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- Você é um selvagem - disse ela

por Jorge Soares, em 10.01.09

Rosa

 

 

Continuação do Conto Um rasto do teu sangue na neve de Gabriel Garcia Marquez, parte anterior aqui

 

 - Fiz de propósito - disse -, para que reparassem no meu anel.


E era verdade, a missão diplomática em peso admirou o esplendor do anel, que devia custar uma fortuna, não tanto pela classe dos diamantes, mas por sua antiguidade bem conservada. Mas ninguém percebeu que o dedo começava a sangrar. A atenção de todos derivou depois para o carro novo. O embaixador havia tido o bom humor de levá-lo ao aeroporto e mandar embrulhá-lo em papel celofane com um enorme laço dourado. Billy Sánchez não apreciou sua invenção. Estava tão ansioso para conhecer o carro que rasgou o papel com um arrancão e ficou sem ar. Era um Bentley conversível do ano com estofamento de couro legítimo. O céu parecia um manto de cinza, o Guadarrama mandava um vento cortante e gelado, e era incômodo ficar na intempérie, mas Billy Sánchez não tinha ainda noção do frio. Manteve a missão diplomática no estacionamento sem cobertura, sem reparar que estavam congelando por cortesia, até que terminou de reconhecer o carro em seus detalhes recônditos. Depois, o embaixador sentou-se ao seu lado para guiá-lo até a residência oficial, onde estava previsto um almoço.

No trajeto foi indicando os lugares mais conhecidos da cidade, mas ele só parecia ter atenção para a magia do carro. Era a primeira vez que saía da sua terra. Havia passado por todos os colégios públicos e particulares, repetindo sempre o mesmo ano, até que ficou flutuando num limbo de desamor. A primeira visão de uma cidade diferente da sua, os blocos de casas cinzentas com as luzes acesas em pleno dia, as árvores peladas, o mar distante, tudo ia aumentando um sentimento de desamparo que ele se esforçava por manter à margem do coração. No entanto, pouco depois caiu, sem perceber, na primeira armadilha do esquecimento. Havia se precipitado uma tormenta instantânea e silenciosa, a primeira da estação, e quando saíram da casa do embaixador depois do almoço, para começar a viagem para a França, encontraram a cidade coberta por uma neve radiante. Billy Sánchez esqueceu então do automóvel, e na presença de todos, dando gritos de júbilo e atirando punhados de pó de neve na própria cabeça, se espojou na metade da rua, vestindo o sobretudo.
 
Nena Daconte percebeu pela primeira vez que o dedo estava sangrando quando saíram de Madri numa tarde que havia se tornado diáfana depois da tormenta. Surpreendeu-se, porque havia acompanhado com o saxofone a esposa do embaixador, que gostava de cantar árias de ópera em italiano depois dos almoços oficiais, e quase não percebeu o machucado no dedo. Depois, enquanto ia indicando ao marido os caminhos mais curtos até a fronteira, chupava o dedo de um modo inconsciente cada vez que ele sangrava, e só quando chegaram aos Pireneus pensou em procurar uma farmácia. Depois sucumbiu aos sonos atrasados dos últimos dias, e quando despertou de repente com a impressão de pesadelo de que o carro andava na água, não se lembrou mais durante um longo tempo do lenço amarrado no dedo. Viu no relógio luminoso do painel que eram mais de três da manhã, fez seus cálculos mentais, e só então compreendeu que tinham passado por Bordeaux, e também por Angoulême e Poitiers, e estavam passando pelo dique do Loire inundado pela cheia. O fulgor da lua filtrava-se através da neblina, e as silhuetas dos castelos entre os pinheiros pareciam de contos de fada. Nena Daconte, que conhecia a região de cor, calculou que estavam já a umas três horas de Paris, e Billy Sánchez continuava impávido no volante.
 
- Você é um selvagem - disse ela. - Está dirigindo há mais de onze horas, sem comer nada.
 
Estava ainda flutuando pela embriaguez do carro novo. Apesar de que no avião tinha dormido pouco e mal, sentia-se desperto e com forças de sobra para chegar em Paris ao amanhecer.

- O almoço da embaixada está durando até agora - disse ele. E acrescentou sem nenhuma lógica: - E afinal de contas, lá em Cartagena o pessoal está saindo do cinema agora. Devem ser umas dez da noite.

