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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
O episódio de que falei neste post, que envolveu Dani Alves, uma banana e adeptos do Villareal de Espanha, saldou-se com uma multa de 7000 Euros ao Villareal e tudo continuou como se nada tivesse acontecido. de tal forma que na semana a seguir registou-se um novo caso de racismo envolvendo Pape Diop, jogador do levante e adeptos do Atlético de Madrid que imitavam macacos cada quando o jogado Senegalês do Levante.
Sei que há quem ache que tudo isto não passa de actos isolados praticados por dois ou três adeptos e que os clubes não devem ser punidos, concordo que isto é obra de alguns anormais, mas não concordo que os clubes não sejam responsabilizados, porque acho que estes não fazem o suficiente para evitar que os episódios se repitam.
E também não é com multas de 7000 Euros que estes vão reagir, o valor é ridiculo e a mensagem que passa é que não há uma vontade real para se resolver o problema e a prova é que esta semana em Itália o episódio da banana voltou a repetir-se uma vez mais. Esta vez foram os adeptos do Atalanta em Itália que atiraram duas bananas na direcção do guineense Kévin Constant e do holandês Nigel de Jong, ambos do Milan.
O futebol é um desporto de milhões e só existe porque existem futbolistas, sem eles não há clubes e não há adeptos, 7000 Euros de multa é um insulto da federação espanhola a Dani Alves, e um convite aos anormais que insultam jogadores só porque eles tem cor de pele diferente.
A verdade é que enquanto a Fifa , a Uefa e as federações fingem que se preocupam, estas coisas repetem-se quase todas as semanas e não vale a pena que se inunde a internet e as redes sociais com gente a comer bananas, não é assim que se vai resolver o problema, o problema só se vai resolver quando todo o mundo, para além de quem sofre na pele os insultos em cada jogo, tenha uma vontade real e tome acções reais para o resolver.
Digamos todos não ao racismo em qualquer situação.
Jorge Soares
Imagem do Público
Já aqui disse, devo ser o único portista que achou muito mal o que Pinto da Costa e o clube fizeram a Vitor Pereira, no fim de Novembro disse neste post que: "Sei que é impossível, mas por mim Vítor Pereira voltava já..." na altura com um terço do campeonato o Porto não mostrava fio de jogo, não tinha um onze base, tinha jogadores que pareciam perdidos em campo e não se via de parte do treinador forma de dar volta ao assunto.
Mesmo assim ainda havia muita gente a tentar desculpar Paulo Fonseca e a tentar arranjar motivos e desculpas para tão mau cenário.
Hoje, com quase dois terços do campeonato, com a equipa fora da liga dos campeões e com um pé fora da liga Europa, o Porto continua sem fio de jogo, o onze base é uma miragem, os adeptos estão cada vez mais longe do Dragão e raramente alguém percebe as opções do treinador durante os jogos.
Algo mudou, parece que finalmente a paciência dos adeptos se esgotou, também, depois do que aconteceu na quarta com o Eintrach e hoje com o Estoril. Antes do jogo estive a dar uma olhadela aos mails e a discussão entre os mais ferrenhos centrava-se entre não ir ao estádio ou ir e promover um festival de lenços brancos.
Infelizmente o desfecho do jogo levou mesmo ao festival de lenços brancos. Sei que o Porto não é um clube qualquer e que os treinadores não se mandam embora por dá cá aquela palha, mas tudo tem um limite e se é verdade que a equipa está em terceiro lugar, também é verdade que a jogar como hoje e com as condições anímicas que não se tem visto, não sei se os seis pontos de vantagem para o Estoril serão suficientes... e abaixo do terceiro lugar não há liga dos campeões para ninguém
O Porto não perdia no Dragão desde 2008, mas o pior nem é isso, o pior é que não se vislumbra a forma como com este treinador se poderá dar a volta ao texto.
E pensar que se desprezou completamente um treinador que ganhou um campeonato sem perder nenhum jogo nem em casa nem fora.. este ano até agora já vamos em quatro derrotas e ainda falta mais de um terço dos jogos.
Paulo Fonseca disse no fim do jogo que vai falar com o presidente... espero que seja uma conversa curta. Onde é que está mesmo o Vitor Pereira? Por cá nem é preciso falar inglês.
