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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Esta semana passaram a ser obrigatórias as regras do acordo ortográfico.
Ricardo Araújo Pereira explica os problemas do acordo, com o auxílio de Samantha Fox.
«Que escrever quando os olhos ainda se enublam de lágrimas de emoção, e o peito ainda palpita com a vibração da anciedade enorme que o agitou durante estes dias de gloria e de tragedia? Quem viveu esses dias inolvidaveis, unicos da vida, não julga possivel traduzil-os ainda na expressão mais bella e mais sentida da palavra humana.».
O texto acima foi tirado do jornal que está na imagem e que data de 5 de outubro de 1910, à luz do que todos aprendemos na escola há uma série de erros, a mim na Escola primária Soares Bastos ensinaram-me que ansiedade é com s e que em português não há palavras com dois ll como bella, glória é com acento e tragédia também... mas aposto que se for falar com a avó da minha meia laranja ela me vai dizer que não, que a ela na escola lhe ensinaram que era assim que se escreviam essas palavras....
Se não me engano depois do dia em que aquele texto foi escrito já se fizeram pelo menos 3 acordos ortográficos, e com eles muitas coisas mudaram. A julgar pelo que fui lendo hoje nos blogs e no Facebook, parece que todas as pessoas que eu conheço vão continuar a escrever como lhes ensinaram na escola... porque assim é que está bem e não andamos atrás dos brasileiros.... Tenho mesmo que ir falar com a Dona Alice a Bragança, será que quando se fizeram os acordos anteriores as pessoas também juraram que iam continuar a escrever enublam, anciedade, gloria, traduzil-os, bella?
Talvez porque durante uma boa parte da minha vida a minha língua foi outra, eu não sou capaz de olhar para este acordo como algo errado, basta olhar para o texto acima para percebermos que as línguas são algo vivo que vai evoluindo com o mundo, com o tempo ganham-se palavras, perdem-se outras, mudam-se formas, mudam-se letras, adoptam-se termos.... faz parte da evolução, faz parte da sobrevivência não só da língua e até do povo em que ela se sustenta.
Curiosamente as línguas que não mudam com o tempo chamam-se línguas mortas... por algo será.
A partir de amanhã é obrigatório passar a utilizar o novo acordo, parece que há por aí muito resistente e vai haver muita gente a escrever com erros... será que se tivessem nascido antes de 1920 continuariam a escrever Pharmacia?
Jorge Soares
PS:Pessoal dos blogs do SAPO, percebo que sejam contra, mas de certeza que há quem queira passar a utilizar o acordo, não acham que pelo menos deveriam dar-nos a hipótese de escolher o novo dicionário? Obrigado!
Os comentários aon post de sexta feira sobre as tiradas de algum juízes levou-me a recordar um post que escrevi há mais de três anos, há assuntos que não morrem... .. leiam .. e comentem, o que acham?
«Que escrever quando os olhos ainda se enublam de lágrimas de emoção, e o peito ainda palpita com a vibração da anciedade enorme que o agitou durante estes dias de gloria e de tragedia? Quem viveu esses dias inolvidaveis, unicos da vida, não julga possivel traduzil-os ainda na expressão mais bella e mais sentida da palavra humana.».
O texto, tal como a imagem, foi retirado do blog Dias que Voam, e terá sido transcrito de um exemplar do jornal A Capital do dia 5 de Outubro de 1910 que foi hoje distribuído, pela autora do post. A mim chamou-me a atenção a forma escrita das palavras anciedade, enublam e bella... ainda que poderiamos questionar na falta de acentuação de algumas outras.
Terá sido coincidência, mas antes de entrar no Dias que Voam, tinha por puro acaso ido parar a um outro blog em que se podia ler: Este Blog Não adopta o acordo ortográfico. Nada de mais, já vi outros blogs com a mesma frase e quer-me parecer que tal como a fitazinha do Piaçaba, também esta irá virar moda. O problema é que depois de tentar ler o post que me levou até lá e mais um ou dois anteriores, a mim pareceu-me que o único que ali estava escrito em português, com ou sem acordo ortográfico, era esta frase, o resto era um monte de palavras abreviadas, meio escritas e com muitos k's pelo meio.. A mim custa-me entender que alguém faça gala de ser contra o acordo ortográfico e depois não se dê ao trabalho de pelo menos tentar escrever num português decente... e escreva coisas como esta: "atao tu qe tens uma biblioteca em casa"
Voltando ao texto transcrito, a mim deixou-me a pensar, partindo do principio que o jornal não vem com erros ortográficos, quantos acordos terão sido necessários para que anciedade passa-se a ser ansiedade e para que bella seja bela?
