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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Hoje comi uma ameixa à sobremesa, era enorme, escura, quase preta, com o primeiro bocado consegui identificar o sabor inconfundível da fruta madura.... ameixa!
Lembro-me de ter 5 ou 6 anos e de ir colher ameixas que sabiam como esta, da árvore que havia em casa da minha avó. Entre o tanque de lavar a roupa, a casa da minha avó e o moinho donde o milho se convertia na farinha que depois de amassada e cozida no enorme forno de lenha, seria uma broa de milho escura e deliciosa, havia duas ameixoeiras. Uma de ameixas brancas que quando amadureciam se tornavam douradas e doces como mel e uma de encarnadas, pequenas e alongadas.
Uma das árvores, a dos frutos encarnados, cresceu encostada à casa, de modo que facilmente eu e o meu primo Rogério a conseguíamos utilizar como escada. Passávamos o verão a subir ao telhado e a inspeccionar os frutos ainda verdes, que começavam a pintar após as primeiras chuvas. Lembro-me de me empanturrar de ameixas maduras e do dia em que o meu primo caiu da outra arvore, à que eu não conseguia subir.
Aos 10 anos fui para longe, quando voltei a casa da minha avó, 6 anos depois, nenhuma das arvores lá estava, dei pela falta delas, mas nunca perguntei o que lhes tinha acontecido. Imagino que à medida que eu crescia lá longe, as árvores envelheciam e terminaram por morrer. Até hoje, quase 30 anos depois, não tinha voltado a comer ameixas.
Jorge
PS:Publiquei este texto em Setembro do ano passado, hoje e dado que a inspiração e os temas andam longe, decidi que era boa altura para me revisitar
PS2:Imagem retirada da internet
Hoje comi uma ameixa de sobremesa, era enorme, escura, quase preta, com o primeiro bocado consegui identificar o sabor inconfundível, ameixa.
Lembro-me de ter 5 ou 6 anos e de ir colher ameixas, que sabiam como esta, da árvore que havia em casa da minha avó. Entre o tanque de lavar a roupa, o moinho donde o milho se convertia na farinha que depois de amassada e cozida no enorme forno de lenha, seria broa de milho, e a casa da minha avó, havia duas ameixoeiras. Uma de ameixas brancas que quando amadureciam se tornavam douradas e doces como mel e uma de encarnadas, pequenas e alongadas.
Uma das árvores, a que dava frutos encarnados, cresceu encostada à casa, e lembro-me que eu e o meu primo Rogério subíamos por ela até ao telhado e colhíamos os frutos maduros.
Passávamos o verão a subir ao telhado e a inspeccionar os frutos verdes, que começavam a pintar após as primeiras chuvas. Lembro-me de me empanturrar de ameixas maduras, e do dia em que o meu primo caiu da outra árvore, à que eu não conseguia subir.
Aos 10 anos fui para longe, quando voltei a casa da minha avó, 6 anos depois, nenhuma das árvores estava lá, dei pela falta delas, mas nunca perguntei o que lhes tinha acontecido, e até hoje, quase 30 anos depois, não tinha voltado a comer ameixas.
Jorge Soares