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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Se não podes vencê-los, une-te a eles, deve ter sido este o pensamento de Evo Morales e dos deputados Bolivianos que aprovaram uma lei que permite o trabalho infantil a partir dos 10 anos de idade.
O trabalho infantil é uma realidade na Bolívia, há mais de 500 000 crianças que trabalham nos mais variados sectores da economia, desde o a economia informal até ao duro trabalho nas profundezas das minas. A anterior lei que regulava as condições de trabalho no país só permitia o emprego de crianças a partir dos 14 anos, a que acaba de ser aprovada pelo parlamento boliviano e promulgada pelo vice presidente Alvaro García, baixou a idade legal para se trabalhar para os 10 anos sobe o pretexto que esta lei se adequa mais à realidade do país (??).
Ou seja, como não conseguem combater a precariedade e a realidade de haver crianças a trabalhar à vista de todos, a solução não é fazer aplicar a lei, a solução é inventar uma lei que torne o ilegal em legal.
A Bolívia é certamente um dos países mais pobres da América Latina, 55% da população é de origem indígena e Evo Morales, que é o primeiro e único presidente da América Latina que não é descendente de Europeus e sim dos aborigenes que viviam no país antes da chegada de Colombo à América, foi eleito principalmente com os votos desta parte da população. Uma das suas primeiras afirmações após tomar posse foi: "Os 500 anos de colonialismo terminaram e a era da autonomia já começou."
Para quem tem uma ideia do nível de vida da maior parte da população boliviana, esta afirmação faz algum sentido, mas a julgar por leis como esta que acaba de ser aprovada, ou como aquela ideia de fazer girar os relógios ao contrário de que falei aqui, não sei se Evo e os governantes bolivianos fazem ideia do que é o melhor para os seus concidadãos, alguém me explica de que forma estas medidas podem contribuir para melhorar o nível de vida da população do país, seja esta nativa ou descendente de europeus?.
Um país só se começa a mudar com a educação do seu povo, afastar as crianças da escola para que estas comecem a trabalhar aos 10 anos de idade não me parece que vá contribuir minimamente para dar um melhor futuro nem às crianças nem ao país.
E o mundo olha para o lado e finge que no pasa nada!
Para quem percebe Castellano:
Jorge Soares