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Máscaras - E onde anda o bom senso?

por Jorge Soares, em 26.10.20

mascaras.jpg

Imagem de aqui 

Este fim de semana estava de prevenção e portanto a caminhada foi em Setúbal pela baixa e à beira Sado, havia uma prova do campeonato nacional de triatlo,  alguma gente na avenida a aplaudir os atletas e para o que é costume, pouca gente a caminhar junto ao rio. Fiquei agradavelmente surpreendido, 80% das pessoas com quem me cruzei usava máscara na rua, havia mesmo pessoas a fazer caminhadas junto ao rio e de máscara.

Hoje o presidente da república aprovou a lei e vai passar a ser obrigatório o uso de máscara na rua quando não for possível manter a distância de segurança. A julgar pelo que vi no fim de semana, lei ou não lei, a mensagem está a passar, usar máscara é fundamental para fazer abrandar a pandemia e quer-me parecer que uma boa parte da população já percebeu isso.

Curiosamente é no Facebook e nas redes sociais onde vejo mais gente a queixar-se da lei, a dizer que não vai usar máscara, que o vírus não existe, que a aplicação não serve para nada, sei lá... Começo a achar que está na hora de fazer uma limpeza nos meus contactos das redes sociais, começo a estar um bocado farto de aturar malucos e adeptos de teorias da conspiração.

Supostamente não há  evidências cientificas que digam que as máscaras protegem do vírus, não há? Então desde há dezenas de anos que os cirurgiões usam máscaras nas operações só porque querem?  Aquelas máscaras, as batas, tudo o resto que eles utilizam não serve mesmo para nada?  Não as utilizam porque há estudos cientifico que provam que elas protegem os doentes?

Na realidade as máscaras cirúrgicas estão lá não é para proteger o médico que opera, é para proteger o doente, porque está provado que protegem o doente, há dezenas de anos que isso foi provado, se o médico  espirrar, se tossir, se estiver doente, a máscara serve para evitar que o doente seja contaminado. Será que a estas alturas da vida alguém coloca isso em causa?

Ora, se protegem o doente do médico, protegem qualquer pessoa de outra que esteja infectada, deu para perceber? É preciso um desenho? Vão ao Facebook, há  muitos desenhos a explicar isso, como o este:

mascaraxixi.jpg

Há uns tempos li um livro em que se explicava como é que passou a ser obrigatório  os médicos lavarem as  mãos entre actos médicos. Algures no século XIX um médico  observou que havia um hospital onde a mortalidade entre parturientes era muito menor que nos outros. Um pouco de investigação levou-o a concluir que a diferença era que naquele hospital  o médico que atendia os partos tinha o hábito de lavar as mãos entre cada parto. Apesar do estudo cientifico e das conclusões, a maioria dos outros médicos riu-se dele e insistiam em não lavar as mãos, demorou até o estudo e as evidências serem  aceites e passar a ser obrigatório lavar as mãos. Entretanto morreram milhares de mulheres após os partos por infecções que eram transmitidas pelo médicos que as assistiam. 

Quantas mais pessoas tem que morrer de Covid e de outras doenças devido a termos um SNS colapsado antes de percebermos que é de simples bom senso usar máscara?

Fiquem bem e por favor, usem mascara e/ou mantenham a distância social

Jorge Soares

 

publicado às 22:12


6 comentários

Perfil Facebook

De Hugo Mota a 27.10.2020 às 12:21

Caro Jorge,

Na situação presente há duas vertentes, visões ou caminhos bem distintos. Um, aquele que estou completamente de acordo consigo, chama-se bom senso.

Obviamente que as máscaras, mesmo não sendo 100% eficazes, protegem mais do que a inexistência delas. Como tal, se estivermos num local densamente povoado ou fechado, é de bom senso para nossa proteção e de terceiros o seu uso.

Contudo, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito sinceramente, a questão do uso de máscara da rua acho um manifesto exagero, para não dizer um absurdo. O Jorge pode dizer-me que se alguém contaminado, tossir ou espirrar em cima de si na rua, terá grande probabilidade de ficar contaminado. Verdade! Mas perigo também o terá, se um carro vier contra si, ou um avião lhe cair em cima de casa. Não está livre de lhe acontecer. Ainda assim, não são situações recorrentes. São acidentes!

Acho muito, mas muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, mais provável apanhar covid enquanto pega numa lata de atum num supermercado (ou num autocarro), do que ser contaminado na rua. Mas curiosamente, aí onde o perigo é bem mais real, não foi imposta a obrigatoriedade de limpeza das mãos no acesso aos supermercados, lojas ou transportes. Fica ao bom senso de cada um.

Mesmo que um infectado possa espirrar para as mãos no estacionamento do shopping e passado 2 minutos esteja a pegar num objecto qualquer de uma loja... pois é... isso teria custos e o Estado não está cá para gastar dinheiro a auxiliar o comércio (ou os transportes) na proteção contra virus. Mais vale esbanjar num elefante branco qualquer... mas isso são outras estórias.

Isto leva a uma segunda questão. A da liberdade.

Se vier um estudo, ou uma autoridade qualquer, dizer que o uso de orelhas de burro protege do covid, sendo obrigatório o seu uso, vai-as usar?
O exemplo é exagerado e absurdo. Concordo.
Mas basta substituir orelhas de burro por máscara, e verá que está na situação atual. Basta substituir orelhas de burro por stayaway covid e verá uma situação actual. Basta substituir orelhas de burro por um chip implantado em si, ou uma app num aparelho, para se aperceber o quanto ténue é a linha que o separa de um cidadão livre, para um indivíduo semi-escravizado.

O que o Covid nos tem mostrado, é que a segurança na democracia que tínhamos é bem mais frágil e volúvel do que pensávamos.
Não penso que o Covid seja uma doença de desdenhar, banalizar, ou para se agir irresponsavelmente. Há que ter cuidado e o bom senso que refere, na proteção própria e de terceiros. Ainda assim, acho desproporcional a gravidade da doença Vs as restrições de liberdade que se vão vendo.

Não sei até que ponto, num futuro próximo, as democracias venham a sofrer um perigo bem maior do que este Covid.

Cumprimentos
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De RV a 27.10.2020 às 13:14

O que era mesmo bom, bom,bom,bom,bom,bom, era nessas remotas possibilidades de infeção, ocorrer mesmo uma e o hospital negar-lhe a entrada
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De JCR a 27.10.2020 às 13:28

Quando tiveres que sair à rua envolto num preservativo gigante, aí, já não apanhas com nenhum infecção!
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De RV a 27.10.2020 às 15:57

Pronto, já percebi onde queria chegar, não tenho os seus hábitos
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De Anónimo a 28.10.2020 às 08:07

O significado de RV será RETARDADO VIRULENTO?
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De RV a 28.10.2020 às 09:30

Anónimo, saiu uma noticia para si: https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/1613893/os-dez-primeiros-sintomas-de-demencia-fique-atento

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