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Eluana

 

 

"Manter alguém a respirar durante 17 anos simplesmente porque está ligado a uma máquina fará algum sentido? qual? na esperança de um milagre?, na esperança que a medicina evolua tanto que seja possível refazer o funcionamento do cérebro?  E nesse caso, onde está o limite do aceitável?, 20 anos?, 30?... 50? "

 

Escrevi o parágrafo acima em 2009  neste post  a propósito da morte por eutanásia de Eluana, uma jovem mulher que "vivia" há 17 anos em estado vegetativo. 

 

Hoje na Bélgica foi aprovada por maioria uma lei que alarga a possibilidade de Eutanásia aos menores de idade. Se olharmos para este assunto sem preconceitos e perspectivas morais e/ou religiosas, a eutanásia não é mais que o direito a podermos escolher se queremos viver e morrer com dignidade.

 

Para mim é claro, todos temos direito a viver com um mínimo de dignidade, quando esse direito não está garantido e quando a vida se resume a um enorme sofrimento sem mais perspectivas que esperar que a morte siga o seu caminho, deveríamos ter direito a escolher não continuar a viver em sofrimento.

 

Evidentemente isto deveria ser válido para qualquer pessoa sem importar condição social, credos, religiões ou idade. Eluana teve que esperar 17 anos para poder morrer, entretanto os seus familiares viveram 17 anos na dependência de um ser querido que estava ali mas que na realidade era como se já estivesse morto, respirava porque havia uma máquina que lhe insuflava ar para os pulmões, e porque havia outra máquina que de forma completamente artificial a alimentava, será isto viver?

 

Não fosse a Eutanásia e Eluana podia continuar ali ligada ás máquinas indefinidamente, poderia até viver muito mais que os seus familiares, chegaria uma altura em que simplesmente estaria ali, sem que ninguém desse por ela, é isso viver? É isso que queremos para os nossos seres queridos? E será que é isso que podemos alguma vez querer para os nossos filhos?

 

Só podemos saber como vamos reagir às coisas quando realmente passarmos por elas, espero sinceramente nunca ter que tomar uma decisão destas com nenhum dos meus seres queridos, mas sou completamente a favor do direito à vida e à morte com dignidade por isso aplaudo com ambas as mãos a aprovação desta lei na Bélgica, espero que algum dia este assunto se possa discutir por cá.

 

Jorge Soares

publicado às 22:34


5 comentários

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De Kok a 14.02.2014 às 11:26

Não é fácil aceitar e menos ainda decidir sobre este assunto. Séculos de regras e preconceitos pesam na mente e contrariam o que foi dito, escrito e ensinado.
Penso que esta lei belga não se sobreponha à decisão de quem tenha que decidir-se pela eutanásia. Mas quem deve decidir? Um familiar? O médico da família? Um outro clínico?
Na semana passada foi noticiado aquele rapaz que com 17 anos (salvo erro) está desde a nascença num estado pouco mais que vegetativo, por erro médico num hospital de Braga, e que agora o tribunal vem desresponsabilizar o dito hospital.
Este é um caso em que teria lugar a eutanásia. Porém e aparentemente os pais não estão receptivos a isso.
Neste caso concreto (como o da Eluana) quem deve decidir? Sendo "um técnico" (passe a expressão) poderá ou deverá ir contra a vontade da famíla?
Por isso digo que não é fácil decidir sobre este assunto.
Eu não gostaria de ficar assim, vegetativo, fosse porque espaço de tempo fosse.
E alguém que me seja chegado? Se fosse eu a decidir, acredito que decidisse igualmente já que se "é bom para mim"...

1 abraço pah!
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De energia-a-mais a 14.02.2014 às 12:18

Dos assuntos que menos me sinto capaz para discutir...mesmo!

Teresa
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De sentaqui a 14.02.2014 às 15:46

Visto assim de fora eu diria que concordo a 100% com esta lei, agora como ainda não me tocou a mim, nem imagino como reagiria, mas tenho quase a certeza que decidiria pelo sim, porque viver em estado vegetativo, não é viver. Só se compreende este apego porque os familiares podem vê-la sempre que quiserem, mas não será uma forma de egoísmo?
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De golimix a 14.02.2014 às 21:53

Sou a favor da lei. Porque isso permitirá uma liberdade de escolha.

Eu não gostaria de "viver" em estado vegetativo. Assim como, e isto presumindo que chegarei a idade mais avançada, não gostaria que me andassem cá com tubos para comer, fazer xixi e sei lá que mais! Isto para depois ficar, quem sabe, anos acamada a ter que ser virada de 2-2 horas para não ter úlceras de pressão e mesmo assim ficar com elas e ter que sofrer... e sofrer... Para quê isso? E há tanta gente nesse sofrimento! Mas tanta, que nem fazes ideia! É atroz ver como sofrem, e a única coisa a fazer é dar-lhes conforto e prestar alguns cuidados. Felizmente já vai existindo os cuidados paliativos, mas não chaga a todos e nem são todos os acamados que têm critério e vaga para lá. Faz-se o que se pode para lhes dar alguma dignidade! Mas, e se fosse possível eles escolherem? Se fosse possível escolhermos?

No entanto, deve ser muito difícil tomar essa decisão quando não se trata de nós mas sim de um familiar

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De Nelson a 17.02.2014 às 20:09

Quando jesus nasceu,Herode mandou matar todas criancas com menos d 1 ano d idade.Falar de eutanasia e mesmo de dizer ASSASSINAR criancas,hoje essa lei e valida pra criancas doents graves mas faki a poucos nos vai abrangir criancas con simples dores d cabeca visto k os Hospitai vao ser intruidos a falcificar resultados medicos das pessoas criancas e adultos.vai ser deixado viver kem tiver dinheiro./

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