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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Isabel Allende é de longe minha escritora favorita, cresci a ler Gabriel Garcia Marquez, Rómulo Gallegos, Vargas Llosa.. entre outros autores do Realismo Mágico, uma corrente literária nascida na América latina que nos seus romances mistura de uma forma quase perfeita o realismo do dia a dia com a vivências religiosas, as crenças que vieram de África com os escravos e o modo de vida dos aborígenes.
Isabel Allende será talvez a última grande escritora desta corrente de escrita que podemos encontrar em cada um dos seus livros.
O Jogo de Ripper é um livro diferente que quando foi publicado nos estados Unidos chegou a causar alguma polémica. Começou por ser catalogado como um Thriller da literatura policial, até que a autora apareceu em público a esclarecer que não gostava especialmente do tema, que o achava pesado e não conseguia escrever assim, por isso decidiu escrever algo que seguisse os mesmos moldes mas que tivesse alguma ironia ao colocar a investigação nas mãos de uma adolescente de 16 anos.
O livro que é pautado pelo ritmo dos assassinatos que vão acontecendo e que são investigados à distancia por Amanda, a jovem de 16 anos, pelo seu avô e por o grupo que esta comanda, pessoas que não se conhecem pessoalmente mas que através da internet utilizam a sua intuição e conhecimentos para ir descobrindo os detalhes que unem cada um dos crimes.
Paralelamente a tudo isto vamos descobrindo o mundo que rodeia Amanda, a sua vida, a da sua mãe Indiana, a de Ryan Miller um ex Seal militar americano que guarda no corpo e principalmente na alma, as marcas da sua passagem por várias missões de guerra. Pedro Alarcón, ex guerrilheiro uruguaio, a bela ex prostituata que se casa com o rico de alta sociedade só pelo seu dinheiro, o rico de alta sociedade, o amigo gay pobre e drogado, o brasileiro sedutor, pintor de quadros, também pobre… e alguns mais.
No meio, como em todos os livros de Isabel Allende, vamos descobrindo as histórias de amor, já sejam as que levaram à história do livro ou os que se desenvolvem com ela e nos fazem seguir o fio à meada.
Em suma, O Jogo de Ripper é um Thriller sem ser um Thriller, é um livro diferente, muito bem escrito como não podia deixar de ser por esta autora, com várias histórias muito bem conseguidas que vão correndo em simultâneo mas em paralelo até que no fim tudo faz sentido.
Um excelente livro para quem gosta de policiais e para quem gosta do género da autora.
Sinopse:
Indiana e Amanda Jackson sempre se apoiaram uma à outra. No entanto, mãe e filha não poderiam ser mais diferentes. Indiana, uma bela terapeuta holística, valoriza a bondade e a liberdade de espírito. Há muito divorciada do pai de Amanda, resiste a comprometer-se em definitivo com qualquer um dos homens que a deseja: Alan, membro de uma família da elite de São Francisco, e Ryan, um enigmático ex-navy seal marcado pelos horrores da guerra. Enquanto a mãe vê sempre o melhor nas pessoas, Amanda sente-se fascinada pelo lado obscuro da natureza humana. Brilhante e introvertida, a jovem é uma investigadora nata, viciada em livros policiais e em Ripper, um jogo de mistério online em que ela participa com outros adolescentes espalhados pelo mundo e com o avô, com quem mantém uma relação de estreita cumplicidade. Quando uma série de crimes ocorre em São Francisco, os membros de Ripper encontram terreno para saírem das investigações virtuais, descobrindo, bem antes da polícia, a existência de uma ligação entre os crimes. No momento em que Indiana desaparece, o caso torna-se pessoal, e Amanda tentará deslindar o mistério antes que seja demasiado tarde.
Jorge Soares