Ainda assim, Nena Daconte temia que ele dormisse dirigindo. Abriu uma caixa dos tantos presentes que tinham ganhado em Madri e tentou meter na boca dele um pedaço de laranja cristalizada. Mas ele evitou.

- Macho não come doce - disse.
 
......
Continua
Jorge
PS:Imagem minha, retirada do blog Momentos e olhares
 

publicado às 21:32

Rosa de inverno em Vanicelos


Continuação do Conto Um rasto do teu sangue na neve de Gabriel Garcia Marquez, parte anterior aqui


 ....e faziam a qualquer hora e em qualquer lugar, tratando de inventá-lo outra vez cada vez que faziam.

 

No começo fizeram da melhor maneira que conseguiam nos carros-esporte com os quais o papai de Billy Sánchez tentava apaziguar suas próprias culpas. Depois, quando os carros se tornaram demasiado fáceis, entravam de noite nas cabines desertas de Marbella onde o destino os havia posto cara a cara pela primeira vez, e até se meteram disfarçados, durante o carnaval de novembro, nos quartos de aluguel do antigo bairro de escravos de Getsemaní, ao amparo das mães-de-santo que até poucos meses antes tinham que padecer com Billy Sánchez e sua quadrilha de correntes. Nena Daconte entregou-se aos amores furtivos com a mesma devoção frenética que antes desperdiçava no saxofone, até o ponto de que seu bandoleiro domesticado terminou por entender o que ela quis dizer quando disse que tinha que se comportar como um negro. Billy Sánchez correspondeu sempre e bem e com o mesmo alvoroço.


Já casados, cumpriram o dever de se amar enquanto as aeromoças dormiam no meio do Atlântico, trancados a duras penas e mais mortos de rir que de prazer no banheiro do avião. Só eles sabiam então, 24 horas depois do casamento, que Nena Daconte estava grávida de dois meses. Quando chegaram a Madri sentiam-se muito longe de ser dois amantes saciados, mas tinham reserva suficiente para comportar-se como recém-casados puros. Os pais de ambos haviam previsto tudo. Antes do desembarque, um funcionário de protocolo subiu à cabine de primeira classe para levar a Nena Daconte o abrigo de visom branco com franjas de um negro luminoso, que era o presente de casamento de seus pais. Para Billy Sánchez levou uma jaqueta de cordeiro que era a novidade daquele inverno, e as chaves sem marca de um carro de surpresa, que esperava por ele no aeroporto. A missão diplomática de seu país recebeu-o no salão oficial. O embaixador e sua esposa não apenas eram amigos desde sempre da família de ambos, mas ele era também o médico que havia assistido o nascimento de Nena Daconte, e esperou-a com um ramo de rosas tão radiosas e frescas que até as gotas de orvalho pareciam artificiais. Ele cumprimentou os dois com beijos de deboche, incomodada pela sua condição um pouco prematura de recém-casada, e em seguida recebeu as rosas. Ao apanhá-las picou o dedo com um espinho do talo, mas superou o percalço com um recurso encantador.
- Fiz de propósito - disse -, para que reparassem no meu anel.

 

......

Continua

Jorge

PS:Imagem minha, retirada do blog Momentos e olhares

publicado às 22:16

Rosa

 

Continuação do conto O Rastro do teu Sangue na neve, de Gabriel Garcia Marquez, parte anterior aqui

 

- Vi maiores e mais firmes - disse, dominando o terror. - Portanto, pense bem no que você vai fazer, porque comigo vai ter de se comportar melhor que um negro.


