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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Midway fica é uma ilha em pleno oceano Pacífico, que fica a 2.000 km de qualquer costa continental. Esta ilha é desabitada, os seus únicos habitantes são aves marinhas, no entanto... Vejam o que se passa por lá!
Por vezes não temos a noção das marcas que deixamos na natureza, o que se vê no vídeo, o sofrimento destas aves, o sofrimento e morte de muitas outras aves e de muitos outros animais, só acontece porque nós existimos, são as nossas acções, a nossa incúria, o nosso pouco cuidado com o mundo que nos rodeia quem mata cada dia milhares e milhares de animais e plantas.
Todos nós somos culpados pela morte de cada um destes animais, é urgente que interiorizemos isto e que mudemos a nossa forma de estar no mundo ou um destes dias não vai restar nada.
Midway Project blog, team details, production diary videos:
http://www.MidwayJourney.com
Jorge Soares
Este ano decidimos que a Páscoa seria a Norte, como pelo Minho até há este ano a Capital Europeia da Cultura (já falarei de Guimarães), decidimos que seria por ali. Depois de muita procura, a minha meia laranja, que é quem trata sempre destas coisas, encontrou um lugar fabuloso. A Aldeia do Pontido. Uma pequena Aldeia bem perto de Fafe que após mais de 30 anos de abandono, foi completamente recuperada e afecta ao turismo de Aldeia.
Situada nas margens do rio Vizela, que por ali ainda corre limpo e cristalino, a poucos metros da barragem da Queimadela, é um lugar propicio ao descanso e à comunhão com a natureza.
As casas, completamente recuperadas seguindo a traça da arquitectura minhota, são no seu interior: modernas, acolhedoras e funcionais, as pessoas são muito simpáticas e muito prestáveis.
Em suma, para quem quer uns dias de descanso, para quem gosta de fotografia da natureza, para quem gosta de passeios a pé, para quem quer conhecer o nosso verdadeiro país, é um lugar que aconselho vivamente.. nós ficamos fans e vamos voltar de certeza.
A Aldeia tem um site.. é aqui .. para quem quer ver mais fotografias, as minhas estão aqui
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
As ondas que passam
As ondas passam...
Os dias passam...
As ondas voltam e revoltam...
Os dias simplesmente passam e não voltam.
Os dias são simétricos e lineares.
As ondas não. São difusas, inconstantes, relativas.
Os dias são previsíveis, constantes, matemáticos.
As ondas são como almas, tão improváveis.
As almas sentem, se emocionam, se enfurecem, se acalmam.
São ondas sensíveis às marés.
As marés variam com a lua.
Às vezes exposta e risonha, outras tristonha.
A alma tempera a mente.
A mente calculista toca a sinfonia d’alma.
A alma passional e a mente racional formam o ser.
O ser pode pender ou equilibrar-se.
Nem alma e nem mente, apenas o corpo.
Malhado ou sofrível.
É a água e a areia das ondas.
Ondas que passam...
CARLOS ALBERTO REBOUSAS
Alfaiates sobre as águas cristalinas do Rio Pêra.
Castanheira de Pêra
Junho de 2011
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
Crepúsculo
Teus olhos, borboletas de oiro, ardentes
Batendo as asas leves, irisadas,
Poisam nos meus, suaves e cansadas
Como em dois lírios roxos e dolentes...
E os lírios fecham... Meu Amor, não sentes?
Minha boca tem rosas desmaiadas,
E as minhas pobres mãos são maceradas
Como vagas saudades de doentes...
O Silêncio abre as mãos... entorna rosas...
Andam no ar carícias vaporosas
Como pálidas sedas, arrastando...
E a tua boca rubra ao pé da minha
É na suavidade da tardinha
Um coração ardente palpitando...
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
Imagem Minha do Momentos e Olhares
Cansado do movimento
Que percorre a linha recta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta
Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta
Mas ela não se detecta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada
É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta
Ai de quem nunca injectou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta
Rui Veloso
Borboletas no jardim...
Setúbal, Outubro de 2008
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
Imagem minha do Momentos e Olhares
O Medo é uma manifestação mais ou menos irracional da expressão de um sentimento de receio que manifestamos ante uma determinada situação da vida.
De uma forma ou outra todos temos medos, há quem tenha medo dos aviões ou de voar, quem tenha medo das alturas, de andar à noite, dos fantasmas, dos mortos, dos vivos. Eu tenho medo, pavor, impressão, chamem-lhe o que quiserem, das cobras. Cresci numa aldeia e no verão andava livre pelo campo, mais que uma vez tive encontros imediatos com elas e até hoje, até quando aparecem na televisão mudo de canal.
Cá em casa há medos para todos os gostos, a minha meia laranja tem medo de ratos e roedores, o N. tem um pavor terrível dos cães, é mais forte que ele, qualquer bola de pelo de poucos centímetros o deixa em pânico. Até à pouco a D. era uma miúda destemida e sem medo de nada, ultimamente deu em ter medo de tudo o que seja insecto, mal vê uma mosca desata aos berros:
- Medo do bicho!
