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Isabel Jonet

 

 

"Há profissionais da pobreza para quem assistência é forma de vida... que fazem da mendicidade um modo de vida"

 

“em Portugal há aquilo a que chamamos a transmissão intergeracional da pobreza e temos que quebrar essa transmissão”

 

Ela andava calada desde Abril.... bem que podia ter continuado.

 

Um dos problemas de quem vive na rua é que chegam a um ponto em que é muito difícil que voltem a ter a capacidade de terem uma vida estruturada, quanto mais tempo viverem na rua mais difícil será que de lá saiam, há estudos que mostram que assim é e todos os que andam na rua a tentar ajudar estas pessoas, tem consciência disto.

 

Mas isto é evidentemente muito diferente do que pretendeu afirmar Isabel Jonet, o facto de ser difícil retirar as pessoas da rua não significa que estas pessoas se tenham tornado em profissionais da pobreza, significa que o estado e todos nós temos que por um lado nos empenharmos muito mais para podermos efectivamente ajudar estas pessoas a voltarem a ter uma vida digna e por outro lado, melhorar a situação do país para que não haja mais pessoas a irem parar à rua.

 

Não sei onde foi Isabel Jonet buscar os dados para fazer estas afirmações, mas pretender que as pessoas vivem na pobreza porque querem é o cúmulo da insensibilidade e da estupidez.

 

Evidentemente há casos e casos, mas não se pode generalizar, se a pobreza é intergeracional é porque as pessoas não tem condições para dar uma melhor forma de vida aos seus filhos e termina por se entrar num círculo vicioso, não porque tenham escolhido isso como forma de vida, quem não quer o melhor para os seus filhos?, quem é o pai que se poder escolher não dá educação e meios aos seus filhos para que eles tenham uma vida decente?

 

Sinceramente não consigo perceber onde vai a senhora buscar estas ideias, mas ela fazia um enorme favor a si e ao resto do mundo, se estivesse sempre calada é que cada vez que abre a boca sai asneira, as suas palavras são uma enorme falta de respeito pelos milhares de pessoas que não conseguem ter meios para sobreviver sem ser na rua e até para quem os tenta ajudar.. que não me parece de todo que seja o caso dela.

 

É caso para dizer... E porque no te callas?

 

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Jorge Soares

publicado às 21:30


88 comentários

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De :P a 13.09.2014 às 12:55

Madame Jonet está cheinha de razão - "essa gente" em vez de pegar nos andrajos e sentar a bunda numa biblioteca pública e ler clássicos gregos prefere ir catar beatas e mendigar para vinho. É, evidentemente, uma questão de escolha. Só não vê quem não quer.
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 15:53

Se calhar ela em vez de tratar da caridadezinha devia andar pelas ruas a ensinar maneiras aos pobres...
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De joão a 13.09.2014 às 19:36

A dona Junot tem potes de razão, quantos de nós não conhece pelo menos meia dúzia de pessoas que nunca descontaram um cêntimo para o estado, agora somem essa meia dúzia por milhares. vivem de subsídios , saindo de um programa de subsistência entram logo noutro, com a conivência das assistentes sociais. Esses (necessitados) normalmente vão ao café ou á pastelaria do bairro ou aldeia várias vezes ao dia tomar o pequeno almoço, beber um café ou comprar o cigarrinho, porque as compras da merceeira ficam para a assistente social pagar com o dinheiro de todos nós. Atenção eu não sou rico nem tenho um emprego pago a peso de ouro, mas trabalho há mais de 35 anos e tenho os meus impostos todos em dia, pagos directamente no recibo de ordenado e conheço alguns casos pessoalmente.
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De Atento a 15.09.2014 às 12:59

