Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




mulherhospitaldobarreiro.gif

 Imagem da TVI 

 

"Caiu a cerca de 15 metros da porta do hospital do Barreiro e ficou ali à espera de assistência durante uma hora até que chegou o INEM"

 

É assim que começa a noticia da TVI, uma senhora de 64 anos caiu numa das rampas de acesso ao hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro,  e esteve uma hora no chão à espera de assistência,  nas urgências do Hospital recusaram sair a ajudar e disseram a quem tentou pedir ajuda que ligasse para o 112.

 

Não, não estamos em Abril e isto não aconteceu no dia das mentiras, é que se alguém me contasse uma coisa destas eu dizia que era mentira, até porque já todos ouvimos mais que uma vez que por lei todos somos obrigados a prestar assistência se passarmos por um acidente, se não o fizermos podemos ser julgados e condenados... se isso é válido para qualquer cidadão português, não deveria ser muito mais válido para profissionais da saúde?

 

Normas ou não normas, regras ou não regras, e de certeza que há uma norma ou uma regra que explica isto, como é que um médico ou um enfermeiro consegue justificar que foi informado da existência de alguém a necessitar de socorro ali mesmo ao lado e se negou a prestar auxilio?

 

O certo é que segundo a noticia, a assistência demorou quase uma hora e quando finalmente chegou, os bombeiros tiveram que entrar directamente para a reanimação devido ao estado grave em que já se encontrava a senhora.

 

Note-se no fim a senhora foi assistida nas mesmas urgências e pelas mesmas pessoas que antes se tinham negado a ir à porta ajudar, só que foram levadas pelos bombeiros até às urgências do hospital... Se por acaso a senhora tivesse falecido entretanto, de quem seria a responsabilidade? De ninguém? 

 

Mais que mostrar a situação em que se encontra o nosso sistema de saúde, isto fala da falta de consciência, de ética e de moral de alguns dos  profissionais de saúde que trabalham nos nossos hospitais e da falta da humanidade à que chegamos...

 

Que tipo de consciência terá um profissional de saúde que sabe que tem uma pessoa a necessitar de assistência a uma dúzia de  metros e segue a sua vida como se nada acontecesse? Será que esta gente não pode mesmo ser acusada de falta de assistência a pessoa ferida? Há leis neste país para isso... acho eu.

 

Jorge Soares

publicado às 21:55


44 comentários

Sem imagem de perfil

De Zeca diabo a 15.07.2015 às 19:29

Pois. Será necessário ter honestidade intelectual para discutir este assunto e não demolir imediatamente os profissionais de saúde. Quem é a entidade responsável da emergência pré-hospitar? Não são os médicos das urgências. Qual a responsabilidade dos médicos que se ausentam do serviço de urgência? É dos médicos que abandonam os doentes que aí se encontram. Que material têm os médicos para fazer um levantamento de uma vítima? Nenhum, especialmente macas rígidas. Se os médicos dessem prioridade a esta vítima o que sucederia no futuro? Quedas propositadas para ter atendimento prioritário. Quem estava a prestar auxílio à vítima? Não se vê lá ninguém. De quem é a responsabilidade? De todos os que lá passaram e não prestaram auxílio. Creio que a medida dos médicos foi a única possível. Ninguém aqui sabe se os médicos das urgências não tentaram prestar auxílio chamando colegas de outros departamentos. O benefício da dúvida deve prevalecer até os próprios se pronunciarem.
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 15.07.2015 às 19:34

Desculpe?... está a tentar desculpar o quê?, segundo li, várias pessoas foram À urgência e tentaram obter ajuda, a resposta foi sempre ligue para o 112, sem sequer irem lá ver o estado da pessoa.. .acho que isso tem desculpa?.... e fala de honestidade intelectual?

Eu não retiro a culpa ao hospital ou ao sistema, mas aqui em primeiro lugar está a ética dos profissionais de saúde, que foram avisado de uma pessoa a precisar de auxilio e nem se deram ao trabalho de irem ver... a poucos metros de onde estavam.... isso tem alguma forma de desculpa?

Jorge Soares
Sem imagem de perfil

De Zeca diabo a 15.07.2015 às 20:05

Cheios de pessoas a necessitar de ajuda estão eles, seja na urgência, seja na sala de espera. Como se pode pedir a médicos que omitam o seu auxílio aos doentes que estão a assitir na urgência e abandonem esse local? Até que distância das urgências seria admissível que eles se deveriam deslocar para assitir alguém? Será que o senhor sabe o que é urgência pré-hospitalar ou o que é a responsabilidade de um médico que trabalha na urgência. Neste caso houve obviamente um aproveitamento jornalístico, uma exploração da ignorância do que é a emergência médica, responsabilidade médica, legislação do sector.
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 15.07.2015 às 23:00

Depende, se fosse o senhor quem precisasse de ajuda a partir de que distancia é que acha que deveria estar uma hora à espera de assistência?

Se fosse um metro fora da porta da urgência eles teriam lá ido? e se fosse metade dentro e metade fora da porta?

Eu não preciso de saber nada sobre urgências hospitalares para perceber o que é negar o auxilio a alguém... e neste caso foi negado.

