Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Ao esquecer o Ponto G na pia de um banheiro, numa loja de conveniências, depois de comprar o próprio peso em mercadorias, Pâmela foi para casa e jamais o viu de novo. Era menina de fendas, de roupas jogadas em cores sugestivas, vermelhos, laranjas e amarelos, e era assim de puro calor na idade e nas curvas.
Ó Pâmela, magra de alma, que a uma lágrima do fim culparia o marido, culparia os homens de nenhum comover sua carne nos lençóis de uma cama em cor de vinho.
Não sabe ela, não sabe ninguém, é que ao deixar o Ponto G ali, ao ir embora, foi ele encontrando por uma senhora, a pequena e barriguda Neide, cujos pêlos copiosos desenhavam uma sinuosa vereda rumo ao meio de suas pernas; funcionária da loja, guardou-o em um bolsinho e levou-o para o lar, sem querer, e, antes do banho nas seis, ao largar calça e camisa para lavar, achou-o ali, envergonhado.
Estudou-o a ponto de o levantar entre polegar e indicador, nua na frente do espelho alongado, de mesmo ligar a lâmpada para vê-lo melhor entre os reflexos. Daí curvou-se e numa paixão de querer fincou-o no umbigo, achando dele um piercing.
Cabe falar: foi alegre ao caixão, muito depois, a barriga e curta Neide; sempre que alguém passou os dedos em sua barriga, foi ela a mais abençoada mulher no mundo.
As de copas
Retirado de Samizdat