Pois! Há gente que não desconta um cêntimo para o estado. Há. É só pesquizar na net "fuga aos impostos" e encontra quem nunca pagou um cêntimo de imposto e são desde BANQUEIROS, EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS. CORRUPTOS É O QUE MAIS TEMOS , INFELIZMENTE e que recebem do Estado, por vezes até abono de família porque declaram como rendimento o ordenado minimo, têm os filhos em colégios privados pagos com o dinheiro dos contribuintes, etc. etc. etc.
Temos as jonês e outros, porta vozes destes corruptos que apelam ao que de mais BÁSICO existe no ser humano, que é a inveja, para não pensarem e não verem para além disto. Estes e estas "jonés" em boa verdade, também "comem" à mesma mesa dos corruptos, bandidos, ladrões deste País. Se houvesse justiça não havia cadeias para os colocar lá todos. Prende-se um ladrão porque rouba 1 pão para comer, deixam-se à solta quem rouba MILHÕES. VEJA-SE OS CASOS, BPN, BCO, BANIF, BES, FACE OCULTA, SUBMARINOS, E POR AÍ FORA, É SO PESQUISAR "CORRUPÇÃO EM PORTUGAL".
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De Kris a 15.09.2014 às 10:00

Concordo a 100% ... não me venham com lições de moral pois sei de alguns casos em que "pedir" faz parte do seu dia-a-dia, a roupa que vestem é dada por instituições, a comida também, tem direito a subsidios de todo o tipo (escolar e saúde) e passam o dia no café ... Há muitos casos sim senhora, a D.Jonet é uma grande Senhora em ter coragem para dizer estas verdades que todos nós sabemos que existem.
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De golimix a 15.09.2014 às 22:00

Fiquei na dúvida se o comentário foi a sério ou a brincar....
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De Gaja a 13.09.2014 às 13:13

Claramente estaria a falar de famílias ciganas. É o problema de não se poder chamar os bois pelos nomes, salvo seja. Hoje em dia não se pode tocar em certos assuntos senão cai o carmo e a trindade.
Será também o problema da Isabel Jonet, já tem dito algumas verdades, expressa-se é sempre da forma errada criando sempre mal-entendidos
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 15:57

Não, o problema e que ela não estava a falar de ninguém , estava como é o seu hábito a generalizar e a dizer aquilo que pensa, ela vê a vida desde o seu trono, desde a vivenda fina e cheia de criados em que mora e faz juízos de valor a partir do que pode ver desde o seu jardim.. que deve ter as sebes altas.

Há famílias ciganas que abusam das ajudas sociais, assim como há famílias africanas e portuguesas, mas isso não lhe dá direito a ela nem a ninguém a generalizar, de todos modos, se ela, ou tu ou eu, conhecemos algum caso desses, o que há a fazer é denunciar a quem de direito para que o abuso seja corrigido e punido, não ir para conferências mandar bitaites

Jorge Soares

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De monte a 13.09.2014 às 17:54

a
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De Gaja a 13.09.2014 às 18:42

“Temos hoje um conjunto de pessoas que revestem uma nova forma de pobreza, nomeadamente famílias que nunca imaginaram que estariam nessa situação, que estão desempregadas, com créditos, e são requeridas novas respostas às quais não estávamos habituados”, salientou Isabel Jonet.
Se há famílias que nunca imaginaram estar nessa situação, outras há que dela fazem forma de vida, acusou a mesma responsável: “

Onde é que ela generalizou aqui?

E já que falas em denúncias, explica-me onde as faço? A sério....não faço a mínima ideia onde deverei fazer uma denúncia.
Aliás, pensando bem....como denunciar algo que é feito nas barbas do Estado? Quando é o próprio Estado a dar direitos a certas situações, sem uma investigação prévia e eficaz das condições em que certas pessoas vivem?

Passo todos os dias por uma zona de barracas onde vejo tudo sentado com minis na mão a olharem para o ar (será que vivem dele?)
O que te digo é que o meu Peugeot já com 14 anos até fica corado ao passar ao pé das máquinas que estão lá estacionadas...
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:45

Vou começar pelo fim, passas por uma zona de barracas e vês lá pessoas sentadas a beber minis... e o que te leva a pensar que as minis são compradas com o dinheiro que vem do estado? e que as máquinas que lá vês paradas são compradas com dinheiro do estado?

Cocordo contigo, o estado faz mal o seu papel e dá recursos a muita gente que não precisa deles em prejuízo de quem precisa, assim como falha ao não fiscalizar quem paga os impostos em prejuízo de todos nós...

Onde denunciar, simples, na segurança social, tu conheces alguém que vive dos subsídios sem precisar deles?, basta ires à segurança social e dizer.


Todos nós já ouvimos as histórias dos ciganos que vão levantar o dinheiro de mercedes e achamos que isso é verdade.... gostava de saber como é que com um subsidio de 500 euros se consegue viver e comprar um mercedes.

