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Não o quê?

por Jorge Soares, em 05.07.15

oxi.jpg

 

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Está feito, ganhou o NÂO, depois de uma semana debaixo de  uma enorme pressão interna e principalmente externa, o povo grego disse de sua justiça e disse não... 

 

Foi difícil perceber o que estava em jogo, ainda hoje havia muita gente que se perguntava "Sim" ou "NÂO" a quê? À Europa? ao Euro? Ao governo de Tsipras e Varoufakis? À Merkel? 

 

Ao contrário da ideia que muita gente por essa Europa fora tem querido transmitir, este NÂO do povo grego não significa que eles queiram sair da Europa ou do Euro, significa simplesmente que não querem que o seu governo aceite um acordo que os continue a penalizar.

 

Hoje foi o referendo, amanhã recomeça tudo, o governo grego vai voltar à Europa e às negociações, até porque não tem para onde fugir, mesmo que por hipótese decidissem deixar o Euro e/ou deixar de pagar as suas dívidas, a situação do país e dos bancos gregos é de tal forma precária,  que vão sempre precisar de dinheiro para poderem seguir em frente, pagar aos funcionários públicos e fazer ressurgir a economia.

 

Há quem ache que a solução poderá estar na China ou na Rússia, eu não acho, para além do turismo não há no país recursos que possam servir como garantia a algum destes países e ninguém dá dinheiro em troca de nada.

 

O refendo grego constitui sem dúvida alguma um marco na História europeia, mas tenho algumas dúvidas que para além da enorme amostra de democracia, tenha na realidade algum efeito prático na vida e no futuro do país.

 

Jorge Soares

publicado às 21:40


6 comentários

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De Anonimo a 05.07.2015 às 23:26

E verdade uma bela liçao de democracia, uma recusa de medidas de austeridade que so levam a mais austeridade. pela primeira vez a uniao europeia foi chamada a atençao que tem que aceitar outros governos diferentes e vai ter que negociar com eles.

so gostava de uma confirmaçao em relaçao a grecia nao ter recursos naturais, talvez isto explique a ser verdade algumas coisas.

http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/detalhe/petroacuteleo_pode_ser_a_arma_da_vinganccedila_grega.html

"De acordo com a respeitada BP "Statistical Review of World Energy" a Grécia importou diariamente, em 2011, uma média de 243 000 barris de petróleo. A preços correntes, isso significa mais de 10 mil milhões de euros anuais. Trata-se de um dos mais significativos itens no conjunto das importações do país, contribuindo de maneira significativa para o défice da sua balança comercial. Mas esta situação pode mudar num horizonte de apenas uma década. Nos últimos meses têm-se avolumado os sinais de que a Grécia tem condições para se tornar auto-suficiente em petróleo, podendo até vir a ser um dos maiores produtores europeus.

Presentemente o país tem uma produção de apenas 5000 barris por dia, resultantes das descobertas, nos últimos 3 anos, dos campos "Prinos Norte e Épsilon", no Golfo de Kavala, situado no sul do Mar Egeu. A operadora grega "Energean Oil and Gás" estima que a produção desta jazida de 50 milhões de barris poderá atingir cerca de 20 000 barris diários em 2015
De acordo com um especialista do "Canadian Geologic Survey", o sul do Mar Egeu e o Mar de Creta podem conter jazidas com um total de 2 mil milhões de barris de petróleo. David Hynes, especialista da Universidade de Tulane, afirmou recentemente em Atenas que a Grécia pode resolver o problema da sua dívida pública a partir apenas das receitas resultantes das descobertas mais recentes. Segundo Hynes, tais descobertas poderão trazer ao país mais de 300 mil milhões de dólares nos próximos 25 anos.

Mas o Mar Egeu é apenas parte desta narrativa. A área mais promissora situa-se no Mar Jónico, na costa Oeste. Estudos preliminares conduzidos pelo governo grego indicam que esta zona poderá conter 22 mil milhões de barris de petróleo. Isto é, o equivalente a 10 vezes a presente dívida externa grega. Trata-se obviamente de reservas possíveis, que o mesmo é dizer com 10% de possibilidade de se virem a materializar. Ainda assim, são valores de tal modo expressivos que a concretização de apenas uma parte delas alterará por completo a situação das finanças gregas. E possivelmente alterará também alguns equilíbrios geopolíticos nessa parte do mundo mediterrânico.

O FMI e a União Europeia exigem que a Grécia privatize as suas empresas públicas, designadamente as duas companhias petrolíferas controladas pelo Estado. Mau grado a hesitação dos governantes gregos, parecem não faltar interessados nessas empresas e no potencial energético do país. Especialmente depois de a empresa americana Noble Energy ter anunciado uma descoberta de gás de "classe mundial" no "offshore" de Chipre. A descoberta na Zona Económica Exclusiva de Chipre segue-se aliás a outras feitas nos últimos três anos ao largo da costa israelita. Embora pouco divulgados, os campos israelitas de "Leviatã" e "Tamar", situados junto à disputada fronteira marítima com o Líbano, constituíram as duas maiores descobertas de gás natural feitas na primeira década deste século."
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De Pedro Silva a 06.07.2015 às 16:55

Jorge o anónimo diz aqui porque razão a Rússia e a China serão os primeiros a "dar a mão" aos Gregos caso a Europa os abandone.

