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Em que século vive César das Neves?

por Jorge Soares, em 28.01.15

cesardasneves.jpg

 

Imagem retirada do Ponte Europa 

 

"A imprensa parece inebriada com a homossexualidade. Este fascínio ressurgiu agora nas discussões sobre adopção por casais do mesmo sexo: a generalidade dos jornalistas assumiu implicitamente apenas uma possibilidade válida, desprezando as alternativas como obscurantismo, numa promoção aberta da sodomia"

 

João César das Neves no DN

 

Obscurantismo? Promoção aberta da sodomia? Mas este senhor lê o que escreve? Para ele o tema da adopção por casais do mesmo sexo, não devia ser discutido pois diz respeito a umas poucas centenas de indivíduos homossexuais casados.... e lá por serem poucos não tem direitos porquê? E as  crianças que com eles vivem são menos que as outras porquê? E lá por terem gostos sexuais diferentes dos dele tem menos direitos porquê?

 

Quem lê o artigo completo fica com a ideia que todos os males do mundo são o resultado da revolução sexual, não fosse a invenção da pílula e o mundo  seria perfeito, não haveria divórcios, os casamentos seriam todos perfeitos, a natalidade seria altíssima e não haveria no mundo pessoas sozinhas.

 

Segundo ele a liberdade sexual é um mito, que é utilizado pelos liberais deste mundo para fazer revoluções que só servem para destruir famílias....Está-se mesmo a ver que para ele o mundo perfeito era aquele em que os casamentos eram combinados pelos pais, o sexo era uma vez por semana e só para fazer filhos e depois de os ter a mulher tinha era que estar em casa a tratar dos filhos e das refeições do marido e claro,  ir à missa todos os dias.

 

Há muito tempo que não lia tantas parvoíces juntas, e custa-me entender como é que um jornal como o DN, que eu tinha por sério, dá voz a alguém que parece que entrou numa máquina do tempo algures a meio do século XIX e aterrou no meio da Lisboa do século XXI.

 

Na realidade não é de estranhar, foi este mesmo senhor que disse que "A maior parte dos pensionistas não são pobres, fingem" ou "É criminoso subir o salário mínimo" ou ainda "Esta crise é uma oportunidade de bondade, de caridade e de solidariedade"... entre outras coisas que não fosse o tom sério com que ele fala e escreve, fariam dele o humorista perfeito.

 

Alguém me explica em que século vive este senhor?

 

Jorge Soares

publicado às 22:43


26 comentários

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De AA a 29.01.2015 às 17:19

É um pouco chocante ...Têm razão. Mas a verdade é que os direitos da adopção são das crianças e não dos adultos , qualquer que seja a sua orientação sexual.
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De Anónimo a 29.01.2015 às 17:38

Então se o direito é das crianças, independentemente da orientação sexual dos casais que se propõem a adoptar,não faz sentido vedar a certos casais.
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De AA a 29.01.2015 às 17:49

Se o casal , tiver condições de educar uma criança com amor , segurança e valores morais, a sua orientação sexual não interessa. O que me incomoda é se a
questão é colocada como um direito dos adultos à paternidade/maternidade.

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De Anónimo a 29.01.2015 às 19:49

Não me parece o caso, o que está em causa é admitir que casais homossexuais possam concorrer a um processo de adopção, tal como os casais heterossexuais. Em última análise, todos os casais passam por um escrutínio a fim de apurar se têm condições para adoptar uma criança. E não tendo, sejam hetero ou homo, não adoptam. O que me parece mais cabal é que uma pessoa singular pode adoptar, independentemente da sua orientação sexual, mas se for um casal já não pode. Ora se para a malta que não concorda com a adopção por casais homossexuais o que está em causa é a orientação sexual, o facto de ser um casal composto por pessoas do mesmo sexo, porque um pode e dois não? Parece-me que é puro preconceito legal (de quem aprova as leis) e uma dose grande de hipocrisia. Um homossexual pode, mas se forem dois, isso não, já é uma vergonha e uma chatice para as criancinhas terem (legalmente) dois papás ou duas mamãs. Se é para vedar, então deveria-se acabar com a adopção singular. Porque afinal, para algumas pessoas as crianças têm de ter uma mãe e um pai.

Quanto ao César das Neves, já nem vale a pena. Achar que discutir a adopção é uma promoção aberta à sodomia, é preciso ser muito doente da cabecinha. E depois lá vem o argumento das minorias, como se essas não merecessem a mesma tutela dos outros, os da maioria.

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