Jorge Soares



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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:47

Atenção, eu não estou a dizer que não há ciganos e outras pessoas que recebem os subsídios de forma fraudulenta.. o que estou a dizer é que não se pode generalizar, há sim que denunciar e fazer pressão para que o estado seja mais riguroso no que faz.


Jorge Soares
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De Gaja a 13.09.2014 às 23:11

Jorge, dando uma vista de olhos pelos comentários uma coisa é fácil de perceber: todos os que defendem o ponto de vista da dita senhora contactam ou já contactaram com casos que comprovam as palavras da mesma. Dei aquele exemplo em que de facto não sei de onde vem o dinheiro, mas do céu não deve ser certamente, sendo assim só pode ser roubado. Mas tenho mais exemplos, desde pessoas que recorrem a ajudas alimentares e depois encomendam cozido à portuguesa no café da esquina entre outras. São pessoas que conheço, não li a história num artigo qualquer.
Estes casos existem, ponto. Se seria melhor denunciá-los, talvez tenhas razão, mas que queres, acho que não nasci para fiscal

Ao não teres conhecimentos de casos do género (assim como algumas pessoas, pelo que li) será razão para não te zangares com as palavras da senhora tendo ela contacto diário com esta realidade.

Para ficares com mais ideia do que se passa (só mais uma historinha e já me calo) uma amiga minha, assistente social, contou-me que certa vez uma fulana foi pedir um subsídio para o cavalo "porque sei lááaaaa tá a ver, agora estou com poucos recursos e não sei como vou alimentar o bichinho e a box alugada!!!!!" ahahaha!!!!!

Não, a sério Jorge, vai por mim.....há coisas que não lembram
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De Jorge Soares a 14.09.2014 às 11:43

O problema aqui é que estamos a confundir duas coisas, uma coisa é a fraude, as pessoas que recebem subsídios sem precisar, pessoas que não pagam impostos e tem rendimentos elevados mas que pedem os subsídios na mesma , outra coisa diferente é o que a senhora referiu que são as pessoas que são pobres e fazem disso um modo de vida.

Jorge Soares
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De Anónimo a 14.09.2014 às 17:50

Jorge, moro num concelho que atribui casas a quem não tem rendimentos suficientes para pagar a renda ou a compra de casa. Numa das entregas, vi ninguém me contou, um senhor levantar a chave de casa "montado" num bmw x5. Toda a gente viu, toda a gente sabe, mas ninguém podia provar que o carro era do senhor porque não estava em nome dele. E agora?! Ele ficou com a casa, a maioria não paga renda e continuam com grandes carrões.

E a senhora não generalizou, disse que haviam alguns.

Tenho uma vizinha que trabalha o suficiente para ter direito a sub. De desemprego e vai buscar comida à igreja. Não me diga que é por falta de acompanhamento. Nem sequer vive em barracas vive mesmo num apartamento.
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De Jorge Soares a 14.09.2014 às 18:49

Já o disse e volto a repetir, estão a confundir pobreza com fraudes, alguém que tem um X5 não é certamente pobre, se recebeu uma casa à que não tinha direito isso é fraude, não é disso que a Isabel Jonet estava a falar, ela falou de quem faz da pobreza modo de vida, de certeza que o X5 não foi comprado com o RSI e o senhor em questão não é pobre, é sim vigarista,.


Jorge Soares
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De golimix a 15.09.2014 às 22:05

Por acaso foi exatamente em pessoas de etnia cigana que pensei logo. Não sei se era a elas que se referia. Se assim for terá razão na sua generalidade. Mas como em tudo, ao generalizar incorre-se em erro e injustiça.

No entanto, excetuando casos raros e as pessoas que falei não me parece que haja "prazer" em mendigar-se.
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De Polittikus a 13.09.2014 às 14:12

Até concordo com o seu ponto de vista. Apenas um senão: há mesmo pessoas que usam e abusam da caridade de algumas instituições. Como diz um amigo me,u voluntário numa IPSS: "não imaginas a quantidade de gente que aparece para receber alimentos de iPhone na mão". Dá para entender o que ele quer dizer.Pois é, paga o justo pelo pecador...
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 16:01

Claro que há, assim como há pessoas que se negam a pedir factura para "ajudar" os comerciantes a fugir aos devidos impostos, mas nesses casos o que há a fazer é denunciar a quem de direito, o seu amigo quando vê esses casos que claramente indiciam fraudes ao sistema denuncio-os a alguém ou limita-se a generalizar como a Jonet?

