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Portugal, um país de parvos costumes!

por Jorge Soares, em 27.04.16

mustafa.png

 

Imagem do DN 

 

De manhã na revista de imprensa da Antena 1, a propósito da capa do Correio da manhã, falava-se de um "Arrastão no centro de Lisboa". Está visto que os jornalistas(??) deste Jornal(??) estão cada vez mais esclarecidos. O suposto arrastão afinal foi um infeliz episódio de violência em que alguém tentou defender o seu trabalho e a sua vida da violência gratuita de um bando de energúmenos.

 

Durante o dia  à medida que iam circulando os vídeos, a internet e as redes sociais por vezes são mesmo úteis, fomos percebendo melhor o que se passou, e segundo o DN o que se passou pode resumir-se assim:

 

"Peguei na faca de cortar kebab (espetada de carne) e tive de me defender. O que mais eu podia fazer? Um deles pegou na pistola ainda dentro do restaurante, outro tinha uma faca."

 

Já fomos um país de brandos costumes, agora somos um país cada vez mais igual a muitos outros, este tipo de coisas não deve acontecer, infelizmente acontece, segundo li alguns dos agressores foram identificados, espero sinceramente que se faça justiça,

 

Mas  há outras coisas que me chamaram a atenção na reportagem do DN, coisas como esta: 

 

"Podem escrever aí que eu desconto para Segurança Social, para tudo, e ainda não tive a autorização de residência do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)."

 

Somos um país estranho, Mustafa trabalha, tem um negócio próprio, paga impostos, paga a segurança social, cumpre com os seus deveres de cidadão como qualquer outro cidadão, como qualquer outra pessoa tem deveres e pelos vistos cumpre-os, mas isso não lhe dá direitos.

 

Portugal vende vistos sem fazer muitas perguntas a quem tem dinheiro e quer arranjar uma porta de entrada para a Europa e para o ocidente, mas  é incapaz de reconhecer os direitos a quem para cá vem com vontade de trabalhar e de construir coisas.

 

Mustafa é Curdo, tem um restaurante em Lisboa, tem direito a ser agredido por energúmenos, mas não tem direito a um visto de residência para poder trazer a sua família para junto de si,  para o  país que escolheu para poder ter uma vida.

 

Já fomos um país de brandos costumes, agora somos um país de parvos costumes.

 

Jorge Soares

 

 

publicado às 22:05


4 comentários

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De Anónimo a 28.04.2016 às 10:34

Também seria curioso saber se os ditos energúmenos, estarão nas mesmas circunstancias do Mustafá perante a nossa sociedade (e economia), ou seja, se pagam impostos, se estão legais, se trabalham, etc,etc. Mas esse exercício nunca é feito, pois normalmente é absorvido pelo chavão das "minorias excluídas" e dos coitadinhos.
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De AR a 28.04.2016 às 10:56

Claro, porque se eles cumprirem com todos esses deveres sociais passam a ter direito de agredir fisicamente e ameaçar com armas qualquer pessoa. E sobretudo têm direito a fazer isso em larga superioridade numérica, porque sozinhos parece que é mais difícil e menos cobarde.

Aquilo que eu vi não deve ser aceite nem minimizado por ninguém. Sejam cumpridores ou menos cumpridores. E de cada vez que alguém o faz é um passo para nos tornarmos um país igual a muitos outros.
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De Anónimo a 28.04.2016 às 11:43

Terão direito a fazer o que quiserem como qualquer outro cidadão, a questão é que facilmente poderão ser localizados e responsabilizados (ou não), caso contrario, são filhos do ar e pelo ar desaparecem, ou acha que quando lhe pedem dados biométricos para entrar/legalizar a residência num qualquer país é só para enfeitar um papel?
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De Anónimo a 28.04.2016 às 12:11

"terao direito a fazer o que quiserem como qualquer outro cidadao",e muito bem dito, so que isso da-lhe o direito a ter um agregado familiar igual aos nossos, nao varias mulheres, tios primos avos e toda uma caterva de familiares que e costume entre eles, nao podem vir para ca viver toda esse gente como subsidiodependente, esse e um dos grandes problemas na questao de atribuir residencia e reconhecer o reagrupamento da familia ca, problema que ja se verificou noutros paises.

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