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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Pontos de Vista
Na próxima Sexta-Feira a lei da co-adopção volta ao parlamento, sim, a mesma lei que já foi votada e aprovada e que foi travada pelos jotinhas do PSD, vai de novo a votos.
Hoje no Público um artigo da jornalista Ana Cristina Pereira ajuda a desmistificar sobre um estudo de dois cientistas da Universidade do Porto, tenta desmistificar e trazer luz à muita gente que teima em viver noutras épocas e com outros usos e costumes...
"As crianças precisam de uma mãe e de um pai? Após extensa revisão de estudos científicos, Jorge Gato e Anne Marie Fontaine, da Universidade do Porto, atestam que, “apesar do preconceito e da discriminação”, as crianças educadas com dois pais ou duas mães desenvolvem-se tão bem como as outras.
A adopção singular está prevista em Portugal – a orientação sexual do adoptante não conta. A adopção por casais homossexuais não passou no Parlamento, apesar das várias tentativas. O diploma esta sexta-feira em debate concerne à co-adopção — prevê a possibilidade de um dos membros do casal adoptar o filho, biológico ou adoptado, da pessoa com quem vive em união de facto ou com quem se casou.
Em debate está o superior interesse da criança, um conceito indeterminado que se define ao analisar cada caso concreto. Os proponentes enfatizam a desprotecção jurídica em que fica a criança no caso de morte do pai ou da mãe reconhecidos como tal. Indicam também obstáculos no quotidiano, como a representação legal no acesso à saúde ou à educação.
Na base do discurso de que as crianças precisam de um pai e de uma mãe está a ideia de que “a maternidade e a paternidade implicam capacidades mutuamente exclusivas e estereotipadas em termos de género e que estas devem ser transmitidas à geração seguinte”, escrevem, num artigo publicado na revista ex aequo, em 2011, Jorge Gato e Anne Marie Fontaine. Estaria, “de um lado, uma mãe ao serviço da criança, prestadora de cuidados e guardiã de todos os afectos e, de outro, um pai, razoavelmente distanciado e introdutor da Lei social”. Ora, os papéis já não são tão rígidos, embora as mulheres ainda invistam mais na família.
No entender destes investigadores, “considerar a família heterossexual, com uma divisão tradicional de papéis, como o modelo desejável de parentalidade corresponde mais a um projecto ideológico do que a um facto cientificamente provado”. Passada a pente fino as “investigações que comparam homo e heteroparentalidade”, concluíram que não há grande diferença.
Duas mulheres até exercem a parentalidade “de uma forma mais satisfatória, em algumas dimensões, do que um homem e uma mulher ou, pelo menos, do que um homem e uma mulher com uma divisão tradicional do trabalho familiar”. As crianças crescem como as outras, só que “parecem desenvolver um reportório menos estereotipado de papéis masculino e feminino”.
O tema é polémico. A Ordem dos Advogados, por exemplo, deu ao Parlamento um parecer a recusar a parentalidade homossexual. A propósito do projecto do BE sobre adopção, deu o Conselho Superior do Ministério Público parecer oposto: “Vale para a orientação sexual o mesmo argumento que valeria, por exemplo, se se considerasse, à partida, que determinadas situações genéricas, por exemplo a situação de desempregado, de deficiência ou de pertença a um grupo social, fossem impeditivas de adoptar.”"
ANA CRISTINA PEREIRA no Público
Faz todo o sentido não é, no fundo todos sabemos que é assim, a capacidade de amar e educar não tem nada a ver com preferências sexuais, para amar só basta ter vontade, espírito aberto e coração, infelizmente há muito boa gente por aí que parece que não tem nada disto, mas acham-se muito normais e superior aos outros só porque vão pela vida como carneirinhos no rebanho.
Jorge Soares
Imagem da Internet (não é o José!)
Mais um menino para o qual se procura pais e a instituição onde se encontra, nos solicitou que divulguemos esta informação....
“O José (nome fictício) é um menino que deseja muito ter uma nova família, tem actualmente 9 anos de idade.
Encontra-se institucionalizado desde 2007, ou seja, há cinco anos, tendo chegado com 4 anos.
Tem uma história familiar muito perturbadora, fruto da sua vivência , o José chegou à instituição com um atraso grave de desenvolvimento e a nível da vinculação muito desorganizado. Ele não dava afecto, não aceitava recebê-lo, agredia os adultos, não pedia, nem se queixava de nada, etc.
O José foi evoluindo muito favoravelmente, conseguiu desenvolver um vínculo afectivo a uma das nossas Irmãs, e já é capaz de receber afecto (gosta muito), de pedir ajuda, de dizer quando está doente, etc. Também já é capaz de procurar afecto, por vezes, espontaneamente.
Finalmente (e infelizmente tão tarde), foi decretada a adopção em Março de 2011, quando já tinha oito anos. Ele foi fazendo o luto da família biológica e atualmente deseja muito ter uma nova família. Quando uma criança sai para adopção ele sofre imenso.