Só paga justo pelo pecador porque nós e o estado permitem que existam abusos, mas de aí a dizer que há profissionais da pobreza vai alguma distância.

Jorge Soares
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De Polittikus a 13.09.2014 às 17:33

Pedem um atenstado de carência económica. Documento curiosamente passado pelas Juntas de Freguesia... uns desaparecem, outros lá trazem o documento.(?)
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De MaioriaSilenciosa a 14.09.2014 às 18:20

É triste que pensem assim. imagine voçê que hoje tem enprego e tem posses para comprar aquilo que entende e que necessita, por exemplo um iphone. Vai compra-lo, no mês que vêm é despedido e passadas algumas semanas vai a uma IPSS a pedir comida, será que nessa altura também não vou fazer um juizo errado de si.........pense nisso.
Quanto ao seu amigo ele que analize bem as coisas e depois fale. Quanto á Isabel Jonet nem vale a pena comentar pois seu discurso como de outras pessoas conhecidas da nossa praça sempre foi virado a 24 de Abril.
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De José a 13.09.2014 às 15:27

Há algo que me escapa: se a Isabel Jonet tem a opinião que toda a gente diz que ela tem dos pobres, por que razão continua a ajudá-los (e sim, ajuda-os, contrariamente ao que lhe parece)? Não duvido que ela seja uma péssima comunicadora e que bem podia estar calada, mas também não tenho dúvidas sobre o que ela tem feito no Banco Alimentar Contra a Fome. No fundo, estamos perante a eterna questão sobre se devemos ligar aos atos ou às (más) palavras.
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 16:03

É verdade que o Banco Alimentar ajuda muita gente, mas quanto a mim não deve ser esse o caminho, o banco alimentar é caridade e vive da caridade e a caridade por norma não resolve nada.

Ela devia calar-se, cada vez que fala prejudica o banco alimentar

Jorge Soares
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De José a 13.09.2014 às 17:30

Concordo, não é o caminho que deve ser seguido. Mas é algo que tem de ser feito, certo? A caridade por norma não resolve nada, mas se ninguém a fizer (e com o estado a fazer muito pouco), o mais provável é que famílias inteiras morram à fome.
Sinceramente acho que há muita gente (não sei se é o seu caso) que aproveita a fraca capacidade de comunicação de Isabel Jonet para atacar algumas coisas boas que têm sido feitas nos últimos anos. Se querem criticar a inexistência de um serviço de segurança social eficaz, façam-no (têm todo o meu apoio), mas para criticar pessoas e organizações que têm feito um bom trabalho só porque não estão direcionadas para uma área mas para outra, nesse caso não contem com o meu apoio (nem com o meu silêncio).
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:35

Eu não critico o trabalho dela, por acaso devido a um episódio que tive com uma instituição ligada ao banco alimentar e que me deixou a pensar sobre o verdadeiro destino do que é recolhido, não dou para o banco alimentar, mas isso tem a ver comigo, a minha critica não é ao trabalho da senhora é à forma e ao conteúdo do que ela costuma dizer.

Jorge Soares
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De :P a 13.09.2014 às 18:48

Euzinho avento uma hipótese - fica bem, a uma senhora, de "boa extraccção" católica, dedicar-se a boas obras - é uma questão de estética mas também prática : preenche os dias e tem sempre assunto nos jantares de boas famílias. Imagino as histórias infindas que terá para contar no seu sotaque aristocrático.
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De Makiavel a 13.09.2014 às 18:06

O problema desta senhora, verdadeira directora comercial da Associação dos Comerciaintes de Grandes Superficies, não é a forma como se expressa, é mesmo o conteúdo. O seu pensamento vem na linha directa das Associações de Caridade do antigo regime, que preenchiam o tempo às esposas dos ministros e embaixadores com as suas sessões de canasta. Para esta senhora, toda a assistência e esforço de integração dos mais pobres estaria circunscrito a estas iniciativas. Já agora, o BACF pode resolver temporariamente o problema alimentar a muitas pessoas, mas ajuda (e de que maneira) a potenciar o volume de vendas das grandes superfícies.
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De Nn a 13.09.2014 às 18:08

