitar essas oportunidades, estudou, tornou-se italiana e chegou a ministra, ministra da integração. É a primeira vez que há na Itália um ministro negro.


Desde que foi nomeada já foi alvo de muitos comentários depreciativos muitos deles a roçar o racismo, há na Itália muita gente para quem ela não só não deveria ser ministra como nem sequer deveria estar no país. O último, a frase que lemos acima, veio pela voz de Roberto Calderoli, senador pela Liga Norte e vice presidente do senado Italiano.

 

Para mim não há duvida nenhuma que isto é o mais puro racismo, não são as capacidades da senhora ou as suas competências como ministra o que se coloca em causa, é a cor da sua pele... e isso não tem outro nome, RACISMO.

 

É triste e vergonhoso que estas coisas aconteçam em pleno século XXI, quando vivemos num mundo global em que cada vez mais deixamos de ser cidadãos de um país ou de um lugar, para passarmos a ser cidadãos do mundo

 

Curiosamente a Itália, tal como Portugal, é um país de emigrantes, Brasil, Venezuela, Argentina, Estados Unidos, em todos estes país há centenas de milhar de italianos, muitos deles são políticos bem sucedidos o que pensariam os italianos se alguém fizesse um comentário deste tipo sobre um desses políticos?

 

Jorge Soares

publicado às 21:59

Co-adopção e adopção por casais do mesmo sexo

Imagem do Dezanove


Não, não vi o prós e contras de ontem, desde aquela vez em que por lá se discutiram os prós e prós dos direitos de quem contra as leis e os tribunais tinha escondida a Esmeralda, deixei de ver tal programa. Também não preciso, tenho estado atento aos blogs e às discussões que por aí vão, e sinceramente quanto mais leio mais me admiro com a ignorância e o preconceito das pessoas.


Em primeiro lugar a mim faz-me confusão como é que num país que tem uma constituição que diz expressamente que ninguém pode ser discriminado com base na raça, em credos, religiões, etc, tenha que existir uma lei para permitir ou não a adopção, afinal somos ou não todos iguais perante a lei?


Em segundo lugar, todo o mundo esquece que nesta lei estamos a falar de crianças que na prática já vivem com dois pais ou duas mães, são crianças que já estão inseridas naquelas famílias e que a única coisa que muda é que a relação passa a estar escrita, de resto não muda nada.


Mas mesmo que estivéssemos a falar de adopção normal, a questão aqui não tem a ver com adopção nem com a existência ou não de crianças para adoptar, tem a ver com direitos e com sermos todos seres humanos e cidadãos deste país. Se todos temos direito a votar, se todos pagamos os mesmos impostos, se somos iguais para tudo o resto, porque havemos de ser diferentes para a adopção?

Depois irrita-me profundamente quando alguém fala de família tradicional, o que é uma família tradicional? Aquilo que todo o mundo chama casal convencional não passa de uma questão cultural, se formos por aí então para além dos casais do mesmo sexo temos que proibir também a adopção por pessoas singulares ... e já agora retirar os filhos aos pais e mães solteiras ... e a todos os homossexuais, se não são bons pais de crianças adoptadas porque hão de ser de filhos biológicos?

A realidade é que tudo isto não passa de discriminação, dizer que alguém não pode adoptar porque tem gostos sexuais diferentes é a mesma coisa que dizer que não pode adoptar porque usa o cabelo comprido, ou roupas fora de moda, ou por ser do benfica. 

As pessoas devem ser avaliadas pela sua capacidade de amar e de educar, não pelos seus gostos, tudo isto é uma estupidez e não deveria ser precisa lei nenhuma para que alguém pudesse adoptar, porque como cidadãos, desde que cumpramos todos os requisitos, todos deveríamos ter esse direito.

Quanto à questão da escola e da maldade das crianças, é evidente que as crianças são más, mas também o são com quem é gordo, com quem usa óculos, com quem tira boas notas, mas isso não impede os gordos ou quem usa óculos de ir à escola.

Além disso, é tudo uma questão de educação, se educarmos as crianças para a diferença elas saberão aceitar a diferença, se as educarmos para a homofobia, elas serão homófobas.

Eu adoptei duas crianças negras, que tem pais brancos e uma irmã loira, é claro que na escola há quem se meta com eles por isso, eu devia fazer o quê? Devolvê-los porque são gozados na escola? Ou só deveria ter aceite crianças brancas para que não fossem gozadas por serem adoptadas?

