Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Vinha no carro quando na Antena 1 deram a noticia, "o governo quer agilizar os processos de adopção, estes vão demorar no máximo um ano", a seguir dei por mim a falar sozinho:
- Um ano?, então mas a lei actual diz que as avaliações tem que demorar no máximo seis meses, onde é que passar de seis meses para um ano é agilizar o que quer que seja?
Cheguei a casa com as garras de fora e o mau feitio no máximo, a preparar-me para cascar forte e feio no Mota Soares e nos restantes governantes, felizmente decidi dar uma olhadela às noticias sobre assunto antes de começar a escrever o post.
Na verdade desde o ponto de vista do adoptante pouco irá mudar, os processos de avaliação continuam a demorar no máximo seis meses, o que realmente vai mudar (esperamos que consigam) é a forma como são tratados e avaliados os processos das crianças, não os que envolvem os adoptantes.
Actualmente as crianças estão institucionalizadas e passam anos e anos até que entre as instituições de acolhimento e o tribunal decidam qual será o seu processo de vida. Há crianças que chegam às instituições com um ou dois anos e os processos são decididos quando eles tem doze ou treze e dificilmente alguém os quer adoptar.
O que este governo quer fazer é obrigar a que este processo seja agilizado, por exemplo: que ao fim de 18 meses após a sinalização de uma criança exista uma avaliação da situação de modo a garantir que as medidas de protecção são as mais adequadas. Pretende também que seja limitado a 12 meses o processo que medeia entre o estudo de caracterização da criança e a sua adopção...
Parece que finalmente alguém percebeu onde está realmente o problema, não sei se haverá forma de fazer com que os responsáveis das instituições de acolhimento e os juízes passem a cumprir estes prazos, mas que alguém do governo tenha percebido que deve haver algo errado no processo quando há 8500 crianças institucionalizadas e pouco mais de 400 para adopção, já é um grande avanço.
Ver para crer.
Aos senhores jornalistas pede-se que antes de dar as noticias tentem perceber do que se está a falar
Jorge Soares