Jorge Soares
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".... é o ponto de vista do tuga mediocre, só querem festa, cerveja e futebol, mas lutar por um país melhor não vale a pena"
O comentário acima foi colocado no Facebbok ontem no fim do jogo da nossa selecção em resposta a alguém que referia que durante dois ou três dias ninguém se ia lembrar da crise.
Confesso, eu não consigo perceber, o que tem de mal gostar de futebol? O que tem de mal gostar que a selecção do nosso país ganhe? O que tem de mal festejar as vitórias já seja do nosso clube preferido ou do nosso país?
Parece que há muita gente que acha que a culpa da crise, do desemprego, de termos os políticos e governantes medíocres que temos é do futebol.
Eu gosto de futebol, não sou de modo algum um fanático daqueles que tem que ir ao estádio ou no mínimo não perdem um jogo na televisão, mas gosto, gosto que o meu Porto ganhe, gosto que a selecção do meu país ganhe, assim como gostei de saber que ontem um Português, o Rui Costa, ganhou a volta à Suíça em bicicleta, ou gostei de saber que outro Português, o Pedro Lamy, ganhou uma das categorias das 24 horas de Le Mans. Isto faz de mim pior pessoa que o senhor que fez o comentário parvo que transcrevo acima?
O que tem a ver alguém gostar ou não de futebol com fazer-se mais ou menos pelo país?
Será que todas as pessoas que desdenham do futebol e de quem gosta de futebol pagam todos os seus impostos?
Será que todos foram votar nas últimas eleições? Terão alguma vez participado numa manifestação? Terão participado em alguma greve? E já agora, terão votado em quem? na mudança das coisas ou em mais do mesmo?
Vivemos há dois ou três anos com o espectro da crise, da austeridade e do desemprego que nos entram todos os dias pela casa dentro, será que é assim tão mau podermos durante umas horas esquecer tudo isso e focar a nossa atenção em algo que nos pode realmente dar alguma alegria?
Mas alguém fica mais feliz se não existir o Euro e as noticias sobre o futebol? o país ia melhorar em quê?
Porra, há anos que nos tiram cada dia mais e mais pão da mesa, será que é assim tão difícil deixar-nos por momentos desfrutar do circo da bola?Afinal, daqui a mais 15 dias tudo isto acaba... e a crise vai de certeza absoluta continuar lá.
Há muitas formas de mudar um país, fazer comentários parvos e depreciativos sobre os 99% que gostam de futebol, não é de certeza uma delas...
Jorge Soares
Imagem do Público
No Egipto, um jogo de futebol terminou numa tragédia cujo resultado até agora vai em pelo menos 73 mortos, no final do jogo os adeptos de ambas as equipas invadiram o relvado e após tentarem agredir os jogadores, envolveram-se em confrontes que resultaram em dezenas de mortos e num número indeterminado de feridos.
Manuel José, treinador português do Al-Ahly, uma das equipas que se enfrentavam, relatou para a RTP o ambiente inacreditável em que todo o jogo se desenrolou e as agressões de que foi vitima até que conseguiu sair do estádio escoltado pela policia.
O futebol sempre foi e sempre será um desporto de paixões, mas será que tudo isto é resultado dessa paixão?, o Egipto é um país que atravessa uma forte convulsão social, o povo que na Primavera Árabe se uniu para depor um regime com décadas liderado pelo ditador Mubarak, anseia agora pela implementação da democracia que os militares que herdaram o poder tardam em permitir.
O que aconteceu hoje, para além de revelar as condições de segurança inacreditáveis em que se desenrolam os espectáculos desportivos no país, recorda-nos como tantas vezes o futebol se revela como uma válvula de escape onde se libertam todos os demónios...
Numa altura em que por cá também vivemos momentos sociais complicados e onde as paixões clubistas são tantas vezes acirradas, deveríamos olhar com muita atenção para o que aconteceu... já diz o velho ditado, quando vires as barbas do vizinho a arder ..... já se queimaram cadeiras e bancadas em nome da cor clubista, esperemos que os demónios a libertar nunca passem disso, cadeiras queimadas e uns vidros partidos... que a morte nunca suba ao relvado.
Jorge Soares