Com certeza a Isabel Jonet deve estar inquietada com a sua sábia opinao!
Bem haja!
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:23

E acha que eu escrevo para ela ler? este blog tem quase 2 milhões e meio de page views, eu escrevo para essas pessoas que por cá passam, agora, ela é figura pública e como figura pública está sujeita ao escrutínio e à critica, e felizmente vivemos num país em que podemos expressa ra nossa opinião.. e a minha é tão válida como outra qualquer

Jorge Soares

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De MLopes a 13.09.2014 às 18:15

Okay , a senhora peca por falar. Okay , a senhora é rica (como se isso fosse muito grave). Mas será que está assim tão longe da verdade? Não falando das pessoas que ficaram no desemprego, não falando das pessoas que vivem na rua, o que falar dessas as pessoas, as tais que fazem parte da referida transmissão intergeracional da pobreza e temos que quebrar essa transmissão”? Será que nenhum de vós ouviu falar de tal? Quantas vezes escutamos a referida obrigação de "que o Estado tem que nos dar?" Nunca ouviram? Estranho. Então circulem pela cidade e oiçam os que falam nos transportes públicos, nos centros de saúde, nas IPSS, em qualquer lado, a frase "o Estado tem que me dar" é usada e abusada. Não me importo de dar. Importo-me com os abusadores (ciganos ou não ciganos) que vivem dessa forma. É uma cultura, meus senhores. E não, não pertenço à elite (infelizmente, assim estaria bem melhor). Pertenço apenas a um grupo de trabalho que anda de porta em porta a acudir a necessidades básicas. E que todos os dias, escuto as palavras "o Estado tem que me ajudar." E que não tem vontade de mudar. Não querem. É frustrante. É cansativo. Porque se habituaram a ter sem se esforçarem. Quando temos de acudir a quem (e muito) ficou sem emprego. Mas mantém os filhos na escola. Se calhar (podemos fazer esse exercício e pensar?) era a esses a que a Isabel Jonet se referia. Os insultos porque é rico, porque é da elite, porque é branco, preto, amarelo, são tão redutores. Fazem lembrar frases de um senhor que era a favor da limpeza étnica. Temos mais acesso à informação, somos mais formados que os nossos pais e avós e, no entanto, somos contra quem fala o que vê e pensa. Assim não vamos longe enquanto sociedade. Eu, uma idiota de 22 anos, assusto-me. Sim, idiota que vejo e quero entender para além do que leio. Desculpem, se calhar, devo-me calar. Sou demasiado jovem para ter opinião.
MLopes
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:32

Não, não tem nada de idiota, bem pelo contrário.

Em todos os sistemas há quem abuse dos privilégios e das ajudas e há quem abuse em todas as classes sociais, ao estado compete além de ajudar, fiscalizar e certificar-se que a ajuda chega a quem realmente necessita, assim como lhe compete garantir que todos pagam os seus impostos devidamente e tem os mesmos direitos e beneficios.

É evidente que o nosso sistema não é perfeito, mas para mim dizer que há quem faça da pobreza um modo de vida, é um abuso e uma generalização, porque se levarmos as palavras dela À letra, no fim não há ajuda para ninguém e passam todos a viver da caridadezinha do banco alimentar... se calhar é mesmo isso que ela quer.

Obrigado pelo seu comentário e parabéns por ser uma pessoa que além de ter opinião a sabe expressar, isso não é lá muito comum.. em qualquer idade.


