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violada.jpg

 

Imagem de aqui

 

Curiosamente soube da noticia através de um dos jornais espanhóis online, não sei se sou eu ou se é o país que anda distraído. No Público conta-se a história

 

É uma criança de 12 anos, pelo menos desde os 10 que tem sido abusada e violada pelo padrasto,  ainda que já aos seis anos havia suspeitas, na escola desconfiaram e levaram-na ao hospital, descobriu-se que está grávida de 5 meses.

 

A lei portuguesa no caso de gravidezes que resultem de violação só permite o aborto até às 16 semanas, admitindo-se que possa acontecer até às 24 semana no caso de doenças incuráveis no feto, ou em qualquer altura se estiver em causa a grave e irreversível lesão física ou psíquica da mulher.

 

A criança está internada no Hospital de Santa Maria à espera de avaliação psicológica e de uma decisão que permita ou não o aborto.

 

Estamos a falar de uma criança de 12 anos que com seis anos terá sido vitima de uma tentativa de abuso, desde os 10 que é abusada e violada por alguém que devia ter um papel protector na sua vida. Segundo quem a conhece “é uma miúda que não se queixa, muito sofrida, triste. É introvertida e tímida, ainda infantil”. Será que sequer tem ideia do que significa ser mãe e da forma em que isso irá mudar a sua vida? Será sequer que tem a noção do que é abortar?

 

A lei diz que será permitido o aborto "se estiver em causa a grave e irreversível lesão física ou psíquica da mulher", será que há alguma dúvida que ser mãe aos 12 anos de um filho que foi resultado de uma violação, vai afectar de forma grave e irreversível a vida desta criança?

 

Vive no seio de uma família desestruturada e que sobrevive graças ao apoio de terceiros, queremos mesmo acrescentar um bebé a esta equação? Quem é que nestas condições vai garantir o bem estar da mãe e da criança? Que futuro tem esta mãe criança e que futuro poderia ter o seu filho se ela não abortar?

 

Qual será a decisão ao nascer a criança? Será de imediato retirada à família, que não tem condições para a ter consigo,  e será mais uma  a somar às mais de 8000 que já estão institucionalizadas e à ordem do estado? 

 

Considerações morais e religiosas à parte, há alguma dúvida que a decisão deve ser o aborto?

 

Jorge Soares

publicado às 22:48


47 comentários

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De Anónimo a 29.04.2015 às 18:03

Teodoro: antes de partir para a ofensa, talvez seja melhor ler bem o que eu escrevi. Em lado nenhum eu disse que sou contra o aborto nesta situação ou noutra qualquer (aliás, votei a favor da liberalização do aborto). Apenas chamei a atenção que o aborto aos 5 meses não é algo fácil e fisicamente é extremamente violento, já que se tem de passar à mesma por um parto.
E como é que eu sei isto? Porque eu própria o ano passado fiz uma interrupção de gravidez ás 23 semanas/5 meses por uma grave má formação do feto. Tive 5 dias em indução de parto, tive contracções, dores, implorei por uma cesariana para "despachar a situação", levei uma epidural que não pegou e tive que passar por todas as dores e mais algumas até fazer finalmente a expulsão. Para terminar o ramalhete, a seguir ainda tive que fazer uma raspagem com anestesia geral.
O meu único objectivo com o meu comentário inicial, foi chamar a atenção das pessoas que um aborto aos 5 meses de gestação não é algo fácil, muito antes pelo contrário. E que não acolham tão rapidamente o aborto como a melhor solução ou a única.
Mas com isto, não quero dizer que defendo que devem levar a gravidez até ao fim. Mas esta é uma situação muito particular, cheia de pormenores muito peculiares, e devem ser pensados e pesados todos os pontos.
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De antoni a 01.05.2015 às 12:32

Muito bom testemunho. O problema do aborto e' esse mesmo. Parece ser a solucao mais facil. Funciona tipo borracha. Faz esquecer tudo o resto (e nao estou a defender a nao interrupcao). O resto e' uma crianca, numa familia extremamente destruturada, mas que ainda assim deve amar os seus pais. Qual e' o filho que percebe que o que os seus pais fazem e' errado? O problema e' o que vai ser deta crianca agora e que acompanhamento tera'? O aborto ou nao e', infelizmente, so' a ponta do icebergue.
O que se deveria estar a discutir e' o que fazer agora.

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