Agora junta-lhe o facto de a Grécia ser Dona da maior frota de Marinha Mercante da Europa, o facto de ser a passagem de importantes rotas comerciais e a zona estratégica onde esta se situa e perceberás, sem sombra de dúvida alguma, porque razão te digo que Russos e Chineses estão dispostos a "ajudar" no que for preciso.

Aquele abraço!!!
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De Anonimo a 06.07.2015 às 21:46

Concordo, acrescentaria algumas nuances, a grecia nao vai ser abandonada devido ao esquema de moeda com caracteristicas federalistas e cuja saida representaria um rombo no casco em que de futuro seria um precedente muito serio caso a grecia depois da tormenta ficasse melhor do que estava seria um exemplo a seguir em caso de dificuldades.

Faltou nesta construçao a meu ver, um fundo europeu em que todos os paises contribuissem para acudir a casos destes, nesse caso nao eram os contribuintes dos outros paises a ser chantageados por acudir aos pobres mas como todos os paises contribuiam para quando acontecessem casos destes, a semelhança do FMI ninguem sabe quem sao os paises que contribuem, eles contribuem para um fundo a ser administrado em casos de necessidade tais como os contratos de mutuo vulgares seguros, a seguradora paga sem se saber de que premios veio o pagamento, nos EUA se um estado tem problemas regra geral existe solidariedade federal, mas na europa nao se fala em problemas na uniao europeia mas em portugal grecia irlanda etc etc.

Tambem acredito que nao vao deixar cair a grecia se estes recursos naturais se confirmarem,alem disso a china tem interesses portuarios, mas as novas guerras sao por recursos naturais, depois de o sistema financeiro se ter posto a salvo nos ultimos anos na grecia, e se ainda a nao convidaram a abandonar o barco, acredito que ha interesses ponderosos por parte a europa e america a que tal nao aconteça, se acontecer sera uma grande surpresa para mim e o projecto europeu nao passou de um sonho.
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De Pedro Silva a 06.07.2015 às 22:02

"Faltou nesta construçao a meu ver, um fundo europeu em que todos os paises contribuissem para acudir a casos destes, nesse caso nao eram os contribuintes dos outros paises a ser chantageados por acudir aos pobres mas como todos os paises contribuiam para quando acontecessem casos destes, a semelhança do FMI ninguem sabe quem sao os paises que contribuem, eles contribuem para um fundo a ser administrado em casos de necessidade tais como os contratos de mutuo vulgares seguros, a seguradora paga sem se saber de que premios veio o pagamento, nos EUA se um estado tem problemas regra geral existe solidariedade federal, mas na europa nao se fala em problemas na uniao europeia mas em portugal grecia irlanda etc etc."

Subscrevo por completo!

Quanto ao resto, o bom senso diz-nos que a Grécia não vai ser abandonada (por causa do tal sistema da moeda única que funciona como um dominó), mas pelas declarações de Merkel e Holande não sei se vai haver bom senso nisto tudo... Vamos aguardar para ver.
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De marquês barão a 07.07.2015 às 10:34

Encenação grotesca para perguntar á avó se tem netos, com a família a aplaudir e a plateia a rir. Quem é que alinha nesta pantomina? Mesmo cantando vitória o que é que se altera se tem sido nessa base que os governantes gregos tem andado a simular negociações? Se a margem se vier a situar nos 60/40% tudo na mesma como a lesma. Mas se a diferença encurtar significativamente a extração politica do resultado aritmético será de mal a pior. Por cá já Catarina Martins subiu ao palco para celebrar e nos cantar a canção do bandido como se Tsipras e Varoufakis tivessem andado até agora a brincar em nome dos Troianos. A cobardia de um empertigado que escolhe a musica e abandona o baile não podia faltar.
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De Anonimo a 07.07.2015 às 13:56

Tem razao, um impertigado a quem parece que chegou a informaçao de que nao era bem vindo ao eurogrupo, imagine um impertigado escudado por um referendo de 61 por cento em relaçao ao que defendia para o seu pais, e com que cara o enfrentariam os burocratas de bruxelas para quem qualquer consulta deste tipo parece ser sacrilegio, o melhor era sair mesmo. Quanto ao resto nao sei que lhe diga se tem mesmo esses recursos naturais, (o senhor nao contestou nem ninguem) o que seria melhor para eles,nos pelo menos nao temos quem nos defenda nem onde cair mortos.

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