Mas não tem medo de todos os bichos. Não sei de que modo descobriu que a R. tem medo de caracóis, vai daí entre ela e o irmão, arranjaram maneira de numa das saídas ao jardim trazerem para casa uns dois ou três caracóis que foram estrategicamente guardados num dos vasos de orquídeas da varanda.
Num destes dias, estava a R. a ver televisão e aparece a D. com um caracol na mão:
-Olha mana!
A outra quando viu o que era desatou a gritar e a correr pela casa, e de repente tínhamos uma matulona de 12 anos que está mais alta que a mãe, a correr entre a sala e a cozinha aos gritos com uma pirralha de três anos atrás dela morta de riso e a gozar o prato.
Fizemos desaparecer os caracóis.. não serviu de muito, este fim de semana na visita ao Castelo de Penela, o diabinho encontrou um caracol e lá tivemos a repetição da cena para gáudio de miúdos e graúdos ...
Jorge Soares
"O parque de campismo existe há dez anos e é especialmente dedicado para pessoas que gostem da natureza e tranquilidade, mas também para crianças que se podem divertir muito neste lugar maravilhoso. A nossa intenção ao criarmos o parque de campismo foi de mantê-lo pequeno e acolhedor para assim podermos dispensar a devida atenção com os nossos hóspedes.Existem aproximadamente 60 lugares ....."
É esta descrição que podemos encontrar no site do Parque de Campismo o Moinho, e é exactamente o que encontrámos quando lá chegámos, um camping rodeado de natureza, um lugar tranquilo, simpático e acolhedor. É claro que ao nível dos serviços tem o mínimo indispensável: casas de banho limpas e funcionais, um pequeno bar e pouco mais.
Mas estando no meio da natureza tem tudo o que é necessário à volta: um restaurante com bar e esplanada à porta, um café com mercearia a 300 metros e a excelente praia fluvial de Poço Corga composta por várias piscinas no rio Pêra, com direito a nadador salvador e tudo e que fica a 10 metros do parque.
Este será talvez o parque de campismo mais calmo e mais bucólico em que já estive. Fica a 3 Kms da Vila de Castanheira de Pêra, nas margens do Rio Pêra. É um parque sem residentes, onde tudo à volta é verde e natural, tem imensas sombras e mesmo em época alta tem preços bastante acessíveis, incluindo os Bungalows e grandes tendas.
De realçar a simpatia do seu proprietário e pelo menos nesta altura, único funcionário, sempre bem disposto e disponível....
Está mais que visto que fiquei cliente e já está decidido que para o ano por esta altura vamos voltar, para conhecer novas trilhos na natureza e outras das muitas praias fluviais que há nos arredores.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Somos um país pequeno, mas mesmo assim cheio de enormes assimetrias, por muito que se diga que cada vez mais estamos de costas para o mar, a verdade é que a grande maioria da população vive numa pequena faixa do litoral a menos de 30 Kms do Mar, é lá que se concentram as indústrias, os centros comerciais, os eventos culturais, e sobretudo, o Poder. Um país de costas para o mar que vive praticamente com os pés na Areia.
Entretanto o resto do país vai definhando, no interior falta quase tudo, falta indústria, falta organização na agricultura arcaica e feita de minifúndios, faltam acessos, faltam perspectivas ... e com tudo isto, cada vez mais, faltam as pessoas.
Mas há quem teime em lutar contra a situação, quem saiba tirar partido do muito que o interior do país tem, quem saiba aproveitar muito bem o que mais sobra, natureza e beleza natural.
Este fim de semana estive em Castanheira de Pêra, uma pequena Vila bem no centro do País, longe do betão das auto-estradas, longe das praias, longe do litoral, o que por lá vi deixou-me deveras surpreendido.
Não sei de quem terá sido a ideia, mas se a praia fica muito longe para as gentes de Castanheira e arredores, nada como levar a Praia até Castanheira e constrói-se uma, magnifica, com ondas e nadadores salvadores e tudo. Dá pelo nome de Praia das Rocas e garanto que pelo menos em Junho é um local muito agradável de se estar.
Conjugando este magnifico equipamento, com o circuito das aldeias de Xisto, os inúmeros circuitos de passeios pedestres que se conjugam com as muitas praias fluviais em rios de águas límpidas e cristalinas, a gastronomia e a beleza natural, temos ali um excelente pólo do cada vez mais na moda, Turismo da natureza.
Ouvimos muitas vezes falar dos malefícios da interioridade, Castanheira de Pêra pareceu-me um excelente exemplo de como se contraria a interioridade, com ideias que privilegiam o aproveitamento da natureza, criam emprego e dinamizam a economia. Um exemplo a seguir, um local que aconselho vivamente a visitar e a revisitar.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
O Florir
O florir do encontro casual
Dos que hão sempre de ficar estranhos...
O único olhar sem interesse recebido no acaso
Da estrangeira rápida ...
O olhar de interesse da criança trazida pela mão
Da mãe distraída...
As palavras de episódio trocadas
Com o viajante episódico Na episódica viagem ...
Grandes mágoas de todas as coisas serem bocados...
Caminho sem fim...
Álvaro de Campos
Borboleta numa folha de palma
Setúbal, Abril de 2010
Jorge Soares