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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Vai fazer dois anos que a propósito de mais uma tentativa de alargamento do número de equipas do campeonato nacional de futebol, aqui escrevi o seguinte:
"Se na liga estivessem dirigentes sérios e responsáveis, em lugar de um alargamento, estaríamos de certeza a falar na hipótese de se diminuírem os clubes, de se implementarem medidas de fiscalização reais que impedissem que clubes com orçamentos mirabolantes que depois se verificam que não tem uma base real, de participar.
Do meu ponto de vista não há em Portugal adeptos nem condições de mercado para mais que 12 clubes... e mesmo assim não sei se não estarei a exagerar o número, para que insistem em alargar a vergonha e a desgraça?"
Entretanto entre trapalhada e trapalhada, até agora não se tinha conseguido o tão desejado (pelos clubes que todos os anos andam com o credo na boca) alargamento. Esta semana ficamos a saber que o Boavista conseguiu ver aprovada a sua candidatura ao escalão máximo e portanto o alargamento em principio irá mesmo acontecer.
E digo "em principio" porque até ao inicio da competição o Boavista e os restantes clubes terão que apresentar a documentação que prove que para além de não existirem dívidas a fornecedores e ao estado, os orçamentos são sérios e existe dinheiro que os garanta... É verdade que a julgar pelos anos anteriores isso não é difícil.... todos os clubes conseguem, mesmo aqueles que chegam a Dezembro e já não tem dinheiro para pagar salários... vá lá a gente perceber estas coisas.
Não tenho nada contra o Boavista e acho sinceramente que o clube deve ser compensado se efectivamente existiram erros da justiça civil ou desportiva, tenho é sérias dúvidas que essa compensação deva passar pela integração na liga principal.
Desde 2008 que o clube se tem arrastado pelas competições inferiores, já esteve mais que uma vez na falência e só tem sobrevivido graças ao empenho de algumas antigas estrelas. À primeira vista o que me parece é que passar desta situação para uma liga profissional ainda por cima quando o país está em crise e os patrocinadores não abundam é querer dar um passo maior que a perna.
O aumento dos clubes de 16 para 18 irá contribuir ainda mais para as dificuldades, são mais clubes a lutar pelos mesmos patrocinadores o que irá significar menos dinheiro para cada clube e mais clubes a lutar pelos mesmos jogadores, ou seja, salários mais altos e mais gastos.
Não teria sido mais inteligente exigir à liga, ao estado e à federação uma indemnização pelos erros cometidos, usar esse dinheiro para limpar as contas, investir numa boa equipa para competir e crescer e depois com o tempo chegar à liga com um projecto como deve ser?
Jorge Soares