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Devemos ter pena do rapaz das orelhas?

por Jorge Soares, em 10.05.15

idolos.jpg

Imagem de aqui

 

Ès livre de fazer as tuas escolhas, mas ficas prisioneiro das consequências

Pablo Neruda

 

Estou a escrever isto ao enquanto o resto da família que ainda está acordada está a ver os ídolos, o televisor está à minha frente do outro lado da sala e não há como deixar de ouvir o que por lá se vai passando... neste momento alguém que claramente não tem jeito para a coisa está a cantar(?) uma música em que a letra fala de "sei que sou um cão muito mau"??????

 

Na semana passada eu estava mesmo a ver com a minha filha R. e ambos estivemos de acordo em que os senhores da SIC estavam a ser mauzinhos, não só com este mas também com outros concorrentes (????) do concurso. 

 

Toda a polémica e o burburinho que tivemos esta semana sobre este assunto deixou-me a pensar. Grande parte do sucesso deste concurso de caça ao talento, já seja em Portugal ou no resto dos países por onde ele passou, tem a ver com isto, com os cromos que lá passam. 

 

Mais que o tamanho das orelhas o que saltou à vista mal ele começou a cantar  foi que o miúdo não tem o menor jeito para cantorias, muito menos para ser um ídolo musical e não é preciso ser jurado do programa ou sequer perceber de música para e chegar a essa conclusão, basta não ser surdo.

 

Como acredito que nem o jovem nem as pessoas que o rodeiam sejam surdos, a questão que se coloca é: O que estava ele a fazer no casting?

 

Concordo que na SIC exageraram com o efeito das orelhas, mas a questão dos cromos e de se gozar com quem passa pelos castings sem ter o menor jeito para cantar não é nova, não acredito que ele realmente ache que sabe cantar, nem  acredito que alguém o tenha incentivado a participar... a menos que o objectivo fosse mesmo esse, ter uns segundos de fama e aparecer na televisão... mesmo que não fosse pelos seus dotes vocais ou pelos melhores motivos.

 

Repito que acho que a SIC exagerou ao gozar com os efeitos das orelhas, mas de aí até achar que se trate de bullying, vamos lá guardar as devidas distâncias... Percebo que o jovem tenha vergonha do resultado da sua brincadeira, mas a verdade é que ele foi lá porque quis, mesmo sabendo que não tinha o menor jeito para a música e que o mais provável era terminar na parte dos cromos... a brincadeira terminou mal.... mas isso é culpa de quem?

 

O tema do Bullying, já cá foi tratado várias vezes, mas para ser sincero, não tenho pena nenhuma deste jovem, nem dos vários que já vi hoje que sabem perfeitamente que não tem o menor jeito para cantar e que só lá foram pelos poucos segundos a aparecer na televisão.... como cromos dos ídolos

 

Jorge Soares

publicado às 22:38


62 comentários

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De Sacudir o Caos a 11.05.2015 às 20:01

Este episódio de falta de respeito ao próximo, telespectadores incluídos, só vem acentuar a forma como a cultura de bairro tomou conta das estações de televisão.
Eu não vejo televisão em casa porque a “espetei” no lixo à 16 anos e qualquer dia, vai este caixote obsoleto onde estou a escrever fazer-lhe companhia. Ficarei com mais tempo para coisas úteis e outras que já não me lembro.
Não me livro da contaminação televisiva de todo, porque visito os meus familiares e amigos, entro em cafés e restaurantes, colectividades …e zás, lá está essa sombra a interpor-se na convivência.
Sabemos que a televisão supostamente mais vista nas versões RTP1, SIC, TVI, cada vez está mais parecida com a rádio das ondas hertzianas. Infelizmente, tal é o estado de pobreza da TV, cada vez mais podemos ignorar a imagem, desempenhar funções de trabalho ou de ocupação, sem estar fixados ao aparelho.
Creio que a grande preocupação das direcções dos diferentes canais é apresentar bons resultados económicos. Querem lá saber, se estão à altura dos propósitos da “caixa que mudou o mundo” e do seu papel pedagógico. O que querem é conservar bem o lugarzinho e ficar ao lado da administração por altura da comemoração do aniversário da estação.
Uma pequena nota de marca pessoal: Sem televisão em casa, recebemos os amigos livres do complexo de desviar o olhar e atenção para o referido caixote ou painel. Deste modo, entregamos toda a nossa atenção aos nossos afectuosos visitantes, concedendo-lhe todo o tempo que efectivamente merecem.
Os mais pequenos podem tomar refeição privilegiada com diálogo à mesa e saboreando da melhor forma a comida.
Nos intervalos, podem desdobrar-se entre as actividades de lazer, leitura e aproveitarem os dias de sol.

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