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Quantos são 2+2 senhora ministra?

por Jorge Soares, em 30.09.15

defice.jpeg

 Imagem do Henricartoon

 

De vez em quando lembro-me desta anedota, a versão original metia contabilistas, também há uma com advogados, mas o resultado é  sempre o mesmo e pelos vistos aplica-se que nem uma luva aos tempos actuais:

 

P: Quantos são 2 e 2?

Engenheiro: São 4, é claro!

Matemático: .... (depois de alguns minutos e várias folhas A4 preenchidas com cálculos )  3,9999999....

Membro do governo português: Depende da altura e de quem pergunta, mas quanto quer que seja?

 

Está visto que alguns dos membros do governo tem uma forma estranha de fazer contas, primeiro foi o défice de 2014 que num ápice passou dos três e pouco para os mais de sete por cento por obra e graça de um banco (limpo), que para o governo vale ouro e para quem quer comprar vale pouco mais de lata.

 

Esta semana ficamos  a saber pela Antena 1 que algumas das contas que serviram para calcular o défice de 2012, foram feitas mais ou menos a olho e de modo a não prejudicar muito o valor final de um défice que interessava manter baixinho para não parecer mal aos olhos do povo, dos mercados e da Troika.

 

Segundo a Wikipédia, défice público, em macroeconomia, ocorre quando o valor das despesas de um governo é maior que as suas receitas, ou seja: quando esse governo está a gastar mais do que aquilo que recebe. Em Portugal não há memória de défices negativos e é por isso que a dívida cresce sem controlo de ano para ano.

 

Nos últimos 4 anos a Troika e o governo utilizaram vezes sem conta a desculpa do défice para justificarem a austeridade que nos levou a todos mais ou menos um quarto do ordenado e a muitos a ter que emigrar para terem direito a ganhar a vida. As metas anuais foram definidas no acordo de resgate e as contas eram vistas à lupa antes de cada chegada do dinheiro ao país.

 

O défice era o santo graal do governo e não se admitiam desvios às contas.... até que nas duas últimas semanas descobrimos que afinal tudo não passa de contas e que nem os sete por cento de 2014, nem o de 2012 passam de valores contabilísticos que, pasme-se, não mudam nada.

 

Vá lá a gente perceber estas coisas e saber em quem acreditar ....

 

Jorge Soares

publicado às 21:10


32 comentários

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De Carlos a 01.10.2015 às 12:04

Se o BES tivesse sido nacionalisado estaria a escrever outra coisa qualquer.Se tivessem deixado falir o BES estaria a escrever mais outra coisa qualquer.Desde que se procedeu à resolução do BES que se sabia (pelo menos os interessados) que em caso de não venda do Novo Banco em 2015 o empéstimo do fundo seria contabilizado estatisticamente no déficite de 2014.Diziam muitos que o governo andava à pressa a querer vender o banco por causa das eleições, como o BdP não vendeu , os mesmos apressaram-se a dizer que foi uma derrota total do governo.Como se diz aqui onde vivo, "Vamos fazer mais como ?"
Em 2011 o déficite era de 173 mil mil milhões juntando-lhe os 78 mil milhões que nos emprestaram para não irmos à falência e podermos pagar os juros dos 173 mil milhões que já lá estavam.De facto acho que anda por aí muita gente que precisa de aprender a fazer contas.Como disse um dia a ministra das finanças o déficite não foi criado, apareceu !
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De Zé Pagante a 01.10.2015 às 14:36

O BES não era privado? O BES não foi roubado? Porque temos que pagar um banco privado e roubado? Porque os politicos corruptos recebiam dinheiro do Ricardo Espirito santo e passavam férias com ele? Put@ que os p@riu a todos, cambada de bandidos que deviam estar presos e andam a fazer campanha eleitoral.
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De Porconta a 01.10.2015 às 16:41

O défice de 2011 cresceu uns milhares de lá até aqui, e eu a pensar que o défice de 2011 era o que na altura foi divulgado, então pelas suas contas os défices de 2012,2013,2014, e 2015 vão continuar a crescer, bem vou ter de repetir tudo até agora para tentar perceber esta economia em crescimento.
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De André a 01.10.2015 às 17:30

Défice ou Deficit. O Déficite não existe a não ser no Brasileiro mais para a zona de São Paulo.

O governo SEMPRE defendeu que o valor emprestado ao Novo Banco foi feito pelo sistema bancário Português. Foi este o juramento do Vice-Primeiro ministro, do primeiro ministro e do ministro da economia
A ministra das finanças ainda se lembrou que foi o estado a enfiar lá 4,9 mil milhões, porque o fundo só tinha 130 milhões e a banca privada não possuía capacidade (nem interesse...) para emprestar o dinheiro que faltava.
Por outro lado, lá voltam as MENTIRAS dos membros deste governo: A nacionalização ERA IMPOSSÍVEL. O parlamento europeu (a 25 de Outubro de 2012) impediu qualquer nacionalização de empresas pelos governos da união europeia, a não ser que existisse perigo para o país. Foi por causa dessa legislação que o Salgado foi falar com a ministra para lhe emprestarem 23000 milhões a 5 anos com taxas de juro de 5% ao ano. Só que o governo não tinha dinheiro disponível para isso... Foram nestas 2 semanas que muita gente, ligada a um dos partidos do governo, retirou centenas de milhões de euros do BES e vendeu acções e obrigações que tinha... os outros lixaram-se. Curiosamente, a fuga de informação não partiu da ministra das finanças, pois dos seus amigos, só o Arnaut se safou.
O governo agora anda a acenar com os "lucros futuros". Se tivesse perdido 30 minutos a lêr o que é o fundo de resolução, descobria que existem juros a 1%, anuais para o estado. Só que o pagamento poderá ser feito em 50 anos, por parte da banca privada. ( a CGD está excluída por ser entidade pública) É verdade que o estado deve receber o dinheiro de volta com juros... falta é saber quando. Pois os bancos, dando prejuízo, só precisam de colocar 12 milhões de euros no fundo, anualmente.
O mais preocupante com a não venda, é mesmo que o banco precisa de 3000 milhões mais, para se re-capitalizar para passar nos stress tests e manter o acesso aos mercados de capitais onde os juros andam abaixo dos 1,4% anuais, até 3 anos. E a banca privada não tem dinheiro disponível... logo, terá de ser a CGD a emprestar esse valor a taxas muito baixas.

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