Na escola, o José tem algumas dificuldades, contudo, tem evoluído muito, porque tem muita motivação (apesar das dificuldades ele quer aprender e esforça-se) e adora a professora com quem estabeleceu uma relação afectiva muito positiva. Nunca apresentou problemas de comportamento relacionados com as outras crianças na escola.
O José é jogador federado de hóquei em patins. É o goleador da equipa e joga muito bem. Gosta muito de jogar de computador e de trabalhos manuais. Quando está inspirado faz desenhos muito bonitos.
O José é muito meigo com os bebés, ajuda muito os mais pequeninos e reage muito bem quando sai com famílias amigas. Todas referem como ele se porta bem quando está fora da instituição e num ambiente familiar.
Para mais informações sobre o José deverá contactar para geral@bemmequeres.org
Retirado do Facebook da Bem me queres
Jorge Soares
Imagem de aqui
A adopção é antes que mais um acto de egoísmo, as pessoas adoptam porque tem o desejo de ser pais, é em segundo lugar um acto de amor. É necessário muito amor para se conseguir receber uma criança, um perfeito estranho em nossa casa, passar por cima dos problemas, dos preconceitos, e fazer dessa criança que tantas vezes tem problemas de saúde, psicológicos ou ambos, um ser humanos feliz e normal. É claro que para mim, esta capacidade de amar uma criança não tem nada a ver com raças, com credos, com gostos ou com preferências sexuais. Ou se tem ou não se tem a capacidade de amar as crianças e isso é válido para filhos biológicos ou adoptados.
A capacidade de amar é algo que nasce com cada um de nós, todos somos capazes de amar, talvez haja quem tenha mais facilidade de expressar esse amor e quem feche o que sente na sua concha, mas não há quem não saiba amar. Hoje no parlamento debateu-se a capacidade de amar... e por incrível que pareça, o amor saiu derrotado... hoje, os nossos deputados decidiram que só pode amar quem cumpre as normas e os standards, quem teima em ser diferente, não pode amar.
Não é nada de que não estivesse à espera, afinal já todos sabemos que para os senhores deputados o que conta não é o amor ou o bem estar das crianças, o que conta são os interesses políticos e partidários... podemos acreditar que a maioria dos deputados do CDS tenham votado em consciência, mas alguém acredita que os deputados do PCP, que votaram todos contra, o tenham feito?
Segundo o DN, há em Portugal perto de 23000 crianças que estão a ser criadas e educadas por homossexuais, para os nossos deputados estas crianças não tem os mesmos direitos que o resto das crianças, gostava de perceber porquê. Afinal, o que é preciso para que uma criança seja feliz?, um pai e uma mãe?, então e os milhares, muitos milhares de crianças que só tem um pai, ou uma mãe, ou dois pais, ou duas mães, não tem direito a ser felizes?
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e olhares
Amar: (latim amo, -are)
1-Ter amor a; gostar muito de.
2- Estar apaixonado.
Como seria de esperar, o post de sexta-feira deu azo a algumas conversas interessantes, não só aqui no blog como fora dele e já deu para aprender um bocadinho, pelos vistos não são eles que estão muito à frente... sou eu que estou meio parado no tempo... que a maioria da malta já tinha ouvido falar disto.... Mas muito mais interessante que o Poliamor e um tema de conversa muito mais animado, é a parte de sim ou não se poderem amar duas pessoas ao mesmo tempo.
Em lugar das duas palavras mais comuns que existem em Português para demonstrar sentimentos, gostar e amar, em Castelhano existem 3, gustar, querer e amar, sendo que o querer está ali, entre o gostar e o amar.. existe até um poema de Andrés Eloy Blanco que se chama Pleito de amar y querer.
Me muero por preguntarte
si es igual o es diferente
querer y amar, y si es cierto
que yo te amo y tú me quieres.
-Amar y querer se igualan
cuando se ponen parejos
el que quiere y el que ama.
-Pero es que no da lo mismo.
Dicen que el querer se acaba
y el amar es infinito;
amar es hasta la muerte,
y querer, hasta el olvido.
Talvez porque cresci entre o querer e o amar e a tentar entender qual a diferença entre eles, eu acho que não, não é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. É claro que é possível amar alguém e sentir carinho e até gostar de outra pessoa, mas amar até acharmos que podemos entregar o nosso coração, não... porque o nosso coração só pode ser entregue uma vez de cada vez.
Eu acredito que podemos amar mais que uma pessoa na vida, mas não da mesma forma..e muito dificilmente ao mesmo tempo. É claro que o amor é um sentimento e como todos os sentimentos, vai mudando com o tempo e muitas vezes não o sabemos tratar de forma a que perdure.. e vão-se criando vazios... vazios que muitas vezes são preenchidos de forma temporária ou definitiva... é nesta altura que muita gente acha já ama duas pessoas.. eu acho que não, na verdade não ama nenhuma das duas..
