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Advogados

 

Imagem de aqui

 

A história vem narrada no Público, não explica tudo mas ajuda a perceber para além da desfaçatez e da falta de vergonha que por ái impera, como é que o país chegou à situação em que estamos.

 

Segundo a noticia um conhecido advogado convidou para almoçar um alto funcionário do estado, talvez para dar algum colorido ao almoço, fez-se acompanhar de duas advogadas do escritório para o que trabalhava. 

 

Dá-se o caso que o alto funcionário do estado presidia à alta comissão criada para acompanhar as contrapartidas oferecidas pela empresa que vendeu os dois submarinos a Paulo Portas, já quem fez o convite e as duas advogadas que deram colorido ao almoço, trabalhavam para a empresa de advogados que redigiu os contratos das contrapartidas.

 

Para quem já não se lembra,  as contrapartidas pelas que ainda estamos à espera, diziam respeito ao negocio de mais de mil milhões de euros que deixou ao país  dois submarinos que raramente saem das docas porque não há dinheiro para combustível ou manutenção.

 

O que é que no meio de tudo isto é a noticia? A noticia é que esse almoço no que participaram 3 advogados e um funcionário do estado, no qual segundo este não se trataram negócios e que não passou de amena cavaqueira, foi facturado ao estado como serviços juridicos na módica quantia de “1080 euros + IVA”

 

Não contente com facturar o almoço de amena cavaqueira, quando confrontada com a reclamação do estado por tão absurda factura, a mesma empresa facturou mais 45 minutos de um jurista pelo tratamento da reclamação, isto apesar de ter reconhecido o erro da factura inicial.

 

Definitivamente já não há almoços grátis... muito menos se mete empresas de advogados com falta de vergonha e o estado.

 

Jorge Soares

publicado às 22:20

As vidas não se deixam a meio

por Jorge Soares, em 05.11.12

Praia Cabo Verde

 

Imagem minha do Momentos e Olhares 

 

Depois de quase três anos, fomos buscar a D. em Fevereiro de 2010, voltamos a Cabo Verde para finalmente sermos ouvidos pelo juiz do processo de adopção.

 

Por cá queixamo-nos da lentidão da nossa justiça, mas tudo na vida é relativo, e se por cá é lento, em Cabo Verde as coisas medem-se de outra forma, e apesar de que nesta altura já a nossa filha viveu mais tempo cá connosco que lá no lugar onde nasceu, a verdade é que para todos os efeitos legais, ela continua a ter outros pais.

 

Por muito que se diga que pai é quem cria e quem ama, a verdade é que para o estado Português e para todos os estados e todas as suas burocracias, o que conta é o que diz no passaporte...e acreditem, conta mesmo muito.

 

Por exemplo, mesmo que a nossa segurança social tenha toda a documentação do tribunal de Cabo Verde e já tenha feito toda a avaliação social do processo, o SEF não quer saber disso para nada, porque mesmo que todo o mundo saiba que estes processos nos tribunais de Cabo Verde demoram anos, as crianças vem com um visto de 3 meses, renováveis por mais 3, e por mais 3... e por muito que os funcionários do SEF sejam simpáticos e cheios de boa vontade, a verdade é que cada três meses lá temos que ir nós e a criança fazer as filas e passar pelo menos uma manhã com toda a burocracia e a papelada...e pelo que sei temos sorte, porque há quem veja o visto negado e tenha filhos ilegais até que finalmente as coisas se resolvam.

 

E andamos nisto há três anos e quem sabe por quanto tempo mais teremos que andar, porque irmos a um tribunal de luxo rodeado de miséria numa terriola perdida no mapa, para assinarmos um papel que diz que sim, que nós queremos mesmo adoptar uma criança que só nos conhece a nós como pais, foi só mais um pequeno passo... e faltam muitos outros pequenos passos que quem sabe quando serão dados..

 

E não importa muito que o que esteja em causa seja o bem estar de uma criança, porque os estados, as instituições, os juízes, os funcionários, os advogados, não querem saber dessas coisas... 

 

Das duas vezes que estive em Cabo Verde fiquei com a sensação que aquele é um país com um povo cheio de bondade e simpatia, mas é um país em que tudo parece ficar a meio, parece que de tão lento que as coisas funcionam, algures no processo alguém se esquece do objectivo inicial e as coisas ficam por ali... deve ser por isso que há tantas casas a meio construir, a meio rebocar, a meio pintar...

 

Para ser sincero, de vez em quando acordo a pensar que um destes dias alguém se esquece que há um processo de adopção que está a meio e tudo fica assim ... para sempre... e não adianta gritar com o advogado, ou o juiz, porque depois de esquecido, não há volta a dar... fica assim, a meio, como a maioria das casas do país, a meio construir , com o aço à vista, e sem telhado.