A maioria das pessoas que conheço é contra o acordo ortográfico e jura a pés juntos que nunca escreverá da nova forma, já se puseram a pensar que se não tivessem existido vários acordos desde 1910 até hoje, ansiedade continuaria a ser anciedade?... e que se não tivessem havido vários antes desse, quem sabe o que estaríamos a utilzar hoje em dia para escrever?
Segundo a Teresa na resposta ao meu comentário, "o primeiro acordo ortográfico (não formalizado enquanto tal) se deu com o pai de D. Dinis, o rei de cognome 'O Bolonhês' e por influência do antigo Provençal ('ñ' passou a ser grafado como 'nh' durante o reinado de Afonso III, um mero exemplo)"
Basta olhar para o texto para percebermos como a nossa língua é algo vivo, para vermos a forma como mudou em 100 anos... e para entendermos que não há nada a fazer, ela vai continuar a sua evolução natural
Tal como disse noutro Post, As palavras também morrem ... ... porque nascem, e tudo o que nasce, mais tarde ou mais cedo, morre.
Jorge Soares
Imagem de aqui
Algo de estranho se passa neste país, é que tudo isto não pode ser normal, vejamos:
Juiz Rui Teixeira no tribunal de Torres vedras
Juiz não identificado
Juízes do tribunal de relação do Porto num acórdão que ordena reintegrar um funcionário despedido porque causou um acidente ao conduzir embriagado um camião de recolha do lixo em Oliveira de Azeméis.
Desculpem lá mas isto não é normal, ou será?.. se calhar é, se calhar isto acontece todos os dias e nós é que não sabemos....
Não sou jurista nem advogado e não faço ideia o que é necessário para se chegar a juiz, mas a alguém me explica como é que a justiça está entregue a pessoas que em pleno tribunal e em exercício das suas funções tem tiradas como estas?
Eu percebo que Rui Teixeira como muita gente neste país seja contra o acordo ortográfico, mas queira ele ou não, a verdade é que o acordo está em vigor e por muito juiz que ele seja, não pode simplesmente contrariar a lei e muito menos obrigar funcionários que não estão sobre a sua alçada a incumprir normas a que estão sujeitos nos seus serviços... já para não falar que Rui Teixeira mostra uma enorme ignorância pois no novo acordo nem cágado nem facto se escrevem da forma em que ele tentou escrever.
Depois de todos estes casos começamos a perceber porque é que a justiça em Portugal tem a imagem que tem... mas que bicho terá mordido aos juízes deste país?
Jorge Soares
«Que escrever quando os olhos ainda se enublam de lágrimas de emoção, e o peito ainda palpita com a vibração da anciedade enorme que o agitou durante estes dias de gloria e de tragedia? Quem viveu esses dias inolvidaveis, unicos da vida, não julga possivel traduzil-os ainda na expressão mais bella e mais sentida da palavra humana.».
O texto, tal como a imagem, foi retirado do blog Dias que Voam, e terá sido transcrito de um exemplar do jornal A Capital do dia 5 de Outubro de 1910 que foi hoje distribuído, pela autora do post. A mim chamou-me a atenção a forma escrita das palavras anciedade, enublam e bella... ainda que poderiamos questionar na falta de acentuação de algumas outras.
