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António José Seguro

Imagem do Sol

 

"Os trabalhadores que recebem o salário mínimo vão ser prejudicados, porque alguns deles têm diuturnidades e com o aumento e essas diuturnidades são empurrados para um escalão [de IRS] superior ... são prejudicados porque levam menos salário para casa"

 

Isto só pode ser ignorância ou demagogia, como é que alguém que pretende vir a ser primeiro ministro pode afirmar uma coisa destas? E sinceramente até me custa perceber onde é que ele quer chegar, depois de andarem há meses a reivindicar o aumento dos salários ele está contra?

 

Não é a primeira vez que ouço afirmações como estas, por norma quando a conversa é comigo dou-me ao trabalho de explicar: A formula de cálculo dos escalões do IRS está feita de forma a que isto não possa acontecer, não é possível que alguém seja aumentado, suba de escalão e fique por isso a receber menos ordenado liquido do que recebia antes, pode dar-se o caso que a diferença seja mínima, mas nunca se pode dar o caso de que se passe a receber menos.

 

Quanto ao caso em questão:

 

- Em primeiro lugar quem recebe o salário mínimo não paga IRS, logo o aumento do salário só por si não faz ninguém mudar de escalão

 

- Em segundo lugar, se alguém além do salário mínimo recebe outros valores, se estes não aumentarem não tem porque subir de escalão, se estes valores aumentarem é possível que se possa subir de escalão, como é normal, mas isso nunca irá fazer com que se fique a receber menos do que antes.

 

À primeira vista o que parece é que Seguro está contra o aumento do salário mínimo, ou não sabe o que diz, ou está a ser demagógico, em qualquer dos casos está a fazer o ridículo.

 

São afirmações demagógicas como estas que fazem com que os portugueses não olhem para Seguro e para o PS como uma alternativa à maioria e depois na hora da verdade nem se dêem ao trabalho de ir votar. 

 

Jorge soares

publicado às 21:09

Evidentemente, não há acordo!

por Jorge Soares, em 19.07.13

António José Seguro

Imagem do Público

 

Evidentemente não há acordo, não me parece que seja novidade nenhuma, se nem Portas que suportou a maioria queria ficar associado a estas políticas, como é que alguém pode pretender que depois destes dois anos de oposição, depois de moções de censura ao governo e às suas políticas, alguém podia acreditar que o PS pudesse assinar qualquer acordo que implicasse manter as políticas de austeridade a que estamos sujeitos?

 

Acho que era mais que evidente para todo mundo, menos para uma pessoa, que tudo isto não passava de show off, de não ficar mal na fotografia, não havia a menor hipótese de alguma vez haver um acordo entre PSD e PS.

 

Resta saber o que irá agora fazer Cavaco Silva, como ele mesmo afirmou hoje, a nossa constituição não suporta governos de iniciativa presidencial, um governo nomeado pelo presidente nunca terá a aprovação da assembleia da república.

 

Não me atrevo sequer a vaticinar o que irá acontecer a seguir, o que deveria acontecer era a convocação de eleições, principalmente depois de o Presidente da República ter afirmado que este governo já não tinha condições de seguir à frente do país... mas não sei se Cavaco atirará a toalha assim tão facilmente, está visto que para ele os interesses do PSD estão sempre em primeiro lugar e não me parece que ele esteja disposto a deixar cair o seu partido.

 

Pedir ao PSD que forme outro governo é uma hipótese que lhe passará certamente pela cabeça, mas depois daquela carta de demissão irrevogável, não me parece que Paulo Portas vá apoiar uma nova maioria..e dadas as circunstâncias, não estou a ver a menor hipótese de que alguém aceite governar em minoria.

 

Certo certo é que andamos há semanas nisto, a empatar tempo e energias para nada, está visto que a única saída que faz sentido é a convocação de eleições e que seja o povo a eleger o seu futuro... não sei o que estamos à espera para avançar.