Eu confio na minha capacidade de os educar na diferença e de ser capaz de os ajudar a conviver com essa diferença, porque é os homossexuais tem que ser diferentes de mim?


Jorge Soares

publicado às 22:05

Co-adopção

 

Imagem do Pontos de Vista 

 

Contra todas as expectativas, o parlamento aprovou a proposta de lei apresentada pelos deputados socialistas Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves que legaliza a co-adopção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo.


A lei, que foi aprovada por 5 votos, 99 a favor e 94 contra, fica aquém da situação ideal em que não deveria haver nenhum tipo de discriminação, mas representa mais um pequeno passo. Falta a discussão e a votação dos projectos de lei dos verdes e do Bloco esquerda que prevêem a adopção plena em todos os casos, mas acho que não há duvidas sobre o chumbo mais que certo.

 

Jorge Soares

publicado às 13:23

Em Portugal há um banco só para bem vestidos

por Jorge Soares, em 21.12.12

Banco atende cliente na rua por este estar

 

Imagem do Pontos de Vista 

 

Um cliente do Santander foi atendido no meio da rua, depois de o gerente da dependência entender que o homem estava “mal vestido”.

 

É daquelas coisas que julgamos que já não pode acontecer no nosso país, mas acontece, em pleno século XXI, em Celeirós, Braga, um pequeno empresário dirigiu-se ao balcão de um banco para tentar descontar um cheque que acabava de receber, para seu espanto foi posto na rua pelo gerente da agência e obrigado a receber o dinheiro no passeio em frente ao banco devido a que estaria mal vestido.

 

Não contente com colocar o cliente na rua, o senhor gerente quando lhe foi pedido o livro de reclamações respondeu que só o entregaria  depois do senhor ir tomar banho e trocar de roupa.

 

Não contente com tudo isto, ainda disse que tinha tomado aquelas atitudes porque julgava que o cliente era romeno e quando a GNR o tentou identificar, recusou-se a tal dizendo que se queriam identificar alguém, que identificassem o banco.

 

O conceito de bem ou mal vestido é evidentemente relativo, haverá de certeza muita gente que devido aos horários que os bancos praticam, vão às agências com a roupa de trabalho. Uma agência bancária não é um clube exclusivo, é um lugar público e de porta aberta, a roupa de trabalho pode não ser a mais agradável à vista, mas é roupa e tirando as mentes mesquinhas de alguns gerentes bancários, não ofende a dignidade de ninguém.

 

O facto do senhor dizer que tinha procedido dessa forma porque julgava que o cliente era Romeno, é para além de uma enorme discriminação, um acto de xenofobia e racismo...e o racismo é um crime público.

 

Também não percebo porque é que ante a recusa de entregar o livro de reclamações e de se identificar, a GNR não leva o senhor detido, há tanta gente que termina nos calabouços por coisas bem menos graves que estas.

 

E há quem ache que não somos um país racista, somos sim, racistas, xenófobos e preconceituosos... e tudo isto com a cumplicidade de quem deve fazer cumprir as leis.

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:17

Alexandra - Viver com HIV

por Jorge Soares, em 23.10.12

Alexandra, Viver com HIV

 

Imagem da Sic Noticias

 

"Cresci com a doença e com o preconceito, vivi quase tudo o que uma criança não deve viver. Na escola fui impedida de brincar com os outros meninos. Chamaram-me “sidosa”. Fui uma adolescente insuportável porque para além de todas as dúvidas que surgem nessa altura eu tinha ainda a revolta de ser portadora de VIH. 

 

Hoje faço uma vida igual à das jovens da minha idade. Tenho um pequeno acréscimo que é o VIH, mas tomo a indispensável medicação diária e vou às consultas regulares. De resto não sou diferente. Faço uma vida exatamente igual a todas as outras raparigas de 19 anos.

 

E agora estou num momento decisivo da minha vida: quero realizar o meu sonho, quero muito ir para a faculdade, estudar psicologia, porque é uma coisa que me fascina e que eu não consigo explicar. Faço-me entender? "

 

 

 

Acho que sobram as palavras, uma reportagem que todos deveríamos ser obrigados a ver..  é meia hora de vídeo... mas acreditem, é uma meia hora bem empregue.