Na verdade, Nena Daconte não apenas era virgem, como nunca até aquele momento havia visto um homem nu, mas o desafio acabou sendo eficaz. A única coisa que ocorreu a Billy Sánchez foi disparar um murro de raiva contra a parede com a corrente enrolada na mão, e despedaçou os ossos. Ela levou-o em seu automóvel para o hospital, ajudou-o a superar a convalescença, e no final aprenderam juntos a fazer o amor de boas maneiras. Passaram as tardes difíceis de junho na varanda interior da casa onde tinham morrido seis gerações de próceres da família de Nena Daconte, ela tocando canções da moda no sax, e ele com a mão engessada contemplando-a no mormaço com um estupor sem alívio. A casa tinha numerosas janelas de corpo inteiro que davam para o tanque de podridão da baía, e era uma das maiores e mais antigas do bairro da Manga, e sem dúvida a mais feia. Mas a varanda de lajotas axadrezadas onde Nena Daconte tocava sax era um remanso no calor das quatro, e dava para um pátio de sombras grandes com pés de manga e de banana-ouro, debaixo dos quais havia uma tumba com uma lousa sem nome, anterior à casa e à memória da família. Mesmo os menos entendidos em música pensavam que o som do saxofone era anacrônico numa casa de tanta estirpe. “Parece um navio”, dissera a avó de Nena Daconte quando ouviu pela primeira vez. Sua mãe havia tentado em vão de que o tocasse de outro modo, e não como ela fazia por comodidade, com a saia puxada até as coxas e os joelhos separados, e com uma sensualidade que não lhe parecia essencial para a música. “Não me importa que instrumento você toca”, dizia, “desde que toque com as pernas fechadas.”


Mas foram esses ares de adeuses de barcos e essa obstinação de amor que permitiram a Nena Daconte romper a casca amarga de Billy Sánchez. Debaixo da triste reputação de bruto que ele tinha, muito bem sustentada pela confluência de dois sobrenomes ilustres, ela descobriu um órfão assustado e manso. Chegaram a se conhecer tanto enquanto soldavam-se os ossos de sua mão que ele mesmo se assombrou da fluidez com que ocorreu o amor quando ela levou-o à sua cama de donzela numa tarde de chuvas em que ficaram sozinhos na casa. Todos os dias naquela hora, durante quase duas semanas, rolaram nus debaixo do olhar atônito dos retratos de guerreiros civis e avós insaciáveis que os haviam precedido no paraíso daquela cama histórica. Mesmo nas pausas do amor permaneciam nus com as janelas abertas respirando a brisa de escombros de barcos da baía, seu cheiro de merda, e ouvindo no silêncio do saxofone os ruídos cotidianos do pátio, a nota única do sapo debaixo das matas de bananeiras, a gota d’água na tumba de ninguém, os passos naturais da vida que antes não tinham tido tempo de conhecer. Quando os pais de Nena Daconte regressaram à casa, eles haviam progredido tanto no amor que o mundo já não era suficiente para outra coisa, e faziam a qualquer hora e em qualquer lugar, tratando de inventá-lo outra vez cada vez que faziam.

.... 


Continua
 
Jorge
PS:Imagem minha, retirada do Momentos e Olhares

publicado às 23:02

Vi maiores e mais firmes ....

por Jorge Soares, em 20.12.08

 

Uma rosa

 

Continuação do conto O Rastro do teu Sangue na neve, de Gabriel Garcia Marquez, primeira parte aqui

.....

-É só um espinho


Antes de Bayonne voltou a nevar. Não eram mais que sete da noite, mas encontraram as ruas desertas e as casas fechadas pela fúria da borrasca, e após muitas voltas sem encontrar uma farmácia decidiram continuar em frente. Billy Sánchez alegrou-se com a decisão. Tinha uma paixão insaciável pelos automóveis raros e um papai com demasiados sentimentos de culpa e recursos de sobra para agradá-lo, e nunca havia dirigido nada igual àquele Bentley conversível de presente de casamento. Era tanta a sua embriaguez ao volante que quanto mais andava menos cansado se sentia. Estava disposto a chegar naquela noite a Bordeaux, onde tinham reservado a suíte nupcial do hotel Splendid, e não haveria ventos contrários nem neve suficiente no céu para impedi-lo. Nena Daconte, por sua vez, estava esgotada, sobretudo por causa do último trecho da estrada de Madri, que era uma pirambeira de cabras açoitada pelo granizo. Assim, depois de Bayonne enrolou um lenço no dedo, apertando bem para deter o sangue que continuava fluindo, e dormiu.

Billy Sánchez não notou a não ser por volta da meia-noite, depois que acabou de nevar e o vento parou de repente entre os pinheiros e o céu das charnecas encheu-se de estrelas glaciais. Havia passado diante das luzes adormecidas de Bordeaux, mas só parou para encher o tanque num posto da estrada, pois ainda lhe restava ânimo para chegar até Paris sem parar e retomar fôlego. Estava tão feliz com seu brinquedo grande de 25.000 libras esterlinas que nem mesmo se perguntou se também estaria a criatura radiosa que dormia ao seu lado, com a atadura do dedo empapada de sangue, e cujo sonho de adolescente, pela primeira vez, estava atravessado por rajadas de incerteza.

