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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e olhares
Aproveitamos que após a noite de tempestade o dia aqui em Setúbal acordou claro e soleado, para irmos dar um passeio até à praia de Albarquel, a meteorologia prometia chuva pelo que não havia muita gente.
O dia estava bonito e a água nem estava muito fria, à medida que se acercava o meio dia a praia ia ficando composta e havia até alguns turistas espanhóis que apreciavam a beleza do lugar.
Todo o mundo sabe que é proibido levar cães para a praia e por acaso em Albarquel até lá está o sinal bem à vista na entrada da praia, mesmo assim há quem se esteja a lixar para as leis e para as pessoas.
Íamos a passear junto à agua quando nos apercebemos de um senhor não com um mas com dois cães sem trela que corriam para lá e para cá entre quem descansava nas toalhas, as crianças que chapinhavam junto à água e os banhistas quem tomavam banho, e até faziam as suas necessidades ali no meio do areal ao lado das crianças que brincavam
Tudo isto enquanto os nadadores salvadores estavam em amena cavaqueira junto aos toldos de aluguer. A minha meia laranja não resistiu e foi questionar porque permitiam que dono e cães se passeassem assim impunemente quando isso é proibido. A resposta foi esclarecedora, pelos vistos os senhor vai para lá repetidamente com os cães, já foi chamado à atenção várias vezes para o facto de não poder levar os cães para a praia e simplesmente ignora, os nadadores salvadores não podem fazer mais que chamar a atenção, já chamaram a policia marítima mais que uma vez mas esta demora tanto tempo que quando eles chegam já os cães e o dono foram para casa.
Tive pena de não ter levado a máquina fotográfica comigo, porque de certeza que teríamos aqui a imagem do animal que leva os seus cães para a praia sem trela e se ri das leis, das normas e do civismo.
Os turistas espanhóis devem ter achado imensa piada à praia de Setúbal onde os cães fazem as suas necessidades no meio das toalhas dos banhistas... além disso aqueles não eram os únicos cães na praia, havia mais gente com o cachorrinho a apanhar sol.
Quanto ao dono dos cães, de certeza que gosta muito de animais, mas está-se mesmo a ver que se está a lixar para as pessoas
E é assim o civismo neste país....
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
PEDAÇOS DE MIM
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros
Fim de uma tarde de Outono no Parque Urbano de Albarquel
Setúbal, Outubro de 2012
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
Madrigal
Estando contigo me olvido de todo y de mí;
parece que todo lo tengo teniéndote a ti,
y no siento este mal que me agobia y que llevo conmigo.
arruinando esta vida que tengo y no puedo vivir
Eres luz que ilumina las noches de mi largo camino
Y es por eso que frente al destino no quiero vivir.
Una rosa en tu pelo parece una estrella en el cielo,
y en el viento parece un acento tu voz musical.
Y parece un destello de luz la medalla en tu cuello
al menor movimiento de tu cuerpo al andar.
Yo a tu lado no siento las horas que van con el tiempo,
ni me acuerdo que llevo en mi pecho una herida mortal.
Yo contigo no siento el sonar de la lluvia y el viento,
porque llevo tu amor en mi pecho como un madrigal.
Popular Latinoamericana
Praia de Albarquel, Setúbal
Agosto de 2010
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Hoje à hora do almoço falava-se de maravilhas naturais, da natureza e de praias, alguém se lembrou que eu sou de Setúbal e logo lembraram que o Portinho da Arrábida era uma das maravilhas naturais.... desataram-me a língua, até porque era algo sobre o que tinha pensado falar desde que estive de férias a norte e pude comparar a forma como são cuidadas as praias a zonas marinhas de Setúbal e dos lugares por onde andei.
Gosto muito de Setúbal, gosto muito de viver em Setúbal, gosto muito das pessoas de Setúbal, mas isso não me impede de ter olhos na cara. O Portinho da Arrábida foi declarado maravilha natural, agora é necessário que alguém, não sei se a Câmara de Setúbal, se o parque natural, se o ministério do Ambiente, faça algo para dar a esta maravilha natural um pouco de dignidade... porque neste momento, não a tem. E não, não é só o Portinho, é toda a zona de praias entre Sesimbra e Setúbal.
Se repararem bem, em toda esta zona, não há uma única praia com bandeira azul, e não há porque simplesmente as praias para além da areia e das águas com aspecto tropical, não têm absolutamente mais nada, não há apoios de praia decentes, infra-estruturas, casas de banho, não há onde estacionar, não há nada.