Jorge Soares

publicado às 21:37

Ela é a Joana e quer pagar impostos

Imagem do Público

 

Ela é a Joana, e quer pagar impostos, e ter direito a férias, e à segurança social e à protecção no trabalho que tem qualquer outro cidadão em Portugal, à reforma e a trabalhar sem estar sujeita ao insulto,  ao escárnio e à discriminação... ela quer ter direito a ganhar a vida com o corpo dela, o que tem isso de mal?

 

A Joana é prostituta, mas podia ser  stripper ou  operadora de linha erótica, ou acompanhante de luxo.. tudo profissões que em Portugal não existem... ou será que existem?


Será que as coisas que não queremos ver deixam de existir? Durante anos em Portugal não existia aborto, quer dizer, todos conhecíamos alguém que já tinha abortado, ou que contribuiu para que uma mulher abortasse, mas na realidade o aborto não existia... ou existia?


É evidente que a prostituição existe em Portugal, basta uma qualquer viagem que não seja por auto-estrada para percebermos que sim, que a prostituição existe, ou comprar um qualquer jornal diário e olhar para as páginas dos classificados, mas há muita gente que insiste em fazer de conta que ela não existe.


É claro que estas coisas existem e ao contrario do que muita gente acha, nem sempre são causadas pela pobreza e as drogas, há quem o faça porque escolheu esse modo de vida, nem todos são vitimas e coitadinhos, há quem o faça porque gosta de o fazer e porque acha que essa é a melhor forma de viver bem. 

 

E nestes casos, porque é que quem escolhe viver assim, não pode ter direito a que se lhe reconheça a sua profissão? 

 

A campanha “Trabalho sexual é trabalho” pretende contribuir para contrariar “o estigma que recai sobre quem faz trabalho sexual”, porque o estigma tem “um impacto negativo nas condições de trabalho, na saúde, na segurança”.


Estamos no século XXI e era bom que a mentalidade das pessoas evoluísse à mesma velocidade que evolui o mundo, para que de uma vez por todas deixemos de olhar para o lado e aceitemos que estas coisas existem mesmo e não, não é só lá fora, por cá também.



 

Jorge Soares

publicado às 21:24

A hipocrisia da sociedade em que vivemos

por Jorge Soares, em 02.02.12

Descubra as diferenças

Imagem do Facebook

 

Citação de Duarte Pereira: "Descubra as diferenças. Dica: Há apenas uma... A primeira foi autorizada a permanecer nas estações do Metro de Lisboa, a segunda não. Ferir susceptibilidades? Qual delas? Mulheres semi-nuas, anoréticas, corrigidas pelo photoshop e em poses sensuais são banais; dois homens vestidos ferem susceptibilidades... Hello!!!!! Neguem quanto quiserem, mas a prova está aqui!!!" 

 

Que tão hipócrita pode ser a nossa sociedade?, a primeira imagem todo o mundo conhece, uma serie de meninas magras demais para meu gosto que posam em lingerie e poses provocantes, esteve espalhada por tudo quanto era outdoor e andou a passear dias a fio pelas redes sociais.

 

A segunda é uma imagem de uma campanha da Manhunt, rede social norte-americana utilizada, maioritariamente, por homens homossexuais para combinar encontros. Confesso que não tinha visto a fotografia nem tinha ouvido falar desta rede social até que li esta notícia do Público.

 

A segunda imagem que para além do nome da rede social tem a fotografia de dois jovens vestidos e sorridentes, foi vetada pelo Metro de Lisboa porque  pode "ferir susceptibilidades" dos seus clientes.

 

Ferir susceptibilidades?, como é que dois jovens sorridentes podem ferir susceptibilidades?, o que será que pode ferir mais susceptibilidades?, as meninas em roupa interior ou os dois rapazinhos sorridentes?

 

Os senhores do Metro podem dizer o que quiserem, mas isto não passa de mais um caso de hipocrisia, homofobia e discriminação. Em pleno século XXI ainda há muita gente com teias de aranha no cérebro, gente que vive noutro tempo.. só isso pode explicar um caso como este.

 

Update:Um grupo de cidadãos vai reunir-se na tarde desta sexta-feira na estação de metro da Baixa-Chiado, em Lisboa, para trocar “beijos coloridos e pacíficos” em protesto contra a “discriminação” da transportadora em relação a uma campanha publicitária de uma rede social gay.

