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 Imagem da TVI 

 

"Caiu a cerca de 15 metros da porta do hospital do Barreiro e ficou ali à espera de assistência durante uma hora até que chegou o INEM"

 

É assim que começa a noticia da TVI, uma senhora de 64 anos caiu numa das rampas de acesso ao hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro,  e esteve uma hora no chão à espera de assistência,  nas urgências do Hospital recusaram sair a ajudar e disseram a quem tentou pedir ajuda que ligasse para o 112.

 

Não, não estamos em Abril e isto não aconteceu no dia das mentiras, é que se alguém me contasse uma coisa destas eu dizia que era mentira, até porque já todos ouvimos mais que uma vez que por lei todos somos obrigados a prestar assistência se passarmos por um acidente, se não o fizermos podemos ser julgados e condenados... se isso é válido para qualquer cidadão português, não deveria ser muito mais válido para profissionais da saúde?

 

Normas ou não normas, regras ou não regras, e de certeza que há uma norma ou uma regra que explica isto, como é que um médico ou um enfermeiro consegue justificar que foi informado da existência de alguém a necessitar de socorro ali mesmo ao lado e se negou a prestar auxilio?

 

O certo é que segundo a noticia, a assistência demorou quase uma hora e quando finalmente chegou, os bombeiros tiveram que entrar directamente para a reanimação devido ao estado grave em que já se encontrava a senhora.

 

Note-se no fim a senhora foi assistida nas mesmas urgências e pelas mesmas pessoas que antes se tinham negado a ir à porta ajudar, só que foram levadas pelos bombeiros até às urgências do hospital... Se por acaso a senhora tivesse falecido entretanto, de quem seria a responsabilidade? De ninguém? 

 

Mais que mostrar a situação em que se encontra o nosso sistema de saúde, isto fala da falta de consciência, de ética e de moral de alguns dos  profissionais de saúde que trabalham nos nossos hospitais e da falta da humanidade à que chegamos...

 

Que tipo de consciência terá um profissional de saúde que sabe que tem uma pessoa a necessitar de assistência a uma dúzia de  metros e segue a sua vida como se nada acontecesse? Será que esta gente não pode mesmo ser acusada de falta de assistência a pessoa ferida? Há leis neste país para isso... acho eu.

 

Jorge Soares

publicado às 21:55


44 comentários

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De golimix a 16.07.2015 às 20:14

Daniel, vou-lhe dar uma novidade. Sou enfermeira. Não num serviço de urgência, mas sei perfeitamente o trabalho e a pressão pelo que os colegas passam, talvez, pelo serviço que é, mas mais acrescida do que os restantes profissionais. Mas diga-me, qual é o profissional de enfermagem, da forma que as coisas estão, que não está sujeito a pressão diária no local de trabalho?
Todos nós! Não só pelos utentes, que pensam que somos um polvo com vários braços, quer pelas Administrações e suas brilhantes ideias. Daquelas ideias de quem está sentado atrás de uma secretária, cujo poder, muitas vezes, lhe subiu à cabeça, e com as suas maningâncias para poupar dinheiro para que depois se venha dizer que a administração consegue gerir muito bem e por isso lhes atribuem prémios, leia-se compensação monetária, note-se, distribuída pelos membros que tão bem geriram. Mas se me pedirem a mim, que não percebo puto de economia e gestão, para gastar o mínimo e cortar o máximo, eu também o faço, mas a que preço? E às custas de quem?
Já sabemos não é?
E como se costuma dizer muitas vezes quem paga nisto tudo é o mexilhão. E aquele que está lá a dar o corpo, e a cara, ao manifesto 24 horas por dia.

Além de tudo, existem as ordens que devemos cumprir "cegamente" porque reina um certo medo. E aí é que está o problema. Nesse "cegamente". Devemos ter, e manter, SEMPRE, por mais que nos custe, o nosso sentido crítico e a capacidade de dizer "caramba! Não posso fazer isto! Não está certo!
Ó Daniel era uma idosa que tinha caído ali junto à entrada do Hospital! Não existiria um auxiliar, uma maqueiro, ou até mesmo um acompanhante que pudesse ajudar?
Claro que temos que priorizar mas será que deixar alguém caído ali à entrada não passará para a lista de prioridades?

Mas isso somos nós a falar, a supor. Porque não sabemos o que se estaria a passar naquelas urgências. Poderiam perfeitamente estar-se a atender acidentados e aí a prioridade seriam eles. E aqui, desculpem-me, mas não são só os profissionais de saúde, a quem é sempre fácil apontar o dedo, e vá-se lá saber porquê a quem se aponta SEMPRE o dedo, que têm culpa. Não existiria ali ninguém, incluindo o primoroso fotógrafo, que ajudasse aquela pessoa? Todos temos o dever de ajudar e se uns já o fazem numa urgência num lufa-lufa diário porque não alguém dar a mão?

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