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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem da TVI
"Caiu a cerca de 15 metros da porta do hospital do Barreiro e ficou ali à espera de assistência durante uma hora até que chegou o INEM"
É assim que começa a noticia da TVI, uma senhora de 64 anos caiu numa das rampas de acesso ao hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e esteve uma hora no chão à espera de assistência, nas urgências do Hospital recusaram sair a ajudar e disseram a quem tentou pedir ajuda que ligasse para o 112.
Não, não estamos em Abril e isto não aconteceu no dia das mentiras, é que se alguém me contasse uma coisa destas eu dizia que era mentira, até porque já todos ouvimos mais que uma vez que por lei todos somos obrigados a prestar assistência se passarmos por um acidente, se não o fizermos podemos ser julgados e condenados... se isso é válido para qualquer cidadão português, não deveria ser muito mais válido para profissionais da saúde?
Normas ou não normas, regras ou não regras, e de certeza que há uma norma ou uma regra que explica isto, como é que um médico ou um enfermeiro consegue justificar que foi informado da existência de alguém a necessitar de socorro ali mesmo ao lado e se negou a prestar auxilio?
O certo é que segundo a noticia, a assistência demorou quase uma hora e quando finalmente chegou, os bombeiros tiveram que entrar directamente para a reanimação devido ao estado grave em que já se encontrava a senhora.
Note-se no fim a senhora foi assistida nas mesmas urgências e pelas mesmas pessoas que antes se tinham negado a ir à porta ajudar, só que foram levadas pelos bombeiros até às urgências do hospital... Se por acaso a senhora tivesse falecido entretanto, de quem seria a responsabilidade? De ninguém?
Mais que mostrar a situação em que se encontra o nosso sistema de saúde, isto fala da falta de consciência, de ética e de moral de alguns dos profissionais de saúde que trabalham nos nossos hospitais e da falta da humanidade à que chegamos...
Que tipo de consciência terá um profissional de saúde que sabe que tem uma pessoa a necessitar de assistência a uma dúzia de metros e segue a sua vida como se nada acontecesse? Será que esta gente não pode mesmo ser acusada de falta de assistência a pessoa ferida? Há leis neste país para isso... acho eu.
Jorge Soares