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Miguel Relvas e Passos Coelho

Imagem do Público 

 

Porque há favores que  necessitam a vida toda para serem saldados. É claro que isto não explica tudo, mas convenhamos que já dá para ir percebendo, resta saber o que mais haverá por descobrir.

 

É claro que Passos Coelho não colocou no seu curriculo nem se lembrava que alguma vez foi administrador da Tecnoforma, na minha terra dizem que quem não deve não teme, o que será que ele temia para tentar esconder isto?

 

Aguardam-se cenas dos próximos capitulos, que não tenham dúvidas irão aparecer... mas tire o cavalinho da chuva quem espere um governo sem Relvas.

 

Jorge Soares

publicado às 16:35

 a quem interessam estas medidas de austeridade?

Imagem de aqui

 

Pedro Passos Coelho deixou claro nesta quinta-feira à noite que não está disposto a recuar em nenhuma das medidas recentemente apresentadas pelo Governo.


Não, claro que não, ele não recua, imagino que estando o país e todos nós ao borde do abismo, ele será o primeiro a dar o passo em frente.


Está mais que visto que só ele e os seus ministros não conseguem entender que tal como disse Manuela Ferreira Leite, com estas medidas estão a levar o país ao caos. Se até a Troika já se veio desmarcar das medidas que foram agora tomadas, o que será mais necessário para que estes senhores entendam que nos estão a levar a todos à miséria?

 

Ontem Ferreira Leite deixava um recado aos deputados do PSD e do CDS, que por uma vez sigam a sua consciência... será que ainda resta na bancada da maioria quem tenha consciência?

 

E diz o senhor que "Infelizmente, não posso dizer que já atingimos esse limite e que não podemos pedir mais" ... não há pior cego que aquele que não quer ver.

 

Jorge Soares

publicado às 22:20

Passos coelho vive noutro mundo

 

Imagem de aqui 

 

 

"... Passos Coelho referiu-se em especial aos portugueses que estão sem emprego: “Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida”.

 

 

E eu que pensei que já tinha ouvido tudo, sinceramente já não sei se o homem só tem falta de tacto ou se vive num mundo paralelo, existem neste momento em Portugal qualquer coisa como 700 mil desempregados, será que ele acredita mesmo que toda esta gente vai conseguir mudar de vida e reconverter-se de um dia para o outro?... ou será que ainda estão à espera que todos emigrem?

 

Então e mandarem o senhor para o desemprego para que ele agarre uma oportunidade e deixe de nos chatear com as suas ideias, as suas politicas e as suas bocas tristes?

 

Jorge Soares

publicado às 22:54

Não devolvemos os subsídios porque queremos ficar bem na fotografia

 

O primeiro-ministro argumentou nesta terça-feira que o Governo poderia dar uma “imagem precipitada” de Portugal se repusesse os subsídios de férias e de Natal no final de 2014

 

 

E eu que pensei que era porque não ia haver dinheiro suficiente para tal coisa, afinal, é só porque o senhor primeiro Ministro não quer que a malta fique mal na fotografia.

 

Ó senhor primeiro ministro, ouça lá uma coisa, se o senhor tem assim tanta certeza que está a correr tudo bem e que não vamos precisar de voltar a estender a mão para pedir mais carcanhol, devolva lá os subsidios à malta, é que sabe, o povo tem mais com que se preocupar, com as contas para pagar por exemplo, queremos lá saber se ficamos bem ou mal na fotografia.

 

Jorge Soares

publicado às 23:41

 Primeiro ministro apanhado em contradição.. uma vez mais.

Imagem do Público

 

O primeiro-ministro afirma que o Estado vai ter de pagar à Lusoponte 4,4 milhões de euros equivalentes ao valor das portagens de Agosto da ponte 25 de Abril, porque quem arrecadou essa receita em 2011 não foi a empresa, mas sim a Estradas de Portugal.

 

Eu ouvi em directo algumas partes do debate na assembleia da república, as tentativas de explicação do  Passos Coelho, as respostas de Francisco Louçã, que de documentos em mão pôs a nu as contradições de um  Primeiro Ministro que uma vez mais foi para um debate sem preparar os temas do momento e uma vez mais foi apanhado em contramão.