 

Jorge Soares

publicado às 22:52

Conto, Amor dos homens

por Jorge Soares, em 28.01.12

Elisa Lucinda

Imagem de aqui

 

Semana passada, ia eu andando pela Avenida Paulista e, como era bom admirar tantos casais imprevisíveis, inter-raciais. Muito japa com preto, coisa rara de se ver no Rio de Janeiro. Entre tanta gente, meu olhar mais se fixava nos gays. Vi uma menina beijando outra, tão meigas, tão doces; sincera a cena me pareceu. É bonito e democrático sentir e compartilhar a presença do amor entre homens e entre mulheres, mãos dadas na urbanidade. Reparo e curto, pois não estou acostumada a ver o homo- amor assim pelas ruas; (será que vão pensar que é um tipo de sabão em pó só para amantes?). Acho que falta esse tipo de amor como romance. Não se vê nas telenovelas uma história normal, um idílio entre iguais em gênero. O amor, para que saibam, não é um privilegio de héteros. Assim fosse, seria proibido com eficiência que se apaixonassem e se queressem. Mas não, o que o famoso senso comum, a moral dominante e as leis conseguiram era impedir a oficialização das uniões, mas não às uniões. Faltam mais filmes no circuito popular, mais circulação de livros sobre o amor entre os do mesmo sexo. Não precisa ser só vídeo de sacanagem e na hora da sacanagem. São histórias de amar como qualquer outra. E o amor é lindo onde estiver. Prefiro milhões de vezes assistir ao lindo segredo de Brokeback Mountain do que ao amor entre uma mocinha boba e um vampiro e suas sangrias. Todo mundo sabe que vampiro não é bom partido para ninguém. Portanto se apaixonar e ter como príncipe aquele que nos chupa o sangue, pode não ser educativo para uma mulher cuja sociedade ainda não admite que o homem não seja seu dono absoluto.

Tenho tantos amigos gays e isso não me incomoda nada. Qual o problema de existir quem se queira e seja do mesmo sexo? Por que isso ameaça tanto? O que realmenta ameaça? Já é hora da civilização, que se acha tão moderninha, se perguntar essas coisas de gente grande. Ter uma conversinha consigo mesmo e parar de dar bandeira, de se tornar tão vulnerável, de se sentir tão ultrajada pelo amor entre iguais. Se eu namorasse alguém assim, homofóbico, obsecado pelo tema, eu ia avaliar com mais profundeza a masculinidade dele. Ninguém faz vestibular para escolher seu objeto de amor. Quando se sabe que se é, já se é há muito tempo.

Conheço mil relatos de meninos que, aos onze ou até antes, se surpreenderam quando perceberam o desejo pelo coleguinha. Criados para casarem com a namoradinha, no horror desta descoberta de ser portador de tão horroroso pecado, os pequenos gays vivem com muito medo desta verdade da qual por não saberem que não é um erro, também não sabem que não são culpados! Na minha infância quando a fofoca do bairro comentava: menina o Zé Maria, virou, né? Minha avó, mesmo sendo católica e apostólica, dizia logo sem surpresa: “ah, isso é mais antigo que Roma!” Pura verdade. Não houve um ano, que eu saiba em que se disse do ADVENTO da homossexualidade. Sempre houve e é dos humanos e alguns outros animais. Sempre houve, só que mais escondido que hoje. Tinham, quando homens, que se casar com uma mulher, desejando o irmão dela. Ou, se mulheres, sonhando com a cunhada. Quando finalmente é permitida aos gays a união oficial e oferecido às escolas um conteúdo de educação de gêneros que não exclua nem discrimine as relações homo-afetivas, estamos falando de Direitos humanos! Se eu preferisse mulheres eu ia andar, mesmo que fosse na Paulista com medo de ser agredida por que estou apaixonada pela minha namorada e o demonstro na rua como fazem os casais onde o amor está vivo e permitido. Por isso é inadmissivel que o Bolsonaro, ocupando um cargo federal, recebendo salário pago pelo povo, traia este povo com tantos absurdos. Bizarras atitudes e palavras o tem exposto aos que ele representa, da pior maneira. Cabe ao parlamentar, é de sua competência, representar o povo, pelo povo e para o povo que o colocou ali através do voto. E se um viado desavisado votou nele? (desculpem, não podia perder a rima e a graça). E ainda que não tenha votado, o que acho difícil, isto não importa. Governa-se para todos. Pra mim é grave o que estamos assistindo. Creiam-me, os que respeitam a liberdade pela qual tantos morreram para conquistar: Quanto mais brancos se posicionarem e não facilitarem a disseminação do racismo, melhor para todos; quanto mais homens contra a violência doméstica, quanto mais héteros se declarando pelos direitos dos gays, mais reforço e credibilidade ganham os temas . Senão, pode parecer papo de gueto. Tanta violência na TV, nos computadores, incitando e ensinando a violência seguida de morte e isso não incomoda tanto quanto o romance entre os homossexuais. Arma de fogo é que não é normal. Há uma flor que se chama Amor dos Homens. Meu coração não suporta guerras. Prefiro a flor e o amor dos homens.