E há quem utilize a palavra amor de uma forma leviana.. quem na verdade nunca ame realmente ninguém mas que vai pingando "amor" por aí..e há quem utilize o amor como desculpa para aventuras mais ou menos complicadas... e quem utilize a palavra para tentar amarrar... e ... há tantas desculpas.. mas será que há assim tanto amor?
Este post está meio estranho... deve ser porque nos mexemos em areias muito movediças... e se calhar não estou assim tão certo...
E vocês o que acham? é ou não possível amar a mais que uma pessoa ao mesmo tempo?
Jorge Soares
Imagem da internet
Ontem estive umas horas no Stand da associação Meninos do Mundo na Natalis, apesar de que a feira estava morta, para um Sábado à noite havia pouquíssima gente, um Stand onde se fala de adopção chama sempre a atenção.
Já quase ao fim da noite e talvez porque o Meu N. e as duas miúdas da João pintavam a manta por ali à volta, acercou-se uma senhora e perguntou se tínhamos muitas crianças ao nosso cuidado. Desfeita a confusão, a Meninos do Mundo é uma associação de apoio à adopção e não tem instituições com crianças, a conversa foi mais ou menos assim:
-Eu tenho 3 sabe?
-3, ... 3 crianças adoptadas?
-Sim, .. bom, adoptadas não, elas estão comigo, elas foram retiradas à mãe e estavam numa associação, como éramos os únicos que as visitávamos e eu disse que as queria, o tribunal entregou-mas.
A senhora, que já tinha um filho, tem à sua guarda 3 irmãos, sendo que a criança mais velha tem 13 anos e a mais nova 7...e tem um filho de 10 anos. As crianças estão à sua guarda há mais de dois anos. Não eram da sua família, eram crianças que ela conhecia e que se não fosse por ela estariam de certeza absoluta institucionalizadas e possivelmente separadas, dada a diferença de idades. Como as crianças lhe foram entregues à sua guarda e não como família de acolhimento, ela não tem direito a nenhum apoio do estado e todos os gastos de todos os tipos são por sua conta.
Ela veio ter connosco porque precisava de informação, quer aquelas crianças mas não sabe o que fazer. A verdade é que não pode fazer muito, a mãe mantém o contacto, aparece de vez em quando, isto faz com que o tribunal não mude a medida de protecção, o mais certo é que as crianças passem o resto do tempo até serem maiores de idade com ela, porque mesmo que a mãe deixe de aparecer, e as crianças vão para adopção, numa situação como estas a segurança social deverá dar primazia à família com quem elas vivem, até porque com a idade delas, nunca haverá outros candidatos para estes três irmãos.
Há pessoas que tem o coração do tamanho do mundo, dizia-me a senhora que gostava de dar muitas coisas às crianças, não pareceu que passassem necessidades, mas com 4 filhos e como ela dizia, não há idas ao circo ou férias, mas eu vi nos olhos dela que trocava tudo isso por aquelas crianças de muito bom grado.
Bem haja para quem tem esta capacidade de amar.
Jorge Soares
Não, esta não é da internet, é minha mesmo, do Momentos e olhares
....... alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade!
Ando numa fase de pouca inspiração, já tenho que me esforçar para escrever aqui e tenho de me esforçar muito mais para comentar nos blogs. Já houve um tempo em que conseguia fazer um post de qualquer coisa, ....
Já disse aqui mais que uma vez que não sou pessoa de grandes sonhos, não consigo imaginar o amanhã nem pensar muito no futuro, por outro lado, quando decido dar um passo, é um passo firme e é para chegar ao destino. Infelizmente nem todos os caminhos dependem só de nós, e há neste mundo muito quem nos impeça de andar.
Foi há um ano atrás que escrevi sobre ... Viver ou limitar-me a existir, na altura era raiva o que me fazia andar, breve vou estar de novo nesse dilema, hoje, um ano depois, sinto que é a descrença o que se tem vindo a instalar, cada vez mais sinto que não há nada que se possa fazer, a vida é como é.... acho que esta vez me vou calar mesmo.... há uma altura na vida em que tomamos consciência do lugar no mundo que ocupamos não é?
Hoje tenho a noção que não fui talhado para mudar o mundo, por vezes temos que fazer opções e tomar decisões e não é por isso que somos melhores ou piores, somos simplesmente humanos e portanto sujeitos a um limite, limite que devemos saber traçar, respeitar e fazer com que os outros respeitem...faz parte da vida....e de viver, de resto, a vida é um momento.
Eu sei... isto não faz muito sentido.... desculpem lá... o Jorge volta dentro de momentos.
Jorge Soares
PS:E pensar que quando comecei a escrever ia falar de fotografia...