 

O primeiro Ministro diz que não houve duplo pagamento, diz que o dinheiro ficou retido pelas estradas de Portugal... eu fiquei na dúvida, o que tem as estradas de Portugal a ver com tudo isto?, então as portagens da ponte não são da Lusoponte?, e os funcionários que fazem as cobranças não são da Lusoponte?,  então mas agora a Lusoponte pega no dinheiro do seu negócio e dá às estradas de Portugal?... a propósito de quê?

 

Entretanto quando vinha a caminho de casa, no noticiário da Antena 1 alguém da Lusoponte explicava que não vai haver devolução, que os 4 milhões de Euros vão servir para acertar contas das dividas do estado à empresa... ou seja, ao contrário do que diz o Primeiro Ministro, a empresa reconhece que recebeu a dobrar..... 

 

4 milhões de Euros são uma gota de água, mas todo este caso é o reflexo da forma como o país está a ser gerido, como é que o secretário de estado não reparou que estava a pagar o que já tinha sido pago?, como é que a empresa recebe uma quantia que sabe que não lhe corresponde e não diz nada?, como é que passado todo este tempo tem que ser a oposição a trazer o assunto à luz do dia para que o governo se decida a averiguar o que aconteceu? É esta a politica da verdade que tanto se apregoou na campanha eleitoral?

 

Assim de repente estes 4 milhões davam para pagar ao fornecedor das compressas do Garcia da Horta.... por exemplo.

 

No meio de tudo isto, a mim ficou-me uma certeza, entre o Primeiro Ministro, o Secretário de Estado das obras públicas e a Lusoponte, alguém está a mentir... e todos estão a fazer de nós parvos...

 

Update: Entretanto ao fim da tarde em nota explciativa... A secretaria de Estado explica que os 4,4 milhões de euros foram pagos porque esse é o montante que está estipulado pagar à Lusoponte por não cobrar portagens em Agosto e que como o contrato está em vigor .. e viva a incompetência.

 

Jorge Soares

publicado às 21:44

Tem Fome?, vá-se queixar ao primeiro ministro

por Jorge Soares, em 29.02.12

Tem fome?, queixe-se ao passos Coelho

Imagem de aqui

 

A resposta acima foi dada pelo pessoal de um hospital de Lisboa aos familiares de uma idosa que deu entrada nas urgências e que devido ao seu estado de saúde teve que ficar internada nessa urgência.

 

As indicações são que não há dinheiro, logo, quem fica internado nessas urgência, mesmo que seja por dois ou três dias, não tem direito a nenhum tipo de alimentação. A idosa em questão ia acompanhada por familiares que evidentemente trataram de comprar alimentos, mas fico a pensar naquelas pessoas que por algum motivo vão parar a este hospital sem o conhecimento da família, ou naqueles casos em que nem o doente nem a família tem poses para comprar alimentação e levar para o hospital... são deixadas a passar fome até que morram e desocupem a maca?

 

E a resposta foi mesmo essa: não, aqui nas urgências não há comida para os doentes, pode ir queixar-se ao Passos Coelho.

 

Jorge Soares

publicado às 00:04

Passos Coelho.. Porque no te callas?!!!!!

por Jorge Soares, em 10.02.12

Os salários dos politicos

Imagem de aqui

 

Por norma as conversas à hora do almoço são sobre culinária, sobre os filhos das minhas colegas, sobre a qualidade da comida ou sobre a empresa. Hoje foi diferente, hoje o tema da conversa era mesmo o Passos Coelho e a sua opinião sobre os salários dos políticos... e a julgar pelo que ouvi naquela mesa, Passos Coelho deve andar com as orelhas mesmo a arder.

 

Há muito que não via tal unanimidade na indignação, unanimidade total, "o senhor devia era passar uns seis meses a tentar sobreviver com um salário de 480 Euros, sem carro do estado, sem cartões de crédito, sem chofer,.. viver tal como vive muita gente a contar os tostões para tentar chegar ao fim do mês..." ao fim dos seis meses fazíamos a entrevista de novo  a ver se ele mantinha a opinião.

 

Pessoalmente eu entendi a ideia do primeiro ministro, se compararmos os salários dos nossos políticos com a maioria dos administradores das grandes empresas privadas o que ele disse é verdade, os políticos portugueses são mal pagos, e se pensarmos bem a responsabilidade de um governante é muito maior... é claro que se compararmos com o salário médio nacional a coisa muda de figura.... mas  tudo na vida é uma questão de perspectiva e a verdade é que só vai para político quem quer.... ou não?