 

Elisa Lucinda 

 

Retirado de GÊNERO, SEXUALIDADE, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

publicado às 23:59

Hoje vou roubar as palavras e o título do post no Quinta da Ribeira

 

Fabian, o protagonista deste vídeo, vestiu uma roupa de urso carinhoso e foi para a rua tentar conseguir alguns abraços. O facto é que o Fabian, muitas das vezes que viaja de autocarro, tem o assento ao seu lado vazio. O vídeo foi feito pela ‘Pro Infirmis’ e tenta mostrar a verdadeira atitude das pessoas, perante as aparências.

 

Qual é o problema das pessoas? É preciso disfarce para aproximar as pessoas?

 

Veja o vídeo até ao fim... só assim entenderá!

 

 

 

O Vídeo fez-me recordar o Rafael, de que falei no post de segunda feira,  e os motivos que o fizeram terminar com a sua vida quando ela práticamente ainda nem tinha começado.

 

O Rafael morreu porque era diferente e porque o mundo à sua volta não soube aceitar e entender a sua diferença, quando me deparo com coisas destas fico sempre com um nó na garganta. Talvez porque também eu já senti o que é de um certo modo ser diferente, talvez porque tenho 3 filhos todos diferentes entre si e muito diferentes do mundo que os rodeia, talvez porque tenho consciência de que somos uma sociedade que não sabe respeitar as diferenças.

 

Olhamos para vídeo e no fim ficamos sempre com a dúvida, quantas daquelas pessoas seriam capazes de abraçar o Fabian se ele não tivesse o disfarce vestido? Quantos de nós o faríamos? Somos capazes de educar os nossos filhos para que o futuro da sociedade seja melhor e não sejam necessários disfarces?... atendendo à forma como o Rafael morreu, acho que não.

 

Qual é o problema das pessoas? É preciso  um disfarce para as aproximar?

 

Jorge Soares

publicado às 21:18

Discriminação e diferença

Imagem de aqui 

 

Desconfiou das saídas do filho à noite. Seguiu-o ontem de madrugada e quando o viu entrar num bar gay, no Porto, chamou as autoridades. Três horas depois, quis entregar o filho, com 15 anos, na esquadra da PSP de Valadares, acusando-o de ter más companhias. (Notícia do Jn)

 

Quando achamos que já vimos tudo, afinal,... é que nem sei bem o que dizer, que coisas como estas aconteçam no nosso país em pleno século XXI, diz muito sobre a forma como ainda nos falta evoluir como sociedade. Infelizmente este tipo de comportamentos tem por base a ignorância e o desconhecimento. Existem uma série de mentiras e estereótipos associados à diferença que as pessoas dão como verdades absolutas, como se só os heterossexuais merecessem respeito. Para eles o que é diferente, o que não segue os seus preceitos de "normalidade", não merece respeito.

 

Há muita gente que vive amarrada aos seus fantasmas, como se só elas fossem donas da verdade,  sem aceitar que existam pessoas que pensam, que agem, que vivem de forma diferente. E não é necessário ser homossexual para se ser vitima, porque esta realidade aplica-se a toda e qualquer diferença, se pensarmos bem, qualquer um de nós pode ser vitima de um destes comportamentos, porque afinal, o que é ser "normal"?

 

Quanto a mim este senhor devia ter sido preso por maltrato ao filho e tentativa de abandono, como dizia alguém hoje no Facebook: "era bom que a noticia terminasse com: "...e polícia, após o sucedido, entregou pai na instituição de ajuda mental mais perto, sendo que até ao momento não se perspectiva a saida do mesmo nos próximos anos."

 

Jorge Soares

publicado às 21:35


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