Jorge soares
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De MLopes a 14.09.2014 às 13:56

Obrigada pelo elogio! É sem dúvida uma forma educada e sensata de se estar num debate. Fico é desanimada e triste por ler comentários tão agressivos. Ter uma opinião diferente não é motivo para se ser atacado. Respeito entre quem debate um tema, é sinal de maturidade.
O sistema não é, nem nunca será perfeito, mas podemos separar o trigo do joio. Não acredito que se pretenda manter um sistema de caridadezinha. Não quero acreditar nesse pressuposto. Quero acreditar (ingenuidade?) que é possível mudar a forma de pensar. Conseguimos (pouco, é verdade) mas já se levou a sociedade a não aceitar os maus tratos às mulheres. Um passo em frente.
E aos restantes comentadores, o ataque pessoal não serve de nada. O autor do texto, lançou um debate. É um direito que lhe assiste. Tal como o vosso em discordar.
Obrigada.
MLopes
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De almaparva a 14.09.2014 às 03:25

As elites portuguesas vivem da sua proximidade com o poder ou seja, do compadrio e da cunha. Numa sociedade em que as elites se apropriam do grosso dos recursos, nas classes mais longe da "teta do orçamento", não transmitir aos filhos que "chular" o Estado é legítimo seria privar os mesmos de meios de sobrevivência alternativos.
"Quem rouba tostão é ladrão, quem rouba milhão é Barão"
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De Costa a 13.09.2014 às 19:13

Quem escreve ciclo vicioso em vez de círculo vicioso, não devia comentar fosse o que fosse.
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De Jorge Soares a 13.09.2014 às 19:24

Não presumo de ser perfeito nem de escrever perfeito... e o facto de misturar palavras de outras línguas, não me impede de ter opinião... obrigado pela correcção, vou já alterar o post


Jorge Soares
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De ana jesus a 13.09.2014 às 19:40

A Isabel jonet sempre que fala de algum assunto é polémica, mas ela tem razão E m muitas coisas , à imensas pessoas que vivem de rendimentos do estado e nao querem trabalhar , aqui na minha terra tambem os há.
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De :P a 15.09.2014 às 08:00

E há imensas famílias, umas mais finas que outras, que se fartam de trabalhar duro em empregos/posições que nada acrescentam à riqueza nacional e que são criados expressamente para lhes dar ocupação e fontes de rendimento ou que. mesmo que acrescentando algo à riqueza nacional, não foram entregues aos mais capazes mas a amigos e familiares de gente igualmente mais ou menos finas - os mui conhecidos "tachos".
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De SerraBrava a 13.09.2014 às 19:38

Isabel Jonet, fala sobre as suas vivências e, pelo que vejo nos comentários, não sou só eu a testemunhar as verdades que evoca. Mais, na minha opinião, ela fala - ou escreve - a medo, pela rama, deveria ser mais acutilante perante uma realidade do conformismo em receber peixe todos os dias, fruto de uma caridadezinha gigante de um Banco Alimentar, em vez de pegar numa cana de pesca e ir pescar!! É verdade! Além disso, não estando Isabel Jonet no lugar que ocupa, outro deveria ocupá-lo. Quer o senhor Jorge Soares tomar conta desse lugar? Por mim, que faço as minhas pequenas doações, tudo bem. Irá encontrar sim, esses verdadeiros profissionais da subsidiodependência a que se refere Isabel Jonet que, sendo tantos, nos induzem numa generalização que ninguém pretende fazer! Dispa-se de preconceitos ou de outra coisa qualquer preconcebida para Isabel Jonet e, com toda a calma do mundo, releia os comentários que, relatores melhores que eu, fizeram ao seu articulado! Vai surpreender-se.
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De Antonio Costa a 13.09.2014 às 19:46

claro que há profissionais da pobreza, a senhora é uma profissional dessa pobreza, teve o merito de criar o BA mas recebe um ordenado por isso vive à custa da pobreza........
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De SerraBrava a 14.09.2014 às 09:49

Se bem entendi, o sr. António Costa, mandava então, os "pobres" pedir de porta em porta e, por exemplo, só era professor, quem abdicasse de remuneração ... Entendi-te !
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De Salazar a 15.09.2014 às 12:14

Eu próprio já pensei tornar-me profissional da pobreza. Senão vejamos, fundo uma associação de solidariedade social (desde logo isenção de iva) para ajudar, por exemplo, os pobrezinhos que não tendo carro próprio são obrigados a deslocar-se de transportes públicos, recolhia uns donativos, pagava o meu ordenado porque ser presidente da associação merece ser pago e o sobrante lá ía para os pobrezinhos.
No final do dia, sempre sobrava algum tempo para ir ajudar na recolha de alimentos do BA e trazer uns pacotes de bolachas à pala (conheço pessoas que fazem isso, afinal o que vai dentro dos sacos não é imediatamente registado).

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