Haviam se casado três dias antes, a dez mil quilômetros dali, em Cartagena de Indias, com o assombro dos pais dele e a desilusão dos dela, e a bênção pessoal do arcebispo primaz. Ninguém, a não ser eles mesmos, entendia o fundamento real nem conheceu a origem daquele amor imprevisível. Havia começado três meses antes do casamento, num domingo de mar em que a quadrilha de Billy Sánchez tomou de assalto os vestiários de mulheres no balneário de Marbella. Nena Daconte havia acabado de fazer dezoito anos, acabava de regressar do internato de la Châtellenie, em Saint-Blaise, Suíça, falando quatro idiomas sem sotaque e com um domínio magistral do sax-tenor, e aquele era seu primeiro domingo de mar desde o regresso. Havia se despido por completo para vestir o maiô quando começou a debandada de pânico e os gritos de abordagem nas cabines vizinhas, mas não entendeu o que estava acontecendo até que a tranca de sua porta saltou aos pedaços e viu parado na sua frente o bandoleiro mais belo que alguém podia imaginar. A única coisa que vestia era uma cueca exígua de falsa pele de leopardo, e tinha o corpo agradável e elástico e a cor dourada das pessoas do mar. No pulso direito, onde tinha uma pulseira metálica de gladiador romano, trazia enrolada uma corrente de ferro que lhe servia de arma mortal, e tinha pendurada no pescoço uma medalha sem santo que palpitava em silêncio com o susto do coração. Haviam estado juntos na escola primária e quebrado muitas jarras no jogo de cabra-cega das festas de aniversário, pois ambos pertenciam à estirpe provinciana que manejava ao seu arbítrio o destino da cidade desde os tempos da colônia, mas haviam deixado de se ver tantos anos que não se reconheceram à primeira vista. Nena Daconte permaneceu de pé, imóvel, sem fazer nada para ocultar sua nudez intensa. Billy Sánchez cumpriu então seu ritual pueril: baixou a cueca de leopardo e mostrou-lhe seu respeitável animal erguido. Ela olhou-o de frente e sem assombro.

- Vi maiores e mais firmes - disse, dominando o terror. - Portanto, pense bem no que você vai fazer, porque comigo vai ter de se comportar melhor que um negro.
..... 

Continua
 
Jorge
PS:Imagem minha, retirada do Momentos e Olhares

publicado às 21:46

O rastro do teu sangue na neve

por Jorge Soares, em 13.12.08

 

Rosa triste
 
Um dia, teria eu 13 ou 14 anos, descobri este conto publicado nas páginas centrais de um jornal, comecei a ler e já não consegui parar, a seguir ao conto veio um livro, e depois desse, muitos outros livros, o conto fez-me descobrir o autor, um grande escritor, um dos maiores. Gabriel Garcia Marquez. 
 
O rastro do teu sangue na neve.

Ao anoitecer, quando chegaram à fronteira, Nena Daconte notou que o dedo com a aliança de casamento continuava sangrando. O guarda-civil com a manta de lã sobre o chapéu de três pontas e verniz-charão examinou os passaportes à luz de uma lanterna de carbureto, fazendo um grande esforço para não ser derrubado pela pressão do vento que soprava dos Pireneus. Embora fossem dois passaportes diplomáticos em regra, o guarda levantou a lanterna para comprovar que os retratos se pareciam às caras. Nena Daconte era quase uma menina, com uns olhos de pássaro feliz e uma pele de melaço que ainda irradiava o sol do Caribe no lúgubre anoitecer de janeiro, e estava agasalhada até o pescoço com um abrigo de nucas de visom que não poderia ser comprado com o salário de um ano da guarnição inteira da fronteira. Billy Sánchez de Ávila, seu marido, que dirigia o automóvel, era um ano mais jovem que ela, quase tão belo, e usava um paletó escocês e um boné de jogador de beisebol. Ao contrário de sua esposa, era alto e atlético e tinha as mandíbulas de ferro dos valentões tímidos. Mas o que revelava melhor a condição de ambos era o automóvel platinado cujo interior exalava um hálito de animal vivo, como não se havia visto outro por aquela fronteira de pobres. Os assentos traseiros iam atopetados de maletas demasiado novas e muitas caixas de presentes que ainda não tinham sido abertas. Lá estavam, além disso, o sax-tenor que tinha sido a paixão dominante de Nena Daconte antes que sucumbisse ao amor contrariado de seu doce bandoleiro de balneário.
 