 

espero que eles saibam que as crianças não são casas e as vidas não se deixam a meio ....

 

Jorge Soares

publicado às 22:16

 

 

Julgado por roubar um champô e uma embalagem de polvo

Imagem do Público

 

Um homem começou hoje a ser julgado no Porto por suspeita de ter tentado roubar uma embalagem de champô e outra de polvo, num dos supermercado “Pingo Doce”, daquela cidade, no ano passado. 

 

Este senhor foi apanhado com artigos no valor de 26 Euros, artigos esses que foram recuperados pelo segurança do supermercado... mas aposto que a este não há advogado ou recursos que o salvem...este vai ser condenado e pagar a sua pena.

 

Entre policia, funcionários do tribunal,juizes, advogados e restantes custos do processo, quanto irá custar ao estado este caso? e o que vai ganhar o Pingo Doce, que até já recuperou os produtos, com isto?

 

Para que serve um caso destes para além de entupir os já mais que congestionados tribunais?, o senhor será no pior dos casos condenado a pagar uma multa, que será traduzida em pena de prisãocaso ele não tenha forma de a pagar...

 

Em Novembro do ano passado, um sem-abrigo foi julgado por ter sido apanhado a roubar seis chocolates no valor de 15 euros numa loja Lidl, em Agramonte, no Porto..

 

É verdade que um crime é um crime, mas será tudo isto mesmo necessário?

 

Alguém se lembra do Carlos Cruz e dos restantes condenados da Casa Pia? e dos que fizeram desaparecer milhões no caso BPN?, e do Isaltino Morais e dos seus recursos? Não, porque esses tem dinheiro, bons advogados e muitas formas de evitar que se faça justiça. Aliás, o carlos Cruz está a virar de novo figura pública e em breve vai voltar a ser o senhor televisão.... 

 

É suposto a justiça ser cega, mas tem mesmo que ser burra?

 

Jorge Soares

publicado às 22:06

as angústias do futuro dos nossos filhos

 

Imagem da internet

 

Hoje, depois de ler e comentar este post que fala de histórias de vida de alguns professores portugueses, dei por mim a recordar um pensamento que já me tinha assaltado antes, tenho dois  filhos de 10 anos e para ser sincero, se algum deles me perguntásse qual o curso superior que lhes aconselharia para terem garantido o seu futuro, ..... não saberia o que responder.

 

O post em si é o espelho da vida de milhares de professores em Portugal, mas o que realmente me chamou a atenção foi o comentário do Parcifal, que entre outras coisas diz o seguinte:

 

"Não percebo assim, como em Portugal, onde há 30 mil professores sem colocação, há sempre pessoas (há algo errado mentalmente com certeza) que pretendem ser professores quando á partida já sabem que vai ser difícil de ter colocação e em especial quando se trata de áreas já mais que saturados. Eu nunca compreendi esta mentalidade e ainda menos o sistema de admissão e educação Portuguesa que não está nada bem."

 

A questão não deixa de ser pertinente, mas tem uma resposta simples, à medida que a população vai tendo mais acesso à educação, há profissões que vão ficando saturadas. Ter um curso superior deixou de ser um sonho que só conseguiam realizar alguns, para passar a estar ao alcance da maioria. Isto fez com que sobrem advogados, professores, assistentes sociais, sociólogos, historiadores, engenheiros mecânicos, engenheiros químicos, linguistas, etc, etc, etc.

 

Ao mesmo tempo que aumenta o número pessoas com curso superior que só arranja emprego como caixa de supermercado ou operador de call center,  começam a faltar em Portugal padeiros, sapateiros, carpinteiros, canalizadores, operadores fabris, condutores de autocarro.... muitas outras profissões que implicam menos trabalho mental e mais trabalho manual. Ninguém quer estar até aos 18 anos a queimar as pestanas para depois ser padeiro, ou para andar a trabalhar por turnos como operador fabril... E não é que exista algo de desprestigiante em alguma destas profissões, simplesmente os sonhos de pais e filhos vão muito mais além.

 

Voltando à minha angustia inicial, a R. desde há bastante tempo que diz que vai ser professora ou advogada, e já mais que uma vez dei por mim num dilema. Há uma parte de mim que diz que as escolhas para a vida dela, este tipo de escolhas, devem ser dela, mas há outra parte de mim que me diz que são duas profissões em que dificilmente haverá futuro para ela, porque há milhares de professores e milhares de advogados a mais, o meu dever como pai é saber orientar o caminho certo, um caminho que pelo menos garanta algo para o seu futuro.

 

Também é verdade que na hora de pensar numa alternativa para ela, e da forma que se encaminham as coisas no nosso país, eu não faço a menor ideia do que poderia aconselhar.

 

Ser pai é mesmo difícil.

 

Jorge Soares

publicado às 21:38


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