Jorge Soares
Sem imagem de perfil

De Zeca diabo a 16.07.2015 às 09:13

A assistência a acidentados tem um protocolo e a quebra desse protocolo gera situações dúbias e perigosas. Todos devem seguir as regras e as regras são: contactar o 112 CODU, acionamento de meios, estabilização, transporte, triagem hospitalar e assistência. Se cada um destes protagonistas actuar de forma assíncrona, a eficiência perde-se. Os médicos não podem actuar numa fase em que não têm jurisdição nem material adequado (material de imobilização e transporte) estando sujeito a sanções disciplinares ou legais. Caso não saiba se isto acontecesse em frente a um quartel de bombeiros estes só actuariam sob a ordem do CODU portanto seria necessária chamada para o 112. Caso um particular tomasse a iniciativa de transportar o acidentado para o interior das urgências estaria com o Ministério Público à perna.
Este caso é clássico da comunicação social que temos, ignorante (com ou sem aspas), que pretende exaltar a opinião pública e chamar a si o protagonismo e as vendas.
Imagem de perfil

De Jorge Soares a 16.07.2015 às 11:45

Volto a perguntar, se a senhora tivesse morrido enquanto esperava assistência à porta de um hospital, qual era o protocolo que se aplicava?

Jorge Soares
Sem imagem de perfil

De Anonimo a 16.07.2015 às 13:55

E facil, o da funeraria.
Imagem de perfil

De golimix a 16.07.2015 às 20:27

Nem tudo é a preto e branco. Há ali uma zona cinzenta pelo meio.

Então, vamos supor, alguém cai no chão num local qualquer qual é a primeira coisa que se faz?
Isto um cidadão comum.
Verificar se a pessoa está consciente. Se sim, perguntar o que lhe dói. E de seguida tentamos colocá-la de pé. Não se aciona tudo e mais alguma coisa por cada queda que existe!! Estariam bem tramados os que trabalham no INEM se assim fosse!!

Não sei o que se passou ali. E fora o insuflar dos media, o costume... Há também todos aqueles que nada fizeram, profissionais de saúde ou não. No caso dos profissionais, como já por aqui disse, não sabemos o que estaria naquela urgência e as prioridades devem ser estabelecidas. Por isso, irá existir o tal inquérito. Parece-me, no entanto, que se houve atendimento de alguém menos prioritário do que uma idosa caída a 15 metros da entrada do Hospital, pelo menos deveriam ter-se deslocado até à pessoa para auferir a necessidade de outro tipo de intervenção especializada, e isso os profissionais de uma urgência são capazes de fazer!! Mas as notícias não transmitem tudo e só o que querem, por isso, só podemos supor.
Sem imagem de perfil

De André a 31.07.2015 às 16:07

Está a ir pela via do "populismo"...
Os médicos e enfermeiros tem regras e deveres. Se um médico ou um enfermeiro sair da área das urgências, para além de ser despedido por justa causa, ainda leva com um processo em cima por abandonar os doentes.
Não pense que a urgência de um hospital é como o café da esquina que pode chegar lá e o empregado pode ir contigo à esplanada do outro lado da rua...
Pelos visto, o local onde aquilo aconteceu é a mais de 500 metros da entrada da Urgência. A senhora não estaria inanimada. (tanto que as primeiras imagens postadas no facebook, por alguém que lá passou, diziam que a senhora estava bêbada...)
Daí que as pessoas que estavam a atender, disseram para chamar o 112 que eles tratavam do assunto. É assim mesmo que deve acontecer.
Muito mais estranho é estar a criticar que não foi prestado auxílio mas, não criticar que se chamou uma televisão para o local sem terem cumprido o dever cívico de ajudar a senhora e contactar a emergência médica pelo canal que está disponível para todos... e não venha dizer que "se ninguém tivesse telemóvel", porque foram tiradas e postadas imagens na internet a partir do local... usando telemóveis. Lá se as pessoas gostam mais de tirar fotografias em vez de saberem OS MÍNIMOS DOS MÍNIMOS sobre como agir numa situação de emergência... dá muito trabalho não é?
O ser dentro ou fora do recinto do hospital é um caso à parte.
O que interessa é ser dentro da área das urgências ou fora.
Se é do outro lado do hospital, terá de ser o INEM a tratar. Até pode acontecer que a senhora não seja dali e não precise de cuidados urgentes e seja transportada para o hospital da zona de residência... Pelos vistos até nem era caso nenhum grave e a senhora foi atendida e levada para casa em pouco tempo.
Sem imagem de perfil

De Lino a 15.07.2015 às 23:31

Os Médicos e Enfermeiros nao podem ajudar pois nao têm material nem conhecimento mas quem estava a passar devia ter, bela resposta.
Se nao tem material para transporte podiam sempre estabilizar a senhora ate chegada de pessoal do inem....... a ver vamos a resposta do hospital, mas que nao tem desculpa nao tem!!!

Comentar post



Ó pra mim!

foto do autor


Queres falar comigo?

Mail: jfreitas.soares@gmail.com






Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2007
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D