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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha
Um destes dias, já não sei a propósito de quê, a D na sua infinita curiosidade saiu-se com o seguinte:
- Mãe, o que é ir à missa?
A minha meia laranja ia tendo um fanico, e a seguir teve mesmo quando olhou para mim e eu disse:
- Finalmente à terceira fizemos o trabalho como deve ser!
Ela ainda tentou argumentar, mas eu como quem não quer a coisa, lembrei-lhe como tinha corrido a experiência do N. e a R. com os escuteiros e a catequese (ver este post), deve ter funcionado, não se voltou a falar do assunto.
Os meus filhos são os três baptizados, a mais nova já tinha sido baptizada quando chegou cá a casa e os mais velhos são porque a P. e uma parte da família faziam questão, a mim tanto se me dá que o sejam ou não, a educação que sempre pensei para os meus filhos não tem nada a ver com religião. Sempre tentei educar com o exemplo e se possível ensinando os meus filhos a pensar por sí, se no fim eles por si e pela sua cabeça chegarem a uma religião qualquer, isso é problema deles, mas se for pelo meus exemplo, não irão de certeza absoluta precisar de igreja ou religião para nada.Eu não preciso mesmo. Ninguém é melhor pessoa por acreditar ou não em deus, pessoas boas e más há em todas as religiões do mundo e evidentemente entre os ateus.
Porque é que me lembrei de tudo isto, porque hoje pelo meu facebook passou o seguinte artigo: Famílias sem religião estão fazendo um trabalho melhor do que as demais
Trata-se evidentemente de um artigo sobre vários estudos feitos nos Estados Unidos, vale o que vale, mas não deixa de ser interessante olhar para as várias conclusões, vejamos:
-apresentam muito mais solidariedade e proximidade emocional entre pais e filhos
-A maioria parecia viver vidas plenas caracterizadas por uma direcção moral e um sentido de que a vida possui um propósito.
-têm seus próprios valores morais e preceitos éticos, entre eles a solução racional de conflitos, autonomia pessoal, livre-pensamento, rejeição de punições corporais, um espírito de questionar tudo e, principalmente, empatia
- tratar os outros como gostaríamos que fôssemos tratados. Este é um imperativo ético antigo e universal, e não há nada nele que force a crença no sobrenatural
-Quando estes adolescentes se tornam adultos, eles tendem a apresentar menos racismo que seus colegas religiosos
-Os adultos seculares têm uma tendência maior a compreender e aceitar a ciência do aquecimento global, a apoiar a igualdade feminina e os direitos dos gays.
-No cenário internacional, países democráticos com os menores níveis de fé religiosa são também os que têm as menores taxas de crimes violentos e gozam de bem estar social relativamente alto
Ora, a mim parecem-me argumentos suficientes, mas muito mais importante que tudo isto é o facto de eu querer que os meus filhos aspirem a ser pessoas cultas e integras com consciência, não por medo às consequências do pecado ou aos castigos divinos e sim porque essa é a forma correcta de se viver.
Jorge Soares