A Praia do Creiro, a maior da zona da Arrábida e a que está mais perto da Maravilha natural, não tem um único sanitário, quer dizer, tem, uma enorme casa de banho que é a mata do parque natural. Há 3 restaurantes e até concessionários na praia, mas não há quem se digne a construir um apoio de praia decente e com sanitários, nem quem se encarregue de caçar as matilhas de cães que se passeiam livremente assustando os turistas, nem quem se digne a limpar a praia ao fim do dia, nem....
A praia da Figueirinha no mês de Junho é um mar de crianças, é a praia de eleição de todas as escolas e colégios de Setúbal e arredores e até de Lisboa, mas não tem uma única casa de banho pública.
No outro dia em Albarquel, naquele dia em que fomos voar papagaios, à saída da praia havia um senhor a espalhar comida para os muitos gatos vadios que por ali andam, na rampa de acesso à praia, comida para gatos na rampa onde as pessoas costumam andar descalças durante o dia..
Esta eleição como maravilha natural pode ser uma excelente oportunidade de promover toda a zona a nível turístico, mas para isso há muito a fazer, muito mesmo.
Eu sei que estamos a falar de um parque natural... mas se não queremos turismo de massas nas praias, então fechem-se os acessos, restrinjam-se as entradas... não podemos dizer que é parque natural e portanto não se pode mexer uma palha, e depois permitir que durante o mês de Agosto toda a serra se converta num gigantesco parque de estacionamento que vai do Outão até ao Portinho e mais além. Se queremos turismo, se podemos ter turismo na Arrábida, então criem-se condições dignas para isso, como estão as coisas é uma vergonha.
Eu estive a Norte, em Caminha, em Vila Praia de Âncora, no Moledo... e a comparação é penosa, e estamos a falar de locais em que há condições para ir à praia durante dois meses.. as praias da Arrábida tem pessoas e condições durante pelo menos 6 meses... Em Maio em Albarquel a praia estava cheia de gente e a areia tinha todos os detritos que vieram com o rio durante o Inverno... porquê?
Como disse neste Post acho esta história das maravilhas naturais uma treta.... e é mesmo.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e olhares
Viver em Setúbal tem coisas excelentes, hoje saí de Loures eram quase 18:15, mesmo assim, ainda deu para chegar a casa pegar na família e ir voar papagaios para a praia de Albarquel.
Apesar de estar nublado, o sol a pôr-se entre a serra da Arrábida e as nuvens pintou o céu de um dourado fantástico, isto conjugado com o reflexo de toda esta luz dourada na água deu um daqueles pôr do sol com um ambiente de cortar a respiração ... e eu que deixei a máquina fotográfica em casa.
E lá estávamos nós a tentar fazer voar um papagaio junto ao mar, depois de um bocado a coisa estava a funcionar e o papagaio voou mesmo, cheio de cor a contrastar com o cinzento dourado do céu e com a sua cauda cor de rosa... voava mesmo.
De repente a minha meia laranja virou-se para o N. e disse:
- Pronto, agora já cumpriste o teu sonho de fazer voar um papagaio.
Dei por mim a pensar... eu nunca na vida tinha voado um papagaio.... fiquei nostálgico, não pelos papagaios.. mas sim por tantas outras coisas ....
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Ponto de passagem
Cidade internacional
Os espiões vão de viagem
Joga-se o xadrez mundial
aaah, tudo é diferente
aaah, no cairo quente
Desfilar de presidentes
Diplomatas elevados
Todos querem noites quentes
E não ficarem queimados
aaah, tudo é diferente
aaah, no cairo quente
{Refrão}:
Cairo
Distante, Cairo
Excitante, Cairo
Apaixonante
Isto é o
Cairo
Distante, Cairo
Excitante, Cairo
Apaixonante
Capitão do mistério
Terra de aventureiros
Já ninguém parece serio
É um local de guerrilheiros
aaah, tudo é diferente
aaah, no Cairo quente
{Refrão}
Ponto de passagem
Cidade internacional
Os espiões vão de viagem
Joga-se o xadrez mundial
aaah, tudo é diferente
aaah, no cairo quente
Imagem Minha do Momentos e Olhares
Procuro-te
Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.
Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.
Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.
Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.
Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.
Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.
Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"
Praia de Albarquel
Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares