Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
O assunto está na ordem do dia, cada vez mais desconfiamos dos alimentos manufacturados e há gente a virar-se para o natural e orgânico, o biológico mais que um estilo de alimentação é uma forma de vida, mas será que os alimentos são assim tão diferentes?
Há quem jure a pés juntos que sim, e que consegue distinguir a diferença dos sabores e a qualidade do que vem dos supermercados ou directamente da horta biológica ... será?
Na Holanda dois jovens jornalistas compraram alguma comida no McDonald's, fizeram algumas alterações na apresentação e deram-na a provar numa feira de alimentação, vejam o que aconteceu:
Engraçado não é? Parece que a sugestão é muito mais importante que o verdadeiro sabor dos alimentos...
Jorge Soares
Imagem de aqui
Salsichas, bacon e enchidos são cancerígenos, diz a OMS
Este era o titulo da noticia no Público, mais abaixo estava mais explicado, não são só os enchidos e a carne processada, supeita-se são todas as carnes vermelhas.
Já sabíamos que tudo o que é bom, engorda, é caro ou faz mal, sendo que a maioria das coisas que gostamos mesmo está em pelo menos duas das três categorias... mas também não era preciso virem com este alarmismo todo, afinal isto nem é propriamente novidade nenhuma , há muito que se sabe que o fumo faz mal à saúde e o fumeiro só existe porque há fumo.
A realidade é que absolutamente tudo o que comemos pode de uma ou outra forma fazer-nos mal, há uns tempos ouvi um nutricionista dizer que por exemplo os alimentos à base de soja que se consomem no ocidente são extremamente nocivos para a saúde porque excedem em muito a quantidade diária recomendada da proteína da soja e que esta em excesso é nociva.
O que diz o estudo é que quem come mais de 50 gramas diárias de carne processada tem uma maior probabilidade de ter cancro, 50 gramas é meio chouriço por dia e mais ou menos a quantidade de fiambre que se consome cá em casa por semana... nós somos 5.
Eu percebo que se queira prevenir, mas a forma como a noticia foi dada pela comunicação social foi assim um bocado para o exagerado.
Vai ser divertido ver aquelas pessoas que fumam que nem chaminés, negarem-se a partir de agora a comer fumeiro, porque causa cancro, mas nem pensar em deixar de fumar... porque vamos morrer na mesma.
Jorge Soares
Imagem do Público
Um dos pratos que costuma haver no refeitório onde almoço é peixe à Braz, um prato com o aspecto exacto do bacalhau à Braz mas que é confeccionado com outro peixe qualquer. Por vezes também há cogumelos à Braz, ou vegetais à Braz... é uma maneira diferente de comer batata palha... ideal para que não gosta de bacalhau...
Parece que alguém copiou a ideia, em vez de à Braz fez com natas, colocou numa embalagem, congelou e pôs à venda no Jumbo... só que na embalagem estava escrito Bacalhau com natas, não peixe com natas.
Hoje era noticia no DN, o bacalhau com natas com marca branca do Jumbo era afinal, peixe Caracol com natas... não percebo como é que não se tinham lembrado de analisar os preparados congelados de bacalhau, se há quem venda cavalo ou porco por vaca, era mais que evidente que haveria quem vendesse peixe com sal por bacalhau...
Na mesma reportagem do DN dizia também que temos um dos melhores sistemas de fiscalização do mundo... pois, deve ser por isso que quem encontrou o peixe caracol foi o DN e não a fiscalização.
Já agora, alguém sabe quais foram as multas aplicadas a quem vendia carne de Cavalo em vez de vaca? Ou porque é que continuamos a ver carne picada aos montes nas montras dos talhos das grandes superfícies mesmo depois daquela história dos nitrofuranos e contaminações fecais na carne picada dos talhos? Ou porque que é que talhos e grandes superfícies não são obrigadas a ter a máquina de picar a carne à vista dos clientes?
Há uns tempos compramos carne numa grande superficie e mandamos picar, a funcionaria pesou a carne, pegou nela e foi para dentro das instalações, demorou imenso tempo... no dia a seguir uma parte da carne estava com a cor e o aspecto do fiambre... porquê?
Não era interessante que as autoridades publicassem as coimas que são aplicadas a quem comete estas fraudes contra a economia e a saúde pública?.. O que será que vai acontecer ao Jumbo depois desta historia do peixe caracol em lugar do bacalhau? Eu não consigo deixar de pensar que a ideia de impunidade em que fica tudo isto é um incentivo para quem quer fazer dinheiro à custa do bolso e mesmo da saúde dos portugueses.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Já por aqui se falou de comida muitas vezes, foi no post sobre a geração do Bacalhau escondido que falei na primeira e principal regra a ser seguida à mesa cá em casa: todo o mundo pode gostar ou não do que está no prato, ninguém é obrigado a gostar, desde que coma tudo não há problema nenhum em não se gostar da comida.
Há quem me ache um tirano e quem tenha aprendido a usar estas minhas palavras nas refeições lá em casa, certo certo é que cá por casa só há sempre um prato à mesa, não há cá pratos especiais para ninguém e em maior ou menor quantidade, todo o mundo come em todas as refeições e já seja porque aprenderam a gostar um pouco de tudo ou porque já perceberam que dizer que não gostam não os leva a lado nenhum, "Não gosto" são palavras que cada vez se ouvem menos por cá.
À medida que vão crescendo vai sendo mais dificil conciliar os estudos com as refeições, o ano passado durante o período escolar ou durante os períodos de férias, havia sempre alguns dias em que os dois mais velhos almoçavam no ATl e soube muito bem ouvir da boca das responsáveis lá do sitio que "vocês não imaginam o inferno que é dar comida a estas crianças, não há maneira nenhuma de conciliar uma refeição que agrade a todos..e há até aqueles que não há dia nenhum em que gostem do que aparece. Os vossos filhos são os únicos que comem sempre e raramente dizem que não gostam"
O meu método pode não ser lá muito democrático, mas de que funciona, funciona.
Jorge Soares
É das poucas coisas que me lembro da minha infância, todos os dias por volta das 18 horas eu sentava-me no chão da sala a olhar para a mira técnica (aposto que muita gente nem sabe o que é) da RTP à espera que o primeiro canal abrisse. Logo a seguir vinham os 10 ou 15 minutos de horário infantil e invariavelmente o Egas, o Becas e o monstro das bolachas. Quem tem filhos sabe que a serie é formada por muitos mais personagens, incluindo um enorme pássaro amarelo de que nem após o terceiro filho eu sei o nome, mas eu só me lembro destes três.
Esta semana foi noticia que pelo menos na versão espanhola o popular monstro das bolachas vai deixar de comer bolachas e passar a comer frutas e vegetais, pelo vistos há quem ache que um boneco azul que se alimenta de bolachas é uma má influência para as crianças, logo, em nome do bom exemplo e da boa alimentação, toca de corrigir os maus hábitos ao simpático boneco.
Há muito que o politicamente correcto está implantado na nossa sociedade e desde que alguém decidiu trocar as armas dos policias de ET por telemóveis, já nada me surpreende, mas há coisas que só fazem sentido como são... Há series infantis que só existem porque há uma componente de violência incluída, alguém consegue imaginar coisa mais violenta que Tom E jerry?, quantas vezes foi o pobre gato, esmagado, queimado, rebentado, trucidado, martelado? E o Bip Bip? uma serie em que o único objectivo das personagens é a violência física e constante?
Todos nós crescemos com o monstro das bolachas, Tom e Jerry, o Bip Bip e muitas outras séries que à luz dos padrões actuais seriam consideradas ou violentas, descriminativas, deseducativas ou tudo isto em conjunto, não me parece que fossemos nem mais violentos, nem menos educados que as crianças actuais... e muito menos que fossemos menos felizes e saudáveis.
Será que alguém acredita mesmo que a troca do monstro das bolachas pelo monstro dos espinafres vai contribuir em algo para a mudança dos hábitos alimentares das crianças?
De que serve ter na televisão um boneco azul a comer fruta se as crianças estão sentadas em frente ao televisor com um pacote de batatas fritas na mão?
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Cá em casa temos uma longa experiência em alimentação infantil, desde a R. que aos seis meses foi colocada a dieta pelo pediatra tal a voracidade com que engolia tudo o que lhe aparecia em frente, passando pelo N. que tal como expliquei neste post, durante muito tempo quase nos levava à loucura e ao divorcio tal a fita que fazia para comer o que quer que fosse, até à D, que desde o primeiro dia que a conhecemos nos espantou com a habilidade e facilidade com que comia à mesa... e de que já falei neste outro post.
Entretanto já vai fazer dois anos desde que ela chegou à nossa vida. Aquela fase inicial em que tentava comer o mais possível enquanto houvesse comida à vista foi acalmando com o tempo, imagino que terá interiorizado que por cá a comida chega para todos e com o tempo passou a ser menos comilona. De resto, tanto em casa como na escola não há queixas, come tudo o que lhe aparece e sem muitas queixas.... bom, tudo não, tudo menos a Sopa.
Cá em casa a Sopa é sempre o primeiro prato e tal como dizia num dos posts que referi, ninguém é obrigado a comer o que quer que seja, desde que pare a refeição por ali, não vá alguém não ter mais espaço para o prato principal para depois querer duas doses de sobremesa.
Desde o inicio que percebemos que a sopa não é dos pratos preferidos dela, não era muito do seu agrado mas ia comendo, ultimamente a coisa tem vindo a piorar, sentamo-la à mesa, colocamos a sopa à frente dela e na maior parte dos dias ela fica ali a olhar, comemos a sopa, o prato principal, a sobremesa e ela a olhar.
Já tentamos um pouco de tudo, o único que resulta é ser um de nós a pegar na colher e dar-lhe a sopa à boca. O problema não é ela não gostar das sopas, quando somos nós a dar-lha ela come-a num abrir e fechar de olhos e sem reclamar, de seguida senta-se e despacha o resto da refeição num instante.
Acho que num contexto em que ela é a mais pequena, arranjou um estratagema para chamar a atenção, esta sua aparente aversão à sopa faz dela o centro das atenções, como para além de mais é de antes quebrar que torcer, mesmo ante a iminência de ir para a cama sem jantar, não cede.
Isto é o que eu chamo o factor mimo, se ela não gostasse mesmo das sopas não as comia nem pela mão dela nem pela nossa, e confesso que é algo para o que pelo menos até agora não conseguimos encontrar uma resposta. Tentamos que a hora de jantar não se torne numa guerra entre ela e nós, mas também não queremos ceder, ela tem que comer a sopa, isso é um dado adquirido.
Mas o factor mimo às vezes manifesta-se de outras formas à hora de jantar e eu não consigo deixar de lhe achar graça quando ela pega no garfo, o enche de comida, o levanta do prato, se vira para um de nós e diz: quero ajuda, dando-nos o garfo para que lhe levemos a comida à boca.
Jorge Soares
Imagem do Público
Terá sido hoje, ou há uns meses, ou daqui a uns meses, a realidade é que é impossível saber quando ou onde foi que nasceu o habitante sete mil milhões do nosso planeta, alguém das nações Unidas decidiu que seria nas Filipinas e assim de repente saiu uma especie de sorte grande a uma menina chamada Danica e à sua família.
A população da terra cresce de modo exponencial, há dois mil anos pouco passávamos de 300 milhões, no inicio do século passado não tínhamos chegado sequer aos dois mil milhões... os últimos mil milhões demoraram só 12 anos em ser ultrapassados.
Num mundo em que 48% da população vive com menos de um Euro por dia e em que a distribuição da riqueza está mais desnivelada que nunca, talvez mais que perguntar onde nasceu, haveria que perguntar como poderá ser o futuro desta ou de qualquer outra criança que nasça no mundo actual.
Se tivermos em conta que a pressão demográfica é mais intensa precisamente nos paises mais pobres, o mais certo é que a criança sete mil milhões tenha nascido com a garantia de uma vida cheia de dificuldades.
Eu diria que muito mais importante que saber onde e quando nasceu ou nascerá o próximo bebé, o mundo deveria preocupar-se em encontrar uma forma de poder garantir alguma esperança de uma vida decente para ele e para todos os outros bebés que nascem hoje e que nascerão no futuro. Pensar numa forma de controlar de forma eficaz o crescimento da população e encontrar uma forma de garantir educação, saúde e alimentação para cada um dos habitantes do planeta.. isso é que era importante.
Jorge Soares
Como tenho a gaticha com dores de ouvido, sai mais cedo do emprego, estava sintonizado o Rádio Clube no rádio do carro, não sei qual era o programa, os locutores ou os convidados, sei que era um daqueles programas da tarde, que o convidado era um médico do Porto e que o tema era a alimentação.
Para mim foi uma tarde de descobertas interessantes, vou começar com a frase do dia, dita pelo médico:
"Os humanos evoluíram durante milhares de anos a sobreviver na penúria, a viver com o mínimo, portanto estamos adaptados para a penúria"
As palavras exactas não foram estas...eu ia a conduzir e estou a escrever de memoria.....bom, já sabem, querem ser saudáveis.... fiquem pobres...nada de opulência.
Mais coisas,...o exercício é mau para a saúde, abusar no ginásio faz envelhecer mais depressa.....isto tem uma explicação cientifica, o facto de fazermos exercício faz com que se absorva mais oxigénio, e o oxigénio é um oxidante natural...logo, muito exercicio=muito oxigénio no organismo=envelhecer mais rápido. Segundo ele o exercício adequado é meia hora de passeio diário...a passo normal, mais que isso é prejudicial.......assim que nada de ginásio...só passeios higiénicos.
Bom, imagino que aquelas 5 horas a subir e a descer pela serra de Sintra no outro dia devem ter-me tirado uns bons meses de vida......e as duas horas de treino de Karaté três vezes por semana.....e pensar que eu faço o sacrifício em prol da minha saúde.......
Sobre o colesterol, aquela ideia de que a alimentação é o que causa o colesterol elevado.....mentira, só 20% do colesterol vem da alimentação, o resto é natural, logo comam lá as feijoadas e o marisco que entenderem....não é por aí. Alem disso, as vacas e os restantes animais que se alimentam de pasto ou de alimentos naturais tem pouca gordura saturada....logo comer carne de vaca não faz mal....bom, é pena que cá em Portugal não há dessas vacas....... por outro lado, comer peixe de aquicultura é a mesma coisa que comer frango de aviário...é só gordura saturada.
Sabem aquela ideia dos vegetarianos e afins de que a soja é que é boa, a proteína animal é má e pode ser substituída pela soja....mentira, a soja é um veneno......confesso que já não me lembro porquê... mas segundo ele, existe um lóbi da soja que nos vende ideias feitas e muitas mentiras, a soja nas quantidades e da forma que se consome no ocidente é um veneno....foi ele que disse.
As margarinas são outro veneno, se querem ser saudáveis, utilizem azeite ou banha para cozinhar.
Em resumo, querem ser saudáveis, nada de exercício, continuem a comer à vontade e sejam pobres...em alternativa, podem passar pela clínica dele que ele trata-lhes da saúde.
Jorge
PS:É evidente que nem tanto ao mar nem tanto à serra, tudo na vida deve ser com conta peso e medida, se calhar 5 horas de caminhada pela serra é demais, mas 1 ou duas horas é melhor que 20 minutos, sobretudo para quem passa o dia todo sentado ao computador. Comer só feijoadas e gorduras é mau, mas substituir todas as proteínas animais por soja também o é.