 

O problema é que em alturas como estas em que cada dia se exigem mais sacrifícios, em que todos os anos se reduz os salários do cidadão comum, não se podem dizer coisas como esta....  como diziam as minhas colegas, assim de repente parece que o senhor está a gozar com todos nós, por um lado dizem que nós vivemos acima das nossas possibilidades, por outro eles que foram quem levou o país a esta situação, ganham pouco... o senhor só pode estar a gozar.

 

Desde o início da campanha eleitoral que foi notório que para além de preparação técnica e politica, falta a Passos Coelho capacidade de comunicação, agora ficamos a saber que para além disso, falta-lhe bom senso. Eu que ele ligava ao Sócrates e perguntava quem eram os seus conselheiros de imagem... porque a paciência para o aturar e às suas bocas parvas está mesmo no limite... e arrisca-se a perceber da pior maneira que os bons costumes se acabam e que não somos assim tão piegas...

 

É caso Para dizer... Passos Coelho.. Porque no te callas?!!!!!

 

Jorge Soares

publicado às 22:12

Somos piegas sim, é triste, mas é verdade

por Jorge Soares, em 08.02.12

E os piegas somos nós?

Imagem de Anterozoide 

 

Eu não consigo perceber tanto escândalo com as palavras do senhor, afinal o homem está carregado de razão.. só um povo piegas teria elegido um primeiro ministro destes depois da campanha pobre e cheia de contradições a que ele nos sujeitou e sobretudo, só um povo piegas se deixa entalar e roubar como este governo tem feito até agora sem dizer nem água vai....

 

Só quando ele decidiu que não há brincadeiras parvas de Carnaval para ninguém é que se ouviram uns ,poucos, gritos de contestação... mas isto não é ser piegas? ... então é o quê?

 

Malta, foram vocês que o elegeram, agora aturem-no.... a ele e ás bocas parvas dele.

 

Jorge Soares

publicado às 21:55

CARTA ABERTA AO SENHOR PRIMEIRO MINISTRO

por Myriam Zaluar a Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011 às 12:35"


"Exmo Senhor Primeiro Ministro

 

Começo por me apresentar, uma vez que estou certa que nunca ouviu falar de mim. Chamo-me Myriam. Myriam Zaluar é o meu nome "de guerra". Basilio é o apelido pelo qual me conhecem os meus amigos mais antigos e também os que, não sendo amigos, se lembram de mim em anos mais recuados.

 

Nasci em França, porque o meu pai teve de deixar o seu país aos 20 e poucos anos. Fê-lo porque se recusou a combater numa guerra contra a qual se erguia. Fê-lo porque se recusou a continuar num país onde não havia liberdade de dizer, de fazer, de pensar, de crescer. Estou feliz por o meu pai ter emigrado, porque se não o tivesse feito, eu não estaria aqui. Nasci em França, porque a minha mãe teve de deixar o seu país aos 19 anos. Fê-lo porque não tinha hipóteses de estudar e desenvolver o seu potencial no país onde nasceu. Foi para França estudar e trabalhar e estou feliz por tê-lo feito, pois se assim não fosse eu não estaria aqui. Estou feliz por os meus pais terem emigrado, caso contrário nunca se teriam conhecido e eu não estaria aqui. Não tenho porém a ingenuidade de pensar que foi fácil para eles sair do país onde nasceram. Durante anos o meu pai não pôde entrar no seu país, pois se o fizesse seria preso. A minha mãe não pôde despedir-se de pessoas que amava porque viveu sempre longe delas. Mais tarde, o 25 de Abril abriu as portas ao regresso do meu pai e viemos todos para o país que era o dele e que passou a ser o nosso. Viemos para viver, sonhar e crescer.

 

Cresci. Na escola, distingui-me dos demais. Fui rebelde e nem sempre uma menina exemplar mas entrei na faculdade com 17 anos e com a melhor média daquele ano: 17,6. Naquela altura, só havia três cursos em Portugal onde era mais dificil entrar do que no meu. Não quero com isto dizer que era uma super-estudante, longe disso. Baldei-me a algumas aulas, deixei cadeiras para trás, saí, curti, namorei, vivi intensamente, mas mesmo assim licenciei-me com 23 anos. Durante a licenciatura dei explicações, fiz traduções, escrevi textos para rádio, coleccionei estágios, desperdicei algumas oportunidades, aproveitei outras, aprendi muito, esqueci-me de muito do que tinha aprendido.

 

Cresci. Conquistei o meu primeiro emprego sozinha. Trabalhei. Ganhei a vida. Despedi-me. Conquistei outro emprego, mais uma vez sem ajudas. Trabalhei mais. Saí de casa dos meus pais. Paguei o meu primeiro carro, a minha primeira viagem, a minha primeira renda. Fiquei efectiva. Tornei-me personna non grata no meu local de trabalho. "És provavelmente aquela que melhor escreve e que mais produz aqui dentro." - disseram-me - "Mas tenho de te mandar embora porque te ris demasiado alto na redacção". Fiquei.

 

Aos 27 anos conheci a prateleira. Tive o meu primeiro filho. Aos 28 anos conheci o desemprego. "Não há-de ser nada, pensei. Sou jovem, tenho um bom curriculo, arranjarei trabalho num instante". Não arranjei. Aos 29 anos conheci a precariedade. Desde então nunca deixei de trabalhar mas nunca mais conheci outra coisa que não fosse a precariedade. Aos 37 anos, idade com que o senhor se licenciou, tinha eu dois filhos, 15 anos de licenciatura, 15 de carteira profissional de jornalista e carreira 'congelada'. Tinha também 18 anos de experiência profissional como jornalista, tradutora e professora, vários cursos, um CAP caducado, domínio total de três línguas, duas das quais como "nativa". Tinha como ordenado 'fixo' 485 euros x 7 meses por ano. Tinha iniciado um mestrado que tive depois de suspender pois foi preciso escolher entre trabalhar para pagar as contas ou para completar o curso. O meu dia, senhor primeiro ministro, só tinha 24 horas...

 

Cresci mais. Aos 38 anos conheci o mobbying. Conheci as insónias noites a fio. Conheci o medo do amanhã. Conheci, pela vigésima vez, a passagem de bestial a besta. Conheci o desespero. Conheci - felizmente! - também outras pessoas que partilhavam comigo a revolta. Percebi que não estava só. Percebi que a culpa não era minha. Cresci. Conheci-me melhor. Percebi que tinha valor.

 

Senhor primeiro-ministro, vou poupá-lo a mais pormenores sobre a minha vida. Tenho a dizer-lhe o seguinte: faço hoje 42 anos. Sou doutoranda e investigadora da Universidade do Minho. Os meus pais, que deviam estar a reformar-se, depois de uma vida dedicada à investigação, ao ensino, ao crescimento deste país e das suas filhas e netos, os meus pais, que deviam estar a comprar uma casinha na praia para conhecerem algum descanso e descontracção, continuam a trabalhar e estão a assegurar aos meus filhos aquilo que eu não posso. Material escolar. Roupa. Sapatos. Dinheiro de bolso. Lazeres. Actividades extra-escolares. Quanto a mim, tenho actualmente como ordenado fixo 405 euros X 7 meses por ano. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. A universidade na qual lecciono há 16 anos conseguiu mais uma vez reduzir-me o ordenado. Todo o trabalho que arranjo é extra e a recibos verdes. Não sou independente, senhor primeiro ministro. Sempre que tenho extras tenho de contar com apoios familiares para que os meus filhos não fiquem sozinhos em casa. Tenho uma dívida de mais de cinco anos à Segurança Social que, por sua vez, deveria ter fornecido um dossier ao Tribunal de Família e Menores há mais de três a fim que os meus filhos possam receber a pensão de alimentos a que têm direito pois sou mãe solteira. Até hoje, não o fez.

 

Tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: nunca fui administradora de coisa nenhuma e o salário mais elevado que auferi até hoje não chegava aos mil euros. Isto foi ainda no tempo dos escudos, na altura em que eu enchia o depósito do meu renault clio com cinco contos e ia jantar fora e acampar todos os fins-de-semana. Talvez isso fosse viver acima das minhas possibilidades. Talvez as duas viagens que fiz a Cabo-Verde e ao Brasil e que paguei com o dinheiro que ganhei com o meu trabalho tivessem sido luxos. Talvez o carro de 12 anos que conduzo e que me custou 2 mil euros a pronto pagamento seja um excesso, mas sabe, senhor primeiro-ministro, por mais que faça e refaça as contas, e por mais que a gasolina teime em aumentar, continua a sair-me mais em conta andar neste carro do que de transportes públicos. Talvez a casa que comprei e que devo ao banco tenha sido uma inconsciência mas na altura saía mais barato do que arrendar uma, sabe, senhor primeiro-ministro. Mesmo assim nunca me passou pela cabeça emigrar...