Quando o guarda devolveu seus passaportes carimbados, Billy Sánchez perguntou-lhe onde poderiam encontrar uma farmácia para fazer um curativo no dedo da sua mulher, e o guarda gritou-lhe contra o vento que perguntassem em Hendaya, do lado francês. Mas os guardas de Hendaya estavam sentados à mesa em mangas de camisa, jogando baralho enquanto comiam pão molhado em canecas de vinho dentro de uma guarita de vidro cálida e bem iluminada, e foi só olhar o tamanho e o tipo do automóvel para indicar-lhes com gestos que entrassem na França. Billy Sánchez buzinou várias vezes, mas os guardas não entenderam que os chamavam, e um deles abriu o vidro e gritou com mais raiva que o vento:
- Merde! Allez-vous-en! 

Então Nena Daconte saiu do automóvel embrulhada no agasalho até as orelhas e perguntou ao guarda num francês perfeito onde havia uma farmácia. O guarda respondeu por costume com a boca cheia de pão que aquilo não era assunto dele, e menos com semelhante borrasca, e fechou a janela. Mas depois reparou com atenção na menina que chupava o dedo ferido embrulhada no resplendor dos visons naturais, e deve tê-la confundido com uma aparição mágica naquela noite de assombrações, porque no mesmo instante mudou de humor. Explicou que a cidade mais próxima era Biarritz, mas que em pleno inverno e com aquele vento de lobos talvez não houvesse uma farmácia aberta antes de Bayonne, um pouco mais adiante.

- É alguma coisa grave? - perguntou.
- Nada - sorriu Nena Daconte, mostrando o dedo com a aliança de diamantes em cuja ponta era levemente perceptível a ferida da rosa.
 
- É só um espinho.
 
 
Continua.... no próximo sabado.
 
Jorge
PS:Fotografia minha... há mais aqui:Momentos e Olhares

 

publicado às 21:17

El rastro de tu sangre en la nieve

por Jorge Soares, em 03.11.07

A primeira coisa que li do Gabriel Garcia Marquez foi o conto El rastro de tu sangre en la nieve, na altura eu teria 13 ou 14 anos e chegou às minhas mãos um exemplar do Jornal Diário de Caracas. Nessa altura este jornal, que acho já não existe, tinha um suplemento cultural e nesse dia publicavam este fabuloso conto do Gabo, que muitos anos depois seria publicado no livro Doze contos peregrinos.

 

É uma historia triste, quando terminei de ler as 4 páginas que ocupava o conto no jornal fiquei com um sentimento de uma enorme solidão, desde os seis anos que sou um leitor compulsivo, consigo ler quase tudo o que me vem parar às mãos e não me lembro de ter lido outra historia com um final que me deixa-se essa sensação de solidão, nesta historia o escritor consegue passar para o leitor todo o sentimento da sua personagem.

 

Para mim foi uma descoberta, Gabriel Garcia Marquez é um escritor com uma capacidade descritiva fantástica, ao ler o conto sentimo-nos a andar pelas ruas de Paris, conseguimos visualizar o hotel, as casas e cada uma das personagens torna-se familiar.

 

Depois de este conto, acho que li quase todos os livros de Garcia Marquez, o primeiro foi Cem anos de solidão, o ultimo Memórias de mis putas tristes (por certo, Sofia, o meu livro?)

 

Tudo isto vem a propósito de que andava a navegar e não sei como fui parar a esta página:

http://www.ciudadseva.com/textos/cuentos/esp/ggm/rastro.htm

donde podem ler o conto, está em Espanhol, já googleei um bocado mas não encontrei a tradução, de todos modos, está no livro,12 Contos peregrinos.

 

Garcia Marquez, Doze contos peregrinos

 

Jorge

PS:Obrigado a http://andoaleristo.blogspot.com/2006/02/doze-contos-peregrinos.html, por ter emprestado a imagem do livro.........:-)

publicado às 00:21


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