Terá sido coincidência, mas antes de entrar no Dias que Voam, tinha por puro acaso ido parar a um outro blog em que se podia ler: Este Blog Não adopta o acordo ortográfico. Nada de mais, já vi outros blogs com a mesma frase e quer-me parecer que tal como a fitazinha do Piaçaba, também esta irá virar moda. O problema é que depois de tentar ler o post que me levou até lá e mais um ou dois anteriores, a mim pareceu-me que o único que ali estava escrito em português, com ou sem acordo ortográfico, era esta frase, o resto era um monte de palavras abreviadas, meio escritas e com muitos k's pelo meio.. A mim custa-me entender que alguém faça gala de ser contra o acordo ortográfico e depois não se dê ao trabalho de pelo menos tentar escrever num português decente... e escreva coisas como esta: "atao tu qe tens uma biblioteca em casa"
Voltando ao texto transcrito, a mim deixou-me a pensar, partindo do principio que o jornal não vem com erros ortográficos, quantos acordos terão sido necessários para que anciedade passa-se a ser ansiedade e para que bella seja bela?
A maioria das pessoas que conheço é contra o acordo ortográfico e jura a pés juntos que nunca escreverá da nova forma, já se puseram a pensar que se não tivessem existido vários acordos desde 1910 até hoje, ansiedade continuaria a ser anciedade?... e que se não tivessem havido vários antes desse, quem sabe o que estaríamos a utilzar hoje em dia para escrever? Segundo a Teresa na resposta ao meu comentário, "o primeiro acordo ortográfico (não formalizado enquanto tal) se deu com o pai de D. Dinis, o rei de cognome 'O Bolonhês' e por influência do antigo Provençal ('ñ' passou a ser grafado como 'nh' durante o reinado de Afonso III, um mero exemplo)"
Basta olhar para o texto para percebermos como a nossa língua é algo vivo, para vermos a forma como mudou em 100 anos... e para entendermos que não há nada a fazer, ela vai continuar a sua evolução natural
Tal como disse noutro Post, As palavras também morrem ... ... porque nascem, e tudo o que nasce, mais tarde ou mais cedo, morre.
Jorge Soares
... porque nascem, e tudo o que nasce, mais tarde ou mais cedo, morre.
Vem isto a propósito das minhas dúvidas sobre como se escreve Buçaco e que expressei neste post do momentos e olhares, que não é uma dúvida só minha, basta dar uma olhadela pelo Google para verificar que a maioria dos naturais da daquela zona escreve Bussaco. de tal forma que até o Palace Hotel do Bussaco, fica no meio da mata do Buçaco... podem ir ver o site!
Tudo isto fez-me recordar o acordo ortográfico, que o Paulo Sousa explicou bastante bem no post O que muda com o acordo ortográfico? no Vila Forte. A maioria das pessoas é contra o acordo, o ser humano é conservador por natureza, todos aprendemos a ler e escrever segundo as regras do livro amarelo... ou de outro qualquer descendente daquele, agora achamos que aquelas regras são sagradas e aí de quem tente dizer que elas já não são válidas.
Se nos detivermos uns minutos a pensar, e foi o que fiz depois de ler o post e os comentários do Paulo, se calhar podemos mudar de ideias... eu mudei, vejamos:
Em primeiro lugar, não muda nada, simplesmente há uma serie de palavras que passa a ter duas formas de se escrever.
Os Brasileiros são 190 Milhões, comparado com o nosso é um mercado gigantesco, o facto de passar a haver regras comuns fará que aconteça o mesmo que acontece na América latina de língua espanhola em que a Real Academia dita as regras, qualquer livro editado no Brasil passará a ser aceite também em Portugal, o que em principio fará com que os livros desçam de preço, não é a mesma coisa fazer uma edição de 10 ou 20 mil livros que uma de 100 mil ou uma de um milhão.
Isto para já não falar dos muitíssimos livros que são editados no Brasil e que não o são por cá e aos que passaremos a ter acesso facilitado, ora mais livros no mercado farão descer os preços, como diz o Paulo e muito bem, basta olhar para os preços dos livros em língua Inglesa que mesmo em Portugal são mais baratos que os em língua portuguesa, economia de escala.
Além disso não vale a pena tentar enganar-nos, eles são 20 vezes mais que nós, mais tarde ou mais cedo a evolução natural da língua ia levar a isto... Assim como o Bussaco evoluiu para Buçaco... ou o contrário... assim as palavras iriam evoluir para a forma utilizada pela maioria... afinal, não foi assim à tanto tempo que se escrevia Pharmacia.... certo?
Já agora, a fotografia foi tirada no Luso, se repararem bem, diz Buçaco......
Jorge Soares