 

Mas hoje, senhor primeiro-ministro, hoje passa. Hoje faço 42 anos e tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: Tenho mais habilitações literárias que o senhor. Tenho mais experiência profissional que o senhor. Escrevo e falo português melhor do que o senhor. Falo inglês melhor que o senhor. Francês então nem se fale. Não falo alemão mas duvido que o senhor fale e também não vejo, sinceramente, a utilidade de saber tal língua. Em compensação falo castelhano melhor do que o senhor. Mas como o senhor é o primeiro-ministro e dá tão bons conselhos aos seus governados, quero pedir-lhe um conselho, apesar de não ter votado em si. Agora que penso emigrar, que me aconselha a fazer em relação aos meus dois filhos, que nasceram em Portugal e têm cá todas as suas referências? Devo arrancá-los do seu país, separá-los da família, dos amigos, de tudo aquilo que conhecem e amam? E, já agora, que lhes devo dizer? Que devo responder ao meu filho de 14 anos quando me pergunta que caminho seguir nos estudos? Que vale a pena seguir os seus interesses e aptidões, como os meus pais me disseram a mim? Ou que mais vale enveredar já por outra via (já agora diga-me qual, senhor primeiro-ministro) para que não se torne também ele um excedentário no seu próprio país? Ou, ainda, que venha comigo para Angola ou para o Brasil por que ali será com certeza muito mais valorizado e feliz do que no seu país, um país que deveria dar-lhe as melhores condições para crescer pois ele é um dos seus melhores - e cada vez mais raros - valores: um ser humano em formação.

 

Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca.

 

Com o mais elevado desprezo e desconsideração, desejo-lhe, ainda assim, feliz natal OU feliz ano novo à sua escolha, senhor primeiro-ministro

 

e como eu sou aqui sem dúvida o elo mais fraco, adeus

 

Myriam Zaluar, 19/12/2011"

 

Recebido por email

publicado às 19:50

Madeira, o jardim da desonestidade

por Jorge Soares, em 18.09.11

Passos Coelho e Alberto João Jardim

Imagem retirada do Arrastão

 

Para termos a noção do que estamos a falar quando se fala do buraco que se acaba de descobrir na Madeira, é uma quantia equivalente a uma vez e meia o que o estado vai arrecadar com o imposto extraordinário que nos vai levar metade do subsidio de natal. São quase 1200 milhões de Euros que foram utilizados à revelia e escondidos do resto do país. Uma boa parte deste dinheiro deveria ter aparecido nas contas de 2009 e 2010, ou seja, quando por cá já se apertava o cinto e se exigiam sacrificios e cortes, o governo da Madeira olhava para o lado, fingia que não era nada com ele, sendo que o seu presidente até ia mandando umas farpas sobre a forma como se governava em Lisboa.

 

Veja-se por onde se veja, tudo isto é sinal de uma enorme desonestidade, uma desonestidade que nos vai ficar muito cara a todos, porque esse dinheiro vai ter que sair de algum lado e não vai ser de certeza absoluta dos bolsos de quem andou a enganar o país. Ao contrário do que dizia Alberto João Jardim ontem algures na campanha eleitoral, a Madeira não está rica, está completamente falida e quem vai pagar por isso vão ser os meus impostos, os impostos de todos nós.

 

Convém recordar que Alberto João Jardim é candidato ás eleições regionais pelo PSD, candidatura que mesmo depois de tudo isto se mantém e de parte do partido do governo não ouvimos uma critica. É muita falta de vergonha de João Jardim, do PSD e do primeiro ministro que dia sim dia também anuncia mais um imposto, mais uma medida, mais um sacrifício, mas que é incapaz de num caso como este mostrar ao país que a situação económica está acima dos interesses partidários. Enquanto os jornais internacionais fazem titulos com Madeira, a ilha desonesta, por cá olha-se para o outro lado e mais uma vez tudo isto irá ficar impune.

 

O PSD e o Primeiro Ministro Passos Coelho, não só não tomam medidas como contribuem para que o senhor esteja no poder mais 5 anos e assim continue a pôr e dispor do dinheiro que não é dele, é de todos nós. E viva a falta de vergonha e a desonestidade politica.

 

Jorge Soares

publicado às 21:40


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