 

 

Jorge Soares

publicado às 22:38

O mito do número de deputados

por Jorge Soares, em 07.10.12

Deputados na Assembleia da República

Imagem do Público

 

Na passada Sexta Feira na RTP 1 o programa Sexta às 9 para além de nos mostrar uma interessante reportagem sobre a nova forma de contratar Boys que este governo encontrou, mostrou um estudo sobre os custos do nosso parlamento que custa perto de 100 milhões de Euros por ano.

 

Por coincidência, ou talvez não, no dia a seguir António José Seguro, num rasgo de aproveitamento do momento e claramente para dizer ás pessoas aquilo que elas querem ouvir,  disse ao país que o PS está a preparar uma proposta para reduzir o número de deputados. 

 

A maioria das pessoas não fazem ideia do que realmente significa ser deputado. Todos vemos as sessões parlamentares na televisão, ouvimos os senhores da primeira fila a digladiarem-se uns contras os outros, os das outras filas dizer "apoiado", "muito bem"  e outras coisas parvas, e achamos que é só aquilo que eles fazem. Ninguém ouve falar das comissões parlamentares, dos trabalhos de preparação das propostas de lei, de todo o trabalho político e de representação que está por trás de tudo aquilo. A maioria das pessoas acha mesmo que eles só lá vão para se sentar na assembleia e votar.

 

Ao contrário do resto do mundo, eu não acho que o número de deputados seja excessivo, aliás, a reportagem da RTP 1 mostrou que estamos mesmo na média. Tanto o PS como o PSD vão apresentar propostas para diminuir o número de deputados porque para além de ser o que o povo quer ouvir, mantendo-se as regras actuais isso iria em primeiro lugar afectar os pequenos partidos, se actualmente já é muito difícil que algum dos pequenos partidos tenham representação parlamentar, com 180 deputados isso iria ser impossível e mesmo o CDS, o Bloco de esquerda e o PCP seriam seriamente afectados.

 

Do meu ponto de vista, antes de pensar em diminuir o número de deputados, deveríamos mudar completamente a forma como estes são eleitos, acabar com as listas dos partidos de modo a que quando votamos saibamos quem estamos a eleger e em caso de necessidade sabermos a quem podemos ir pedir contas.

 

Com a constituição actual o número mínimo de deputados é de 180, não ouvimos o PS falar em alteração da constituição, alguém me explica qual é a diferença entre 180 e 230 deputados? Em que é que isso vai afectar a existência da disciplina de voto? Com o sistema actual em que os deputados votam sempre no que o chefe quer, o que iria mudar?

 

Queremos alterações no parlamente sim,  mas alterações que tragam mudanças reais, que tragam mais representatividade, mais proximidade dos deputados com quem os elege... mudar para ficar pior e só porque parece bem, não obrigado.

 

Jorge Soares

publicado às 22:11

As dúvidas do cidadão Cavaco Silva

Imagem do Público

 

“Mudou o Governo, mas eu não mudei de opinião”, afirmou hoje o Presidente da República, contestando a eliminação dos subsídios de férias e de Natal para funcionários públicos e pensionistas, que vê como a “violação de um princípio de equidade fiscal”. 

 

Tenho uma duvida existencial, será que ele se prepara para vetar o orçamento de estado ou para exigir ao Passos Coelho que estenda a medida a todos os trabalhadores?

 

Ou será que ele se queria mesmo referir ao escândalo das pensões vitalícias dos senhores políticos  que não estão sujeitas a cortes de nenhum tipo?

 

Vai uma aposta em como daqui até ao momento em que o orçamento lhe chegar às mãos ele muda de opinião e aprova a lei sem piar?

 

Mas ele não é o único com certezas destas, há pouco no noticiário da RTP ouvíamos o líder do PS a dizer que "não se deve somar austeridade a mais austeridade" e aconselhava os Espanhóis a não seguirem o exemplo do governo português.... significará isto que o PS não vai votar o orçamento? Não, claro que não, já todo o mundo sabe que o PS vai aprovar o orçamento.....

 

Dois casos de olha para o que faço não olhes para o que eu digo.... é caso para dizer que cada país tem os políticos que merece.

 

 

Jorge Soares

publicado às 22:01


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