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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Apesar de ter o tema adopção não ser muito comum por cá ultimamente, a verdade é que de vez em quando continuo a receber alguns emails com questões para as que nem sempre tenho resposta, esta semana recebi um que me pareceu pertinente e portanto decidi partilhar, haverá de certeza mais gente com as mesmas preocupações, então é assim:
Tenho XXX anos, sou solteiro e desde à uns dois anos que penso na adopção, tenho vindo a adiar esta decisão devido a estar a terminar um projecto de vida ... mas estando no final desta etapa da minha vida, comecei a pesquisar e encontrei uns artigos em blogs seus. Achei bastante interessante os artigos que li, até porque na opinião de alguns amigos próximos, é que é praticamente impossível para um Pai solteiro, no meu caso existe uma agravante, sou portador de .........., mas que até ao dia de hoje não tenho qualquer problema de .......
Trata-se de uma assunto sensível que terei de introduzir junto de alguma família próxima, pois por mais amor que tenha para dar não posso desprezar a opinião dos que me amam. Mas gostaria de saber a sua opinião, como doente crónico acha que é algo que me deve tirar a coragem ou nem por isso? Já ouviu falar de alguns casos de sucesso, onde doentes crónicos conseguiram adoptar?
Pelo que já tinha lido, verifiquei tal como refere num dos seus artigos que o processo burocrático é bastante simples, o que me assusta é a descriminação que poderei estar sujeito, não por mim porque com isso vivo bem, mas sim por poder me ser retirada a possibilidade de adopção.
Eis a minha resposta:
As questões são pertinentes, entre os pais adoptivos que conheço há pelo menos um com uma doença crónica, mas não é adopção singular.
Se a doença lhe deve tirar coragem para adoptar?, Só você pode responder, quanto a mim não é impedimento, se em lugar de adoptar decidisse ser pai biológico a doença seria impedimento para si? Se consegue ter uma vida normal e uma profissão, porque é que não há-de poder ser pai?
Quanto à discriminação, vai haver sempre, primeiro porque é adoptante singular e depois pela doença, os processos são geridos por pessoas e as assistentes sociais não são menos preconceituosas que o resto da sociedade, por vezes são até mais, mas de certeza que está habituado a lidar com isso no dia a dia, não será de certeza por aí que deverá desistir.
Se não me engano entre a papelada a apresentar na segurança social para a candidatura está um certificado médico, o meu conselho é que fale com o seu médico de família e/ou com o médico que o segue na sua doença e lhe coloque a questão directamente, se lhe passarem o certificado em como está apto a adoptar, avance com o processo, sem